Ganhos reais caem nos novos acordos salariais

A inflação mais alta, a queda nos lucros das empresas e o ritmo lento da economia brasileira afetaram as negociações salariais e reduziram os ganhos reais nos acordos coletivos. Entre 60 categorias com data-base entre março e maio que já registraram os acordos salariais de 2013 no Ministério do Trabalho, um terço não obteve aumento real, enquanto outros 45% negociaram um reajuste de até 1% acima da inflação. Em todo ano de 2012, 95% dos reajustes negociados superaram os índices de preços.
Em muitas categorias, o reajuste nominal concedido este ano é semelhante ou até maior que o do ano passado, mas como a inflação acumulada em 12 meses é superior, ela corrói o ganho real. Isso aconteceu em vários acordos da construção civil. No Rio de Janeiro, o aumento para os trabalhadores do setor foi de 9% no ano passado e de 9,5% neste ano, enquanto em São
Paulo passou de 7,47% para 8,99%. A diferença é que no ano passado, a inflação acumulada nos 12 meses anteriores ao acordo estava em 4,88 % e neste ano chegou a 7,16%.
Um levantamento preliminar do escritório do Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas no Rio Grande do Sul com sete categorias que têm data-base  entre janeiro e maio mostra que o índice médio de aumento real neste ano caiu para 1,1%, ante  2,1% obtidos pelos mesmos sindicatos em 2012. Em Santa Catarina, o ganho real dos  metalúrgicos de Joinville caiu de 3% em 2012 para 1% este ano.

No primeiros meses do ano, a maioria dos acordos envolve pequenas categorias de pouca  representatividade. Metalúrgicos de montadoras, químicos, bancários e petroleiros têm database no segundo semestre. O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, admite que as negociações estão mais difíceis este ano. Para se contrapor à resistência  dos empresários, diz, os sindicatos vão questionar o ganho que as empresas obtiveram com as medidas de estímulo à economia, como a desoneração da folha de pagamentos. 

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