Stiquifar negocia novo acordo coletivo com a Vale Fertilizantes



Fonte: Jornal da Manhã

A partir das 9h30 desta segunda-feira, aproximadamente 1.100 trabalhadores vão tratar em assembleia da aprovação da nova proposta de reajustes apresentada pela Vale Fertilizantes. O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas de Uberaba e Região (Stiquifar) discutiu com representantes da empresa uma proposta de Acordo Coletivo para vigorar no ano de 2014.
De acordo com a presidente da entidade, Maria das Graças Carriconde, a primeira proposta apresentada pela empresa acabou rejeitada pela maioria da categoria, porque não atendia aos pedidos feitos à Vale. “Nós estivemos reunidos com a empresa, quando conseguimos avançar em alguns pontos, e os estamos levando para assembleia nesta segunda-feira. Na verdade, foram tirados alguns pontos da assembleia anterior, que rejeitou a primeira proposta. No segmento químico nacional ficou fechado o reajuste de 7,5%, embora inicialmente a empresa tenha vindo com uma proposta bem inferior”, explica.
Conforme a nova proposta negociada com a empresa, os trabalhadores receberiam 7,5% de reajuste salarial; 7,5% sobre os demais benefícios; reajuste do ticket alimentação para R$ 235,00; pagamento de abono em uma única parcela, a ser creditado no ticket, no valor de R$ 800,00; bem como a extensão do pagamento do auxílio-creche para os pais que detenham a guarda dos filhos, e a manutenção das demais cláusulas do Acordo Coletivo Anterior.
Ainda conforme Maria das Graças, mesmo assim, ficaram pendentes demandas que surgiram na última assembleia com os trabalhadores, que são convênios médico e odontológico. “Estes dois pontos deixaremos para discutir em uma reunião específica, na primeira semana de janeiro de 2014, mas já conseguimos o abono e uma pequena evolução no ticket alimentação, porque a nossa pretensão era bem superior. Ou seja, está dentro da realidade nacional, mas quem aprovará ou reprovará essa nova proposta serão os trabalhadores”, ressalta.

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Recesso STIQUIFAR


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Esporte no Clube STIQUIFAR


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Assembleia para trabalhadores da Vale Fertilizantes


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Trabalhadores de outras unidades aprovam acordo com a Vale Fertilizantes


Estivemos acompanhando as assembleias das unidades Cajati, Cubatão, Guará e Patos de Minas.
Naquelas unidades os trabalhadores  aprovaram a proposta negociada com a Vale, que é a mesma apresentada para a unidade de Uberaba. Entendemos que obtivemos avanços dentro deste processo de negociação, e sabemos também que o que obtivemos até agora não atende na totalidade os anseios de todos os trabalhadores.
Buscando uma unidade que nos fortaleça diante das grandes demandas que temos, todos os sindicatos se reunirão no início do próximo mês de janeiro para discutir e emitir uma pauta única de reivindicações onde buscaremos soluções para os enormes e graves problemas relativos à saúde e segurança no trabalho, plano de saúde, plano odontológico, tabela de salários, promoções, dentre outros assuntos.
Para a discussão e votação da proposta negociada com a Vale o STIQUIFAR convoca todos os trabalhadores para participarem da assembleia.
DIA : 23/12/14  ( Segunda-feira )
HORÁRIOS: 09:30 E 19:30 HS. Read More!

Stiquifar promove dia de lazer para crianças carentes de Uberaba




O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas (STIQUIFAR) promoveu na quarta-feira (18) seu natal solidário. O evento realizado na sede social do sindicato, Clube Stiquifar, reuniu cerca de 100 crianças carentes vindas dos bairros Residencial 2000, Jardim Alvorada e Morumbi. As crianças se divertiram nas piscinas e brinquedos instalados no local , assistiram filmes educativos além de receberem, lanches ,refrigerantes  e um brinquedo ao final da festa.

“O Stiquifar se preocupa e procura estar presente sempre que possível na comunidade, seja de forma sindical ou social.Por isso neste ano a direção resolveu substituir nossa confraternização, que seria somente entre o pessoal do sindicato, por uma festa com as crianças de nossa comunidade. Importante mencionar que todo o ser humano tem que se preocupar em não perder a humanização nas relações, de forma a contribuir com a melhoria permanente das condições de vida de todos os trabalhadores, seus familiares e também de nossa sociedade” afirma Maria das Graças Carriconde, presidente do Stiquifar.










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Venda de fertilizantes atinge recorde no Brasil até novembro

Cana de açúcar para a produção de etanol: entregas da indústria avançaram na esteira da expansão da safra brasileira de grãos e a de cana

Vendas atingiram recorde de 29,13 milhões de toneladas no acumulado de janeiro a novembro, incremento de 5,2% sobre 2012

As vendas de fertilizantes no Brasil atingiram recorde de 29,13 milhões de toneladas no acumulado de janeiro a novembro, incremento de 5,2 por cento sobre igual período do ano passado, mostraram dados desta terça-feira da associação que reúne a indústria.
As entregas da indústria avançaram na esteira da expansão da safra brasileira de grãos e a de cana.
"O Estado do Mato Grosso continua concentrando o maior volume de entregas", disse a Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda), ao informar que as entregas ao consumidor final no Estado atingiram 5,187 milhões de toneladas no período.
Mato Grosso é o maior produtor de grãos do país, com uma produção que corresponde a 24 por cento da safra nacional, incluindo soja, milho, algodão entre outros.
São Paulo, o segundo no ranking de consumidores de fertilizantes, recebeu 3,393 milhões de toneladas de janeiro a novembro. O Estado é o maior produtor de cana do país, cultura que vem passando por processo de renovação e ampliação de área.
Somente em novembro, o volume de entregas cresceu 2 por cento no país, somando 2,849 milhões de toneladas.
Enquanto o consumo avançou para marcas recordes, a produção nacional teve retração de 3,9 por cento no acumulado do ano até novembro, para 8,6 milhões de toneladas.
A produção local de adubos é insuficiente para a demanda crescente do país. O país importa cerca de 65 por cento de sua demanda pelos nutrientes NPK --sigla para nitrogênio, fósforo e potássio, respectivamente.

As importações do fertilizante intermediário, usado na mistura dos nutrientes NPK, tiveram um acréscimo de 11,7 por cento, para 20,14 milhões de toneladas.
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Vale vai investir R$ 250 milhões em terminal de cargas na cidade


Fonte: Renata Gomide/Jornal da Manhã

A VLI S/A, braço logístico da Vale, investirá R$250 milhões em Uberaba na implantação de um terminal ferroviário e, para tanto, precisa de autorização do Legislativo para que obtenha concessão de área do município para viabilizar o empreendimento. Nesse sentido, o Executivo encaminhou à Câmara o Projeto de Lei 359/13, que tramita em caráter de urgência e será votado nesta quarta-feira, conforme a pauta do dia.
O PL foi levado ao Legislativo pessoalmente pelo prefeito Paulo Piau (PMDB), que solicitou sua inclusão na pauta esta semana, última antes do recesso dos vereadores.
À empresa será concedida uma área de 120 mil hectares, localizada na BR-050, sentido Uberaba/Uberlândia, para instalação e consequente operacionalização de um terminal ferroviário para armazenagem e transbordo de cargas e atividades correlatas, que integrará o município e região à malha ferroviária operada pela controladora da VLI S/A, a Ferrovia Centro-Atlântica, do corredor centro-sudeste ao terminal portuário de Tiplam, em Santos (SP).
Objetivo é permitir o escoamento da produção agrícola e industrial da região. O empreendimento deverá gerar 150 empregos diretos e 2.600 indiretos. A área a ser concedida através do projeto já foi desapropriada, conforme Decreto Municipal 1.563, publicado no diário oficial, jornal Porta-Voz, edição de 10 de dezembro. O local abrigará também o terminal rodoviário de alta produtividade, atendendo a matriz de carga prevista de 6,3 milhões de toneladas/ano de grãos e 2,4 milhões de toneladas/ano de açúcar, com previsão de demanda para exportação via Tiplam.
A empresa deverá utilizar-se preferencialmente de fornecedores e prestadores de serviços, inclusive de construção civil, sediados em Uberaba, assim como de mão de obra local.
Pauta. Outras sete proposições de lei serão votadas hoje pela Câmara, entre as quais, o PL 332/13, que autoriza o Executivo a qualificar e/ou contratar Organizações Sociais (OSs) para atuarem na Saúde, inicialmente no Hospital Regional em construção (leia mais nesta página). Já o Projeto de Lei Complementar (PLC) 14/13, que trata das alterações no Plano Diretor de Uberaba, que tem recomendação do Ministério Público para não ser votado, ficou de fora da pauta desta quarta. Read More!

STIQUIFAR negocia proposta para Acordo Coletivo com a Vale


Em reunião realizada hoje, o STIQUIFAR discutiu com representantes da Vale uma proposta de Acordo Coletivo para vigorar no ano de 2014.
Após a primeira proposta da empresa ter sido rejeitada em assembléia, a Vale negociou uma nova proposta que deverá ser levada para a decisão de uma nova assembléia que será realizada no próximo dia 23 de dezembro.
A nova proposta apresentada pela Vale é a seguinte:

7,5% de reajuste salarial;
7,5% de reajuste sobre os demais benefícios;
Reajuste do Ticket para R$ 235,00;
Pagamento de abono em uma única parcela a ser creditado no Ticket no valor de R$ 800,00;
Extensão do pagamento do Auxílio Creche para os pais que detenham a guarda dos filhos, e
Manutenção das demais cláusulas do Acordo Coletivo Anterior.

O STIQUIFAR levantou ainda os inúmeros e preocupantes problemas que tem ocorrido nos convênios Médico e Odontológico, solicitando uma reunião específica para tratar desses assuntos para a primeira semana do mês de janeiro próximo.

Os trabalhadores estão todos convocados para participarem da assembléia

DIA : 23/12/14
HORÁRIOS: 09:30 E 19:30 HS.

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As empresas contra a sociedade civil

Dossiê revela: para neutralizar ativismo, grandes corporações contratam militares, espionam e sabotam grupos que lutam por direitos humanos e meio-ambiente
blog do site Outras Palavras em CartaCapital
Em março deste ano, quando ativistas brasileiros desmascararam um funcionário da Vale que se infiltrara em um encontro de mobilização, para espionar e registrar imagens, alguns pensaram tratar-se de ato raro, praticado por iniciantes atabalhoados.
Acaba de sair nos Estados Unidos um relatório que revela, com riqueza de dados, o contrário. Nos últimos anos, vigiar, ameaçar e trapacear os movimentos sociais tornou-se prática comum entre as grandes empresas transnacionais. Elas passaram a adotar táticas idênticas às de agências como a CIA e a NSA – mas talvez provoquem ainda mais danos, pois têm um número muito maior de alvos. Perseguem ativistas ligados a um amplo leque de causas: entre outras, o ambientalismo, a oposição às guerras, defesa dos serviços públicos, segurança alimentar, agroecologia, reforma urbana e direitos dos animais. Entre as envolvidas, são citadas nominalmente Walmart, Bank of America, McDonalds, Monsanto, Shell, Chevron, Burger King, Kraft, Dow Química e Câmera Americana do Comércio.
O relatório, disponível aqui, foi preparado pelo Centro de Estudos das Políticas Corporativas, um grupo dedicado a denunciar abusos corporativos e exigir responsabilidade empresarial. Com redação final de Gary Ruskin, tem 53 páginas e enorme quantidade de material inédito: após uma breve apresentação, seguem-se dezenas de casos concretos. O estudo remonta ao século 19. Lembra que desde então o mundo empresarial – particularmente o norte-americano – serve-se de vigilância para tentar impedir ações como greves e mobilizaçõs sindicais.
Mas sustenta que o fenômeno assumiu proporções completamente distintas após o fim da Guerra Fria. Num certo sentido, as corporações transnacionais privatizaram – e expandiram agressivamente – a vigilância sobre a sociedade civil antes praticada por agências estatais. “Onde antes havia um punhado de agências de detetives privadas, há agora centenas de organizações multinacionais de segurança, que têm sobre si muito menos controle que os serviços do Estado”, diz o texto.

As grandes corporações procuram detonar, principalmente, ações que denunciam suas práticas e atingem, em consequência, sua imagem. Para impedi-las ou desacreditá-las, demonstram os casos citados pelo relatório, as grandes empresas infiltram agentes entre os movimentos e instalam equipamentos de vigilância (inclusive sobre telefones e internet) nos locais de articulação e mobilização. Mas não se limitam a isso. Roubam documentos, atacam computadores e derrubam sites. Transmitem denúncias falsas sobre si próprias, com a intenção de desmoralizar quem as difunde. Vigiam as vidas pessoais de seus críticos e familiares, buscando produzir informações e imagens comprometedoras.
Os departamentos de vigilância das grandes corporações, sustenta Gary Ruskin, estão repletos de ex-agentes da CIA e NSA. Mas, ao contrário do que ocorre com estes serviços, foco de intensas denúncias nos últimos anos, o mundo da espionagem empresarial permanece à sombra. As informações agora publicadas, diz o autor, foram obtidas quase por acidente – em poucos casos bem-sucedidos de ações judiciais requerendo acesso à informação, vazamentos os descuidos. As dimensões do problema podem ser muito maiores que se pensa. “O tema é mantido sob sigilo. Nos últimos anos, houve poucos esforços jornalísticos – e nenhum esforço governamental sério – para desvendar a espionagem empresarial contra a sociedade civil”, diz Ruskin. Read More!

Supervisores perseguem trabalhadores na Vale Fertilizantes


Em denúncia encaminhada ao STIQUIFAR  trabalhadores da Vale relatam que não suportam mais a falta de interesse da direção em resolver perseguições dentro da empresa:
“Recorremos ao STIQUIFAR porque  já não conseguimos mais suportar a falta de interesse por parte da gerência industrial, Rercursos Humanos local e supervisão, em resolver nossos problemas, o que esse pessoal só sabe fazer é enrolar. Já fomos penalizado pelo supervisor com advertência por escrito e alguns já apresentaram atestado médico mesmo assim todos o pessoal da Vale passaram por cima da lei, o supervisor já trocou trabalhadores de turno várias vez , por exemplo: tirando do 6x4 e passando para o turno F/G.”
Segundo os trabalhadores vários deles já procuraram todos os meios dentro da empresa:
“Já fizemos várias denúncias na Ouvidoria sobre a perseguição e a gestão de nossos supervisores e ninguém se quer tomou providências ou propôs alguma ação, é um jogo de empurra, ninguém resolve absolutamente nada. Alguns trabalhadores já procuraram a gerência, RH e supervisão para que os mesmos nos desligassem da empresa porque não aguentavam mais a situação. Conversamos com eles numa boa, e a reciprocidade foi completamente não foi a esperada. Será que vai ser preciso conversarmos com o diretor Vicente Lobo ou encontrar com o presidente Murilo aqui em Uberaba e relatar o problema dizendo para os dois que ninguém resolve nada?.”
Diante destes relatos a direção do STIQUIFAR informa a todos os trabalhadores que tomará providências junto a Vale Fertilizantes  para que este tipo de situação não ocorra mais dentro da empresa. Read More!

Índios guaranis pedem a Coca-Cola que deixe de comprar açúcar da Bunge


Uma comunidade brasileira de índios guaranis pediu a multinacional Coca-Cola que deixe de comprar açúcar da empresa americana Bunge, que utiliza matéria-prima de terras indígenas espoliadas, publicou nesta segunda-feira a ONG Survival International.
Sediada em Londres, a ONG alega que os índios são obrigados a viver em um pequeno pedaço de floresta rodeado de plantações de cana-de-açúcar, e que seus filhos adoecem por causa dos pesticidas.
Em comunicado, a Survival explicou que a Coca-Cola compra açúcar da Bunge, que por sua vez compra cana-de-açúcar de "terras roubadas dos guaranis" por fazendeiros para produzir biocombustível.
A companhia de bebidas se comprometeu há pouco com a ONG britânica Oxfam a não ser cúmplice do furto de terras indígenas, uma promessa que, segundo a Survival, está sendo descumprida se a associação com a Bunge for mantida.
Índios protestam em Brasília: índios são obrigados a viver em um pequeno pedaço de floresta rodeado de plantações de cana-de-açúcar, segundo ONG

"A Coca-Cola deve deixar de comprar açúcar da Bunge. Enquanto estas empresas lucram, nós nos vemos obrigados a suportar a fome, a miséria e mortes", afirmou um porta-voz guarani.
A comunidade guarani de Jata Yvary, que vive no Mato Grosso do Sul, é formada por 370 pessoas, viu a maior parte de suas terras ancestrais se transformarem em plantações para a Bunge.
De acordo com a Survival, as terras foram roubadas por poderosos fazendeiros que as utilizam para pecuária e para a produção de cana-de-açúcar e soja.
Os líderes tribais são sistematicamente assassinados ao tentar defender seus direitos e outros membros da tribo se suicidam por desespero, denunciou a ONG.
A Survival, que também fez um pedido para que a Bunge que deixe de comprar matéria-prima de terras em litígio, e pede às autoridades brasileiras que protejam a terra dos guaranis antes do Mundial de futebol de 2014.
Quanto a Coca-Cola, o diretor de Survival, Stephen Corry, sublinhou que, enquanto seu acordo com a Bunge continuar, a promessa da empresa contra o roubo de terras "é vazia de conteúdo".

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Usina Araguari continua atrasando o salário de seus trabalhadores


Fonte: Assessoria SIMA/Araxá

Usina Araguari continua atrasando o salário de seus trabalhadores

Em junho de 2013 a Usina Araguari começou a operacionalizar a destilaria de álcool no município de Ibiá, substituindo a Planalto Agro Industrial. Porém, assim como sua antecessora, a Usina Araguari não está cumprindo suas obrigações, inclusive com as dívidas trabalhistas que assumiu no acordo firmado com o Sindicato e outros credores na Vara da Justiça do Trabalho de Araxá.
Os salários de aproximadamente 130 empregados, inclusive as contribuições sociais, FGTS, INSS, entre outras estão atrasadas. Para piorar a situação, a empresa demitiu alguns trabalhadores e não fez o acerto rescisório. A Usina Araguari trata seus empregados com completo descaso e a estrutura não garante a segurança para o bom andamento dos trabalhos.
O salário do mês de novembro e a primeira parcela do 13º salário ainda não foram pagos. A direção do SIMA esteve na empresa nesta quarta-feira, 11, para averiguar a situação e, na oportunidade, representantes da Usina Araguari informaram que o pagamento dos salários de novembro e o 13º salário dos trabalhadores serão regularizados nesta sexta-feira, 13 de dezembro. O Sindicato retornará à unidade para confirmar se de fato os problemas foram resolvidos, caso contrário, será feita um reunião com os trabalhadores onde o Sindicato indicará a paralisação das atividades da empresa.

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Pesquisa de antecedentes divide a Justiça do Trabalho


É cada vez mais comum buscar informações pessoais de candidatos a postos de trabalho, como sua situação financeira perante as instituições de proteção ao crédito ou a existência de antecedentes criminais. Tal prática, que ocorre antes mesmo de o contrato se efetivar, tem sido questionada, e, embora as decisões a respeito do tema se dividam, a Justiça do Trabalho tende a interpretá-la, na maior parte dos casos, como violadora dos direitos fundamentais dos candidatos.
A discussão envolve o conflito entre princípios constitucionais. De um lado, ao empregador é assegurado o direito ao acesso à informação e à livre iniciativa, o que, no caso, poderia ser traduzido como a liberdade de o empregador, de acordo com seu livre julgamento, escolher quem deseja e quem não deseja contratar, e, de outro lado, estão os direitos personalíssimos do candidato, como a dignidade, a honra, a vida privada, a intimidade e a presunção de inocência.
Este ano o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, com sede em São Paulo, condenou uma empresa a pagar R$ 10 mil a um candidato que demonstrou não ter sido aceito após a ciência, pelo futuro empregador, de que seu nome possuía restrições nos órgãos de restrição de crédito (como Serasa e SPC). Entendeu o TRT-2 que houve tanto discriminação como quebra da boa-fé objetiva e da lealdade contratual que devem estar presentes em todas as fases do contrato.
Em sentido oposto, o Tribunal Superior do Trabalho não conheceu o Recurso de Revista interposto pelo Ministério Público do Trabalho de Sergipe para reformar decisão que julgou improcedente Ação Civil Pública movida em face de empresa que pesquisava antecedentes criminais e a regularidade financeira de seus candidatos. Na decisão, o relator entendeu que não houve violação dos princípios constitucionais, uma vez que tais buscas podem ser comparadas àquelas feitas pela Administração Pública com relação a seus candidatos e visam apenas avaliar condutas pessoais dos empregados, o que difere de qualquer ato discriminatório. A decisão, embora represente relevante precedente, não finaliza as discussões sobre o tema e tampouco autoriza essa prática em todo e qualquer caso, sobretudo quando demonstrado pelo candidato, em eventual discussão judicial, que a exclusão do processo seletivo ocorreu com base no resultado de pesquisa de antecedentes que não possui relação com a função a ser exercida.
Para as empresas que consideram realmente necessária a pesquisa de antecedentes, recomenda-se (i) que esta se restrinja aos casos em que é possível justificar a sua pertinência (ex: levantamento de antecedentes criminais para os profissionais vinculados à atividade de transporte de valores); e (ii) que a pesquisa não represente a última etapa do processo seletivo. Do contrário, poderá ser criada a presunção de que a exclusão de determinado candidato do processo seletivo ocorreu em virtude do resultado da pesquisa.
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Férias coletivas: saiba quais são dos direitos dos trabalhadores


No fim de ano, é comum algumas empresas darem férias coletivas para os funcionários. Mas as regras trabalhistas nem sempre são cumpridas.
De acordo com o MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), as férias coletivas podem ser concedidas a todos os trabalhadores, a determinados estabelecimentos, ou somente a certos setores da empresa, e não pode ser inferior a dez dias corridos.
O pagamento das férias coletivas é como o das férias normais e deve ser feito antes do período de folga.
O consultor trabalhista da Confirp Consultoria Contábil, Fabiano Giusti, afirma que são as empresas que decidem quando e por quantos dias haverá férias coletivas.
— O descanso não é opcional do trabalhador. E os dias são descontados das férias normais.
Isso quer dizer que, ao ter férias coletivas, os trabalhadores ficam com no máximo 20 dias para as férias normais.
Abono
De acordo com o diretor da Direto Contabilidade, Gestão e Consultoria, Silvinei Toffanin, o abono pecuniário (venda de dez dias das férias) dependerá da convenção coletiva dos trabalhadores.
A empresa que conceder férias coletivas deve avisar ao Ministério do Trabalho e sindicatos com, pelo menos, 15 dias de antecedência. O MTE explica que o comunicado deve ser feito ao profissional por meio de aviso nos locais de trabalho.
Fabiano recomenda que os trabalhadores sejam comunicados com antecedência mínima de um mês.
— Como ocorre com as férias regulares.
Proporcional
Para os trabalhadores no ano em que as férias coletivas serão concedidas, o pagamento será proporcional. Silvinei dá um exemplo: um trabalhador que tem oito meses de empresa terá direito a 20 dias de férias. Se tiver 14 dias de férias coletivas, sobrará seis dias para as férias regulares.
— A empresa e o trabalhador podem entrar em um acordo para que o funcionário tenha os 20 dias de férias e passe a contar um novo período de descanso a partir do fim das coletivas, por exemplo.
Exceções
Os trabalhadores com menos de 18 anos e os com mais de 50 anos de idade não podem ter as férias divididas. Nesses casos, o período de descanso deve ser concedido de uma vez. Read More!

TST fixa súmulas que regulam trabalho no transporte


O Pleno do Tribunal Superior do Trabalho aprovou na última semana duas novas súmulas, de números 446 e 447, e fez alterações em mais duas, 288 e 392, além de alterar, também, três instruções normativas.

A nova Súmula 446 dispõe sobre o intervalo intrajornada para maquinista ferroviário, e a Súmula 447 não reconhece o direito ao adicional periculosidade para os tripulantes que continuam a bordo durante o abastecimento de aeronaves.

Houve a inclusão do item dois da Súmula 288, que trata da opção entre dois regulamentos de plano de previdência complementar. Também foi dada nova redação à Súmula 392, que trata de dano moral e material, relação de trabalho e competência da Justiça.

Quanto às instruções normativas (IN), foi aprovada uma supressão da IN 3, confirmando a jurisprudência do TST no sentido de que a justiça gratuita não abrange o depósito recursal.

A IN 20 teve itens revogados e alterados em consequência da adoção, na Justiça do Trabalho, da GRU Judicial como documento de arrecadação de custas e ganhos em substituição ao Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF). Foi ainda revogado o parágrafo da IN 30, que veda o uso do peticionamento eletrônico para o envio de petições ao Supremo. Read More!

Criciúma: Trabalhadores da Anjo Química também aderem à greve


Os trabalhadores das unidades 1,2,4 da Anjo Química paralisaram as atividades na manhã desta quinta-feira. As empresas Farben Tintas, de Içara, e Manchester Química, de Criciúma também estão paradas. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Plásticas, Químicas e Farmacêuticas de Criciúma e Região, Carlos de Cordes, o Dé, aproximadamente 700 colaboradores aderiram à greve na região. “Temos a informação extraoficial de que o Sindicato Patronal está reunido durante essa manhã”, conta o presidente. Na tarde de ontem, o sindicato patronal elevou a oferta de piso salarial de R$ 955 para R$ 1 mil, conforme reivindicavam os trabalhadores, mas, segundo Dé, a proposta de reajuste para os demais salários se manteve em 7,5% com aumento de mais 0,5% em maio de 2014, e, por esse motivo, a greve continuou. A decisão do comando tomada em assembleia pelos funcionários é de um reajuste de aproximadamente 13% nos salários, somando os 5,58% da inflação com os desejados 7% de ganho real. A categoria representa mais de dois mil trabalhadores na região, distribuídos em aproximadamente 120 empresas. A greve dos trabalhadores do setor químico e farmacêutico início na noite da última terça-feira.
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"Hoje existem dois EUA. É um show de horrores"


Em palestra no Festival of Dangerous Ideas em Sydney, o escritor e jornalista norte-americano David Simon disse que o capitalismo perdeu a visão de seu pacto social

por The Observer



Moradores do Brooklyn, em Nova York, recebem alimentos de missão religiosa em 5 de dezembro. O corte de gastos por parte do governo federal dificultou o acesso de famílias mais pobres à alimentação

Os Estados Unidos são hoje um país totalmente dividido no que se refere a sociedade, economia, política. Existem definitivamente dois EUA. Eu vivo em um, em uma quadra de Baltimore, no estado de Maryland, que faz parte da versão viável dos EUA, a parte dos EUA conectada com a sua própria economia, onde existe um futuro plausível para as pessoas ali nascidas. A cerca de 20 quarteirões de distância existe outro país totalmente diferente. É incrível como temos pouco a ver uns com os outros, e, no entanto, vivemos em grande proximidade.
Não há arame farpado ao redor de Baltimore Oeste ou de Baltimore Leste, ao redor de Pimlico, áreas de minha cidade que foram totalmente divorciadas da experiência americana que conheço. Mas poderia haver. De certa forma nós conseguimos caminhar para dois futuros diferentes, e creio que estamos vendo cada vez mais disso no Ocidente. Não acho que seja exclusivo dos EUA.
Creio que nos aperfeiçoamos muito na tragédia e estamos chegando lá mais depressa que muitos outros lugares talvez ainda um pouco mais racionais. Mas minha ideia perigosa envolve um homem que foi deixado de lado no século XX e quase parecia ser o final da piada do século XX: um homem chamado Karl Marx.
Não sou marxista no sentido de que não acredito em uma resposta clínica muito específica do marxismo para nossos problemas econômicos. Marx era muito melhor ao fazer diagnósticos do que como clínico. Ele era bom em descobrir os erros ou o que poderia estar errado com o capitalismo se não cuidassem dele, e muito menos verossímil no aspecto de como se poderia solucionar isso.
Se você leu O Capital, ou tem as Cliff Notes, sabe que suas imagens de como o marxismo clássico – de como sua lógica funcionaria quando aplicada – mais ou menos evoluem para absurdos tais como o encolhimento do Estado e platitudes semelhantes. Mas ele foi realmente arguto sobre o que dá errado quando o capital vence de maneira inequívoca, quando ele consegue tudo o que quer.
Essa talvez seja a tragédia definitiva do capitalismo em nossa era, que ele alcançou a predominância sem consideração pelo pacto social, sem estar conectado a qualquer outra métrica de progresso humano.
Nós entendemos o lucro. Em meu país, medimos as coisas pelo lucro. Escutamos os analistas de Wall Street. Eles nos dizem o que devemos fazer a cada trimestre. O relatório trimestral é Deus. Vire-se de frente para Deus. Vire-se de frente para Meca, você sabe. Você atingiu seu número? Você não atingiu seu número? Você quer seu bônus? Você não quer seu bônus?
E essa ideia de que o capital é a métrica, de que o lucro é a métrica pela qual mediremos a saúde de nossa sociedade, é um dos enganos fundamentais dos últimos 30 anos. Eu a dataria em meu país exatamente em 1980, e ela venceu.
O capitalismo arrasou com o marxismo no final do século XX e predominou em todos os sentidos. Mas a grande ironia disso é que a única coisa que realmente funciona não é ideológica, é impura, tem elementos dos dois argumentos e na verdade nunca alcança algum tipo de perfeição partidária ou filosófica.
É pragmática, inclui os melhores aspectos do pensamento socialista e do capitalismo de livre mercado. E funciona porque não deixamos que ela funcione totalmente. E essa é uma ideia dura de pensar – que não existe uma mágica que nos tire da confusão na qual nos metemos. Mas que confusão!
Depois da Segunda Guerra Mundial, o Ocidente emergiu com a economia norte-americana saindo de sua extravagância do tempo de guerra, surgindo como o melhor produto. Era o melhor produto. Funcionava melhor. Estava demonstrando seu poder não apenas em termos do que fez durante a guerra, mas em termos de como era fácil criar riqueza em massa.
Além disso, oferecia muito mais liberdade e fazia a única coisa que garantia que o século XX seria – e perdoem o tom chauvinista disto – o século norte-americano.
Ele pegou uma classe trabalhadora que não tinha uma renda perceptível no início do século, que trabalhava por salários de subsistência. E a transformou em uma classe de consumidores que não apenas tinha dinheiro para comprar todas as coisas de que precisavam para viver, como o suficiente para comprar um monte de porcarias que eles queriam mas de que não precisavam. Essa foi a máquina que nos conduziu.
Não era apenas que podíamos fornecer coisas, ou que tivéssemos as fábricas, o know-how ou o capital. Nós criávamos nossa própria demanda, e começamos a exportar essa demanda por todo o Ocidente. E o padrão de vida possibilitou fabricar coisas em um ritmo incrível e vendê-las.
E como fizemos isso? Fizemos não cedendo a qualquer lado. Esse foi o novo acordo. Essa foi a grande sociedade. Essa foi toda a discussão sobre negociação coletiva e dissídios, e foi uma discussão que significava o seguinte: nenhum lado pode vencer.
Os trabalhadores não conseguem vencer todos os seus argumentos, nem o capital. Mas é na tensão, é na verdadeira luta entre os dois, que o capitalismo realmente se torna funcional, que ele se torna algo em que toda camada da sociedade tem um interesse, que todas compartilham.
Os sindicatos foram realmente importantes. Os sindicatos faziam parte da equação. Não importava se eles vencessem o tempo todo, não importava se eles perdessem o tempo todo, apenas importava que eles tinham de vencer algumas vezes. Mais: eles tinham de armar uma briga e tinham de discutir pela demanda e a equação e pela ideia de que os trabalhadores não valiam menos, eles valiam mais.
Afinal, abandonamos isso e acreditamos na ideia da transmissão gradual da riqueza e na ideia da economia de mercado. Em suma, o mercado sabe melhor, a um ponto em que hoje o libertarismo em meu país está realmente sendo levado a sério como uma forma inteligente de pensamento político. Isso me surpreende. Mas é assim. As pessoas estão dizendo que não preciso de nada além de minha capacidade de lucrar. Não estou conectado à sociedade. Não me importa como a estrada foi construída, não me importa de onde vem o bombeiro, não me importa quem educa as crianças que não são meus filhos. Eu sou eu. É a vitória do ego. Eu sou eu, ouçam-me rugir.
Surpreende-me que tenhamos chegado a este ponto, porque basicamente, ao vencer sua vitória, ao ver aquele Muro cair e ver a viagem do antigo Estado stalinista em direção ao nosso modo de pensar em termos de mercados ou de ser vulnerável, você teria pensado que tivéssemos aprendido o que funciona. Em vez disso, decaímos ao que só pode ser descrito como ganância. Isto é apenas ganância. É uma incapacidade de ver que todos estamos conectados, que a ideia de dois Estados Unidos é implausível, assim como de duas Austrálias, duas Espanhas ou duas Franças.
As sociedades são exatamente o que elas parecem. Se todo mundo estiver empenhado e se todo mundo apenas acreditar que tem "uma parte", não quer dizer que todos vão receber a mesma quantia. Não significa que não haverá pessoas que são os capitalistas de risco que pretendem ganhar mais. Não é cada um segundo suas necessidades ou algo que seja puramente marxista, mas que todo mundo sinta que "se a sociedade tiver êxito, eu terei êxito, não ficarei para trás". E não existe uma sociedade no Ocidente hoje, neste momento, que seja capaz de sustentar isso para toda a sua população.
Assim, em meu país estamos vendo um show de horrores. Estamos vendo uma retração em termos de renda familiar, o abandono de serviços básicos como a educação pública, a educação pública funcional. Vemos a subclasse caçada por meio de uma suposta guerra às drogas perigosas que é na verdade apenas uma guerra contra os pobres e nos transformou no Estado mais encarcerante da história da humanidade. Falo em termos dos simples números de pessoas que colocamos nas prisões norte-americanas e da porcentagem de norte-americanos que colocamos nas prisões. Nenhum outro país na face da Terra prende pessoas no número e no ritmo em que o fazemos.
Tornamo-nos algo diferente do que reivindicamos no sonho americano, e tudo por causa de nossa incapacidade básica de compartilhar, de sequer considerar um impulso socialista.
"Socialismo" é um palavrão em meu país. Tenho de fazer essa ressalva no início de cada palestra: "Oh, aliás, não sou marxista, vocês sabem". Vivi ao longo do século XX. Não acredito que uma economia dirigida pelo Estado possa ser tão viável quanto o capitalismo de mercado para produzir riqueza em massa. Não acredito.
Estou totalmente comprometido com a ideia de que o capitalismo tem de ser o modo como geraremos riqueza em massa no próximo século. Essa discussão terminou. Mas a ideia de que não estará casado com um pacto social, de que a distribuição dos benefícios do capitalismo não incluirá todo mundo da sociedade em medida razoável, isso é incrível para mim.
E assim o capitalismo está prestes a arrancar a derrota das presas da vitória com sua própria mão. Esse é o fim surpreendente desta história, a menos que revertamos o rumo. A menos que levemos em consideração, senão os remédios de Marx, pelo menos o diagnóstico. Ele viu o que aconteceria se o capital triunfasse de modo inequívoco, se conseguisse tudo o que queria.
E uma das coisas que o capital queria inequivocamente e com certeza é a diminuição da mão-de-obra. Eles queriam que a mão-de-obra fosse diminuída porque a mão-de-obra é um custo. E se a mão-de-obra for diminuída, vamos traduzir: em termos humanos, significa que os seres humanos valem menos.
A partir desse momento, a menos que revertamos o rumo, o ser humano médio vale menos no planeta Terra. A menos que levemos em conta o fato de que talvez o socialismo e o impulso socialista deva ser novamente abordado; ele tem de ser casado como era casado nos anos 1930, 40 e até nos 50, com a máquina que é o capitalismo.
Confundir o capitalismo com uma planta detalhada para se construir uma sociedade me parece uma ideia realmente perigosa, de uma maneira ruim. O capitalismo é uma máquina notável para produzir riqueza. É uma grande ferramenta para se ter na caixa de ferramentas se você estiver tentando construir uma sociedade e quiser que essa sociedade progrida. Você não desejaria avançar neste ponto sem ela. Mas não é uma planta para se construir a sociedade justa. Existem outras métricas além do relatório trimestral de lucros.
A ideia de que o mercado solucionará as coisas como preocupações ambientais, como nossas divisões raciais, nossas distinções de classe, nossos problemas com a educação e inclusão de uma geração de trabalhadores na economia depois de outra quando essa economia está mudando; a ideia de que o mercado vá atender a todas as preocupações humanas e ainda maximizar os lucros é juvenil. É uma ideia juvenil e está sendo defendida em meu país apaixonadamente e estamos descendo pelo ralo. E isso me aterroriza porque fico incrédulo ao ver como ficamos à vontade ao nos absolvermos do que é basicamente uma opção moral. Estamos todos juntos nisto ou não?
Se você visse o fracasso que foi, e é, a luta sobre algo tão básico quanto a política de saúde pública em meu país nos últimos anos, imagine a ineficácia que os norte-americanos vão oferecer ao mundo sobre algo realmente complexo como o aquecimento global. Não podemos nem conseguir atendimento de saúde para nossos cidadãos em um nível básico. E o argumento se resume a: "Maldito presidente socialista. Ele pensa que vou pagar para manter outras pessoas saudáveis? Isso é socialismo, filho da mãe".
O que você pensa que é o seguro-saúde em grupo? Você sabe que pergunta a esses sujeitos: "Você tem seguro-saúde em grupo onde você...?" "Oh, sim, tenho..." você sabe, "minha firma de advocacia..." Assim, quando você fica doente você pode pagar pelo tratamento.
O tratamento vem porque você tem pessoas suficientes em sua firma de advocacia, de modo que você pode ter seguro-saúde suficiente para elas se manterem saudáveis. Assim as tabelas de prêmios e riscos funcionam, e vocês todos, quando ficam doentes, podem ter os recursos para sarar porque contam com a ideia do grupo. Sim. E eles balançam as cabeças, e você diz: "Irmão, isso é socialismo. Você sabe que é".
E... você sabe quando você diz: "Está bem, vamos fazer o mesmo que fazemos para sua firma de advocacia, mas vamos fazer para 300 milhões de norte-americanos e vamos torná-lo acessível a todo mundo dessa maneira. E sim, isso significa que você estará pagando para os outros caras da sociedade, da mesma maneira que você paga para os outros caras da firma... Os olhos deles brilham. Você vê que eles não querem ouvir isso. É demais. Demais contemplar a ideia de que todo o país poderia na verdade estar conectado.
Por isso fico surpreso de que ainda hoje eu esteja aqui de pé dizendo que talvez queiramos recuperar esse sujeito Marx do qual estávamos rindo, senão por suas prescrições, pelo menos pelo retrato que ele fez do que é possível se você não mitigar a autoridade do capitalismo, se você não abraçar alguns outros valores de esforço humano.
E é basicamente disso que se tratava The Wire, a série de TV. Era sobre pessoas que valiam menos e não eram mais necessárias, como talvez 10 ou 15% do meu país não são mais necessários para a operação da economia. Era sobre eles tentando resolver, por falta de um termo melhor, uma crise existencial. Em sua irrelevância, sua irrelevância econômica, eles continuavam não obstante em campo, ocupando este lugar chamado Baltimore, e eles tinham de sobreviver de alguma forma.
Esse é o grande show de horrores. O que vamos fazer com todas essas pessoas que conseguimos marginalizar? Era mais ou menos interessante quando se tratava apenas de raça, quando você podia fazer isso com base nos temores raciais das pessoas, e eram apenas os negros e pardos nas cidades norte-americanas que tinham os índices mais altos de desemprego e de dependência de drogas, eram marginalizados e tinham sistemas escolares péssimos e falta de oportunidades.
E é interessante nesta última recessão ver a economia encolher e começar a atirar as pessoas brancas de classe média no mesmo barco, de modo que elas se tornaram vulneráveis à guerra das drogas, por exemplo com a metanfetamina, ou se tornaram incapazes de qualificar-se para empréstimos para a universidade. E de repente a fé na máquina econômica, na autoridade econômica de Wall Street e na lógica do mercado começou a se distanciar das pessoas. E elas perceberam que não se trata apenas de raça, trata-se de algo ainda mais aterrorizante. Trata-se de classe. Você está no topo da onda ou está embaixo?
Então, como isso pode melhorar? Em 1932, melhorou porque eles distribuíram as cartas de novo e houve uma lógica comunitária para estabelecer que ninguém seria deixado para trás. Vamos resolver isto. Vamos abrir os bancos. Das profundezas daquela depressão, um pacto social foi feito entre trabalhador, entre mão-de-obra e capital que na verdade permitiu que as pessoas tivessem alguma esperança.
Ou vamos fazer isso de alguma maneira prática quando as coisas ficarem suficientemente ruins, ou vamos continuar fazendo como estamos fazendo. E nesse ponto haverá tantas pessoas paradas do lado de fora desta confusão que alguém vai pegar um tijolo, porque você sabe que quando as pessoas chegam ao fim sempre há o tijolo. Espero que escolhamos a primeira opção, mas estou perdendo a fé.
Outra coisa que havia em 1932 e que não existe hoje é que algum elemento da vontade popular podia ser expresso por meio do processo eleitoral em meu país.
O último trabalho do capitalismo – tendo ganhado todas as batalhas contra a mão-de-obra, tendo adquirido a autoridade máxima, quase a autoridade moral máxima do que é uma boa ideia ou não, ou do que é valorizado e o que não é –, a última viagem do capital em meu país foi comprar o processo eleitoral, a única via para reformas que os norte-americanos ainda tinham.
Neste momento o capital efetivamente comprou o governo, e você testemunhou isso novamente com a derrocada do sistema de saúde em termos dos 450 milhões de dólares que foram depositados sobre o Congresso, a parte mais danificada do meu governo, para que a vontade popular nunca emergisse de fato naquele processo legislativo.
Por isso não sei o que faremos se não pudermos realmente controlar o governo representativo que, nós alegamos, manifestará a vontade popular. Mesmo que todos começássemos a ter os mesmos sentimentos que estou defendendo agora, não tenho certeza se ainda poderemos efetivá-los, da mesma maneira que pudemos no auge da Grande Depressão, por isso talvez seja mesmo o tijolo. Mas espero que não.
(David Simon é um escritor e jornalista americano e foi produtor-executivo de The Wire. Esta é uma edição de trechos de uma palestra feita no Festival de Ideias Perigosas em Sydney, Austrália.)
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves


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