Fuga da bolsa faz Vale cair à menor cotação desde 1999

Fonte: Valor Econômico

Primeira empresa brasileira considerada investimento não-especulativo por agências classificadoras de risco, em 2005, a Vale viu suas ações descerem ao menor valor desde março de 1999, época da maxidesvalorização do real. 
Com o aparente fim da bonança das commodities e do otimismo dos investidores estrangeiros com o Brasil, o valor de mercado da mineradora está abaixo de seu patrimônio líquido, de R$ 156,52 bilhões (31 de março, último dado disponível).

A relação entre o preço de bolsa e o valor patrimonial de um ação (o patrimônio dividido pela quantidade de ações)é um dos indicadores usados pelos investidores para se saber se o papel esta barato ou caro. Esse indicador chegou a 4,92 vezes no fim de 2004 — ou quase cinco vezes o patrimônio. Na sexta-feira, estava em 0,95.

O preço do minério de ferro, principal produto da empresa, acumula uma queda de 30% em três meses, em consequência da redução das compras das siderúrgicas chinesas, seus maiores clientes.

A queda do índice Bovespa no ano chegou a 19% na sexta-feira. Ela acumula em junho a maior perda mensal em 2013, de 7.8%. Apesar de as aplicações superarem as retiradas em RJ 3,4 bilhões no ano até agora, o saldo estrangeiro está negativo cm R$ 4,9 bilhões só em junho. Nos últimos 30 dias, o investidor internacional já retirou mais de RS 8 bilhões da bolsa.

Nesse ambiente, a desvalorização dos ativos locais não se restringe à Vale. Entre as maiores empresas, a Petrobras vem sendo negociada abaixo do valor patrimonial desde julho de 2011. Já a Eletrobras tem patrimônio avaliado em RS 66,7 bilhões, mas seu valor de mercado é espetacularmente menor: R$ 7,84 bilhões.

Se as estatais não são surpresa, a lista de pechinchas da bolsa brasileira inclui outras raridades. A siderúrgica Gerdau, empresa com operações no Brasil e nos Estados Unidos que já chegou a valer quatro vezes o PL, está hoje em 0,81.

Entre as 20 maiores companhias por valor de mercado, a fabricante de cosméticos Natura, a de cigarros, Souza Cruz, e a operadora de cartões de crédito Cielo são as que têm os preços mais “inflados'', negociadas por mais de 15 vezes o patrimônio. 
Fonte: Valor Econômico

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