Justiça: Filha ganha indenização por acidente de trabalho do pai





O dano infligido a um trabalhador acidentado, que restou mutilado, tem reflexos sobre aqueles com quem ele mantêm ligação afetiva. Isso porque expor o trabalhador a risco pode comprometer não só sua incolumidade física, diretamente, mas também, por via reflexa, o patrimônio subjetivo de seus entes.
Com este entendimento, a 3ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul acolheu recurso para reconhecer dano moral por ricochete — ou por afeição —, determinando o pagamento de R$ 50 mil de reparação à filha de ex-operário aposentado por invalidez desde 1998. O trabalhador teve suas indenizações determinadas em sentença proferida em maio de 2006 pela 4ª Vara do Trabalho de Novo Hamburgo, inclusive por dano moral.
Ao contrário da sentença que negou reparação à filha, o colegiado entendeu que este tipo de dano não necessita de comprovação. ‘‘Se o dano moral relaciona-se ao sofrimento psíquico que molestou o patrimônio moral por afeição da demandante, o dano é de todo evidente, prescindindo prova de sua efetiva ocorrência, sendo, pois, in re ipsa’’, explicou o relator do recurso, juiz convocado Marcos Fagundes Salomão.
Para o relator, à época dos fatos, a autora tinha quatro anos de idade e, seguramente, atravessou sua infância presenciando o sofrimento do pai. Houve, pois, ‘‘evidente constrangimento perpetrado em seu meio social, causado pela nova e terrível aparência física do pai’’. O acórdão foi lavrado na sessão do dia 17 de outubro.
Acidente de trabalho
O imbróglio teve início dia 14 de março de 1998, quando o pai da autora sofreu acidente de trabalho ao operar uma máquina industrial da Termosola Fabricação e Injeção de Plásticos, sediada em Novo Hamburgo, na região metropolitana de Porto Alegre. Como resultado, ele teve todos os dedos amputados da mão esquerda e queimaduras de terceiro grau na totalidade das mãos, inclusive dorso e primeiro terço do antebraço.
Em vista do fato, o trabalhador ingressou com Ação Indenizatória na Justiça Comum em novembro de 1998. Os autos só foram parar na 4ª Vara do Trabalho de Novo Hamburgo, em função da declinação da competência cível, em outubro de 2005.
Em 31 de maio de 2006, a então juíza do trabalho Rejane de Souza Pedra — hoje, desembargadora do TRT — julgou a demanda parcialmente procedente. Condenou o empregador a: pagar pensão vitalícia correspondente a 40% do salário percebido à época do acidente, devidamente atualizado; constituir um capital para garantir o cumprimento da obrigação alimentar; reparação moral no valor de 60 vezes o salário-mínimo — R$ 7,2 mil.
A magistrada ainda determinou ao empregador que custeasse o tratamento médico-hospitalar, para a tentativa de regeneração, assim como as cirurgias plásticas na mão e antebraço. Ou seja, a empresa foi compelida a arcar com o custo do tratamento, observada a sua proporção de culpa no episódio — dois terços, segundo apurou o juízo.
Posteriormente, a 3ª Turma do TRT, em acórdão assinado em 22 de novembro de 2006, reformou parte da sentença. Atendendo recurso da empresa, o colegiado excluiu a condenação ao pagamento de despesas com tratamento médico-hospitalar. E, também por unanimidade, deu parcial provimento ao pedido do autor para fixar a pensão vitalícia em 100% dos ganhos; e aumentar a indenização por dano moral para 120 salários-mínimos — R$ 10 mil à época dos fatos.
Reparação moral
Quatro anos depois desta decisão, a filha do trabalhador — já aposentado por invalidez — ajuizou Ação de Indenização por Danos Morais em face daquele acidente. Na época, a autora tinha pouco mais de quatro anos de idade.
Em suas razões, afirmou que passou toda a infância sem poder ter o colo do pai, em razão da condição física deste. Alegou que tinha vergonha de ir com ele ao colégio, pois sabia que seus colegas iriam caçoar da sua aparência, além das chacotas. Disse que sofreu preconceito e discriminação, especialmente por parte dos colegas de escola. Atribuiu à causa o valor de R$ 150 mil.
Sentença improcedente
A juíza Déborah Madruga Costa Lunardi, da 4ª Vara do Trabalho de Novo Hamburgo, afirmou na sentença que não ficou demonstrado qualquer dano à esfera íntima da autora que pudesse amparar pedido indenizatório.
Para tanto, citou o laudo assinado por perito especialista em Psiquiatria. Parte do documento revela: ‘‘Não há qualquer indicativo de transtorno mental no exame da periciada. Pelo contrário, trata-se de uma adolescente saudável, que consegue manter relações interpessoais favoráveis (...). No caso em tela, não há qualquer indício de que o acidente do trabalho do pai tenha trazido qualquer consequência ao seu desenvolvimento’’.
A magistrada também comentou as respostas aos ofícios expedidos pelo juízo às escolas em que a autora estudou. Todas se manifestaram pela inexistência de danos psíquicos ou mesmo de acompanhamento psicológico. Ou seja, foram unânimes em negar a ocorrência de queixas por parte da autora ou de sua família quanto à ocorrência de discriminação e preconceitos por parte de colegas de aula, em razão da aparência da mão esquerda de seu pai.
‘‘Em sendo da autora o ônus da prova quanto à ocorrência dos fatos articulados na petição inicial (artigos 818 da CLT e 333, inciso I, do Código de Processo Civil), não se desonerou satisfatoriamente, de sorte que a pretensão merece indeferimento’’, afirmou a juíza.


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Em Guarulhos, trabalhadores intensificam atos pela Campanha Salarial e Social do setor químico



Trabalhadores da AkzoNobel foram mobilizados pelo Sindiquímicos com o apoio da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Químico – CNTQ, Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo – FEQUIMFAR e seus sindicatos filiados
Na manhã desta quarta-feira, dia 30 de outubro, os trabalhadores da AkzoNobel Indústria de Tintas de Guarulhos retardaram a entrada ao trabalho em protesto pelo andamento da negociação da Campanha Salarial da categoria que tem data-base em 1º de novembro.
As mobilizações em todo o Estado de São Paulo que já ocorreram em Itapetininga, Sorocaba, Ribeirão Preto, Louveira, Porto Feliz, Baixada Santista, Rio Claro e Salto intensificam a Campanha Salarial dos Químicos 2013/2014, que está com dificuldade para avançar devido à recusa patronal em discutir as reivindicações da categoria química. 

Com a 3ª Rodada de negociações agendada para esta quinta-feira, dia 31, 10h na Sede da FEQUIMFAR, os químicos do Estado de São Paulo seguem mobilizados nesta campanha e não descartam uma greve a ser deflagrada em novembro  caso a proposta a ser apresentada pela bancada patronal não atenda os anseios dos trabalhadores
As principais reivindicações são:
Piso salarial de R$1.300,00
Piso para Técnico Químico no Valor de R$1.800,00
Reajuste Salarial = 6% de aumento real +  INPC/IBGE*
PLR no valor de 2 Pisos
*A estimativa do INPC é de 5,63%

“Vivenciamos a expectativa de que a bancada patronal seja coerente com o atual cenário do setor e possa atender nossa proposta. Caso contrário, conforme, aprovado em assembleia pelos trabalhadores, devemos iniciar novembro com greve por tempo indeterminado. Espero não tenhamos que optar pela greve e assim como nos anos anteriores, que as propostas sejam atendidas em mesa de negociação”, diz Antonio Silvan Oliveira, presidente do Sindicato dos Químicos de Guarulhos e Região – Sindiquímicos e Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Químico – CNTQ
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Vale adia negociação com trabalhadores



Fonte: Thassiana Macedo/Jornal da Manhã

Representantes da Vale Fertilizantes se reuniram esta semana com o Sindicato dos Trabalhadores de Indústrias Químicas e Farmacêuticas de Uberaba e Região (Stiquifar) para apresentação de contraproposta à pauta de reivindicações entregues à empresa. No entanto, a Vale decidiu marcar uma nova rodada de negociações na semana de 11 a 14 de novembro, cujo agendamento será feito nos próximos dias. Trabalhadores pedem atenção da empresa às cláusulas financeiras que contêm reivindicações como reajuste salarial, aumento real, reajuste do tíquete-refeição, entre outras.
Segundo a presidente do Stiquifar, Maria das Graças Carriconde, a empresa se negou a conceder qualquer uma das demais reivindicações, não atendendo a nenhum novo pedido, a não ser a manutenção das cláusulas do Acordo Coletivo 2012/2013. Neste caso, se a nova rodada não oferecer avanços nas negociações por parte da empresa, os trabalhadores poderão considerar a possibilidade de uma paralisação, como tem ocorrido em outras unidades da Vale pelo país. “Os trabalhadores estão tremendamente insatisfeitos porque a tabela de salários da Vale provoca achatamento salarial de alguns profissionais, desconsiderando a correção anual. Para se ter uma ideia, tem dois anos que essa tabela está congelada. É uma forma de reduzir os salários”, destaca.
Maria das Graças ressalta que os principais motivos de descontentamento e revolta é o fato de que trabalhadores receberem salário abaixo da faixa inicial da função e também há aqueles que recebem promoções sem ter aumentos salariais. O sindicato acusa a empresa de não demonstrar interesse em corrigir as falhas e de negar pedidos na hora da negociação do novo acordo coletivo. Logo que a segunda rodada de negociação for realizada, o resultado será divulgado e, caso necessário, será iniciado o processo de mobilizações. A reportagem entrou em contato com a Vale, através de sua assessoria de imprensa, para comentar o assunto, mas não houve resposta.





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Vale Fertilizantes: Stiquifar não hesitará em convocar mobilização para garantir direitos dos trabalhadores


Diante da recusa da Vale em discutir pontos importantes de nossa pauta de reivindicações teremos tempos difíceis NESTE PROCESSO NEGOCIAL. A Vale tem uma política de desvalorização dos trabalhadores implantando  de forma deliberada ações que na prática servem apenas como "provocação" para várias identidades operárias, não dando nenhuma  importância ao bem maior que qualquer empresa, com responsabilidade social, possui que são seus empregados.
Ao longo destes últimos 3 anos o Stiquifar, tem procurado um entendimento com a Vale para resolver todas as demandas dos trabalhadores que são: condições de saúde, segurança, meio ambiente e realinhamento salarial. Tal situação instalada pela empresa (condição de todos os sindicatos onde a VALEFERTIL possui unidade)  vem levando as entidades sindicais a procurar alternativas em suas ações visando garantir as conquistas adquiridas, tais como: adicional de férias diferenciado, adicional noturno acima da lei, GTT (gratificação de trabalho de turno), plano de saúde, plano odontológico, dentre outras. 

Vale ressaltar que recentemente o Stiquifar tentou mais uma vez resolver as questões relacionadas com a exposição dos trabalhadores aos agentes agressivos, poeira e ruído com levantamento de área das unidades I, II da Vale de forma conjunta mas a falta de comprometimento e lisura no processo nos obrigou a se retirar, ficando com alternativa de ingresso na Vara do Trabalho para reclamar adicionais de insalubridade e periculosidade.


Acreditamos que se a direção da Vale Fertilizantes não mudar sua postura no processo negocial atual, teremos que nos mobilizar como aconteceu com as principais categorias no decorrer deste ano em todo o país. Os trabalhadores do segmento químico do estado de SP , já se encontram mobilizados, e o STIQUIFAR não hesitará em convocar uma mobilização para garantir  condições melhores neste processo negocial .
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Copa dos Campeões de Futsal Stiquifar



































































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Abertas inscrições para o campeonato de futsal do Stiquifar


ATENÇÃO TRABALHADORES "Estão abertas as inscrições do campeonato de futebol de salão promovido pelo “STIQUIFAR”, as equipes interessadas devem entrar em contato com o organizador BATUTINHA pelo telefone 8855-2318 / 9796-0048, ou pelo E-mail CSANTOS@SIPCAM-UPL.COM.BR , as inscrições devem ser feitas até o dia 15/11, através de contato com o organizador." NÃO PERCA TEMPO!!
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FMC tem lucro de US$ 17,9 mi no trimestre, queda de 80%


Empresa destaca aumento dos negócios na América Latina

A receita da FMC aumentou 16% na comparação do terveiro trimestre deste ano com o mesmo período em 2012, mas o lucro caiu 80% 

A FMC Corporation obteve lucro líquido consolidado de US$ 17,9 milhões (US$ 0,13 por ação) no terceiro trimestre, queda de 80% ante o mesmo período do ano passado. Areceita aumentou 16% na mesma comparação, para US$ 957,4 milhões, conforme balanço distribuído na noite desta segunda-feira, 28.

De acordo com a empresa, os resultados do terceiro trimestre incluem encargos, depois de impostos, de US$ 92,3 milhões. No mesmo período do ano passado, os encargos foram de US$ 17,1 milhões. Excluindo-se esses itens, o lucro ajustado no terceiro trimestre deste ano foi de US$ 0,82 por ação, um aumento de 7% na comparação anual.

O segmento FMC Agricultural Solutions registrou lucro de US$ 114,2 milhões no terceiro trimestre, 13% mais que o do mesmo período de 2012. O volume de vendas maior foi parcialmente contrabalançado pelo mix regional, por investimentos e pela volatilidade cambial de curto prazo, disse a empresa em comunicado.

As vendas do segmento na América Latina aumentaram consideravelmente, refletindo uma área semeada maior com algodão e soja e uma demanda crescente por novos produtos, segundo a FMC.


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Vale Fertilizantes não apresenta nenhuma proposta para as reivindicações dos trabalhadores



Na data desta terça-feira (29/10) o STIQUIFAR se reuniu com representantes da Vale para receber a contra-proposta da empresa à Pauta de Reivindicações discutida e votada pelos trabalhadores.
A empresa não apresentou nenhuma proposta para as cláusulas financeiras, ou seja, às cláusulas que contém reivindicações como Reajuste Salarial, Aumento Real, Reajuste do Ticket Refeição, etc., e propôs discutir essas questões em uma nova reunião que deverá ocorrer na semana de 11 a 14 de novembro, cujo agendamento será feito daqui há uns dias.
Quanto às demais reivindicações a empresa se negou a conceder qualquer uma delas, não atendendo a nenhum outro pedido, a não ser a manutenção das cláusulas do Acordo Coletivo 2012/2013.
O STIQUIFAR deixou bastante claro na mesa que a situação da tabela salarial, onde existem centenas de casos de trabalhadores que recebem abaixo da faixa inicial da função e também dos inúmeros casos de trabalhadores que recebem promoções sem ter aumentos salariais, ou que tenham somente alguns trocados como recompensa tem sido o principal motivo de descontentamento e revolta desses trabalhadores.
Apesar de termos cobrado uma solução para esses casos incontáveis vezes o ano inteiro, a empresa em momento nenhum demonstrou interesse em corrigir essas gritantes diferenças, e agora, na hora de negociar um novo Acordo Coletivo ela deixa muito claro que não vai acatar nosso pedido de realinhamento salarial que consta na Pauta e as injustiças continuarão existindo. O STIQUIFAR tenta de todas as formas uma solução negociada para isso e a empresa se nega a corrigir essas discrepâncias.
Da forma como as coisas vem acontecendo, e pela nossa experiência, estamos prevendo momentos muito difíceis este ano para que um Acordo Coletivo seja feito o mais próximo do que esperam os trabalhadores e por esse motivo temos que mobilizar a categoria para lutarmos pelos nossos interesses.
Somente com a nossa mobilização é que poderemos mostrar para a Vale a nossa força e fazer a empresa entender que os trabalhadores merecem um tratamento melhor.

Logo que a segunda rodada de negociação seja realizada estaremos divulgando o resultado da mesma e, caso necessário, promovendo mobilizações para que, com o apoio de todos os trabalhadores o Sindicato possa chegar o mais próximo possível dos nossos objetivos. 
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Em Itapetininga, trabalhadores intensificam manifestações pela Campanha Salarial e Social do setor químico



Na manhã de hoje, líderes da FEQUIMFAR e Sindicatos filiados estiveram em frente à fábrica da 3M, em Itapetininga, para pressionar o setor patronal a negociar a pauta de reivindicações da categoria química. Jurandir Pedro de Souza, tesoureiro da FEQUIMFAR e presidente do STI Itapetininga, afirma: “Como ainda não tivemos avanços na mesa de negociação, vamos manter a mobilização nas portas das empresas e se preciso, iremos paralisar algumas empresas para pressionar o setor patronal pelo aumento real dos salários”.
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Químicos da Baixada Santista mobilizam trabalhadores do setor químico por aumento real


No último fim de semana, dirigentes do STI Baixada Santista, coordenados pelo presidente Herbert Passos, fizeram manifestações na porta de indústrias químicas de Cubatão e atrasaram as trocas de turno. Passos diz que a mobilização continua ainda essa semana e o objetivo é pressionar os representantes patronais: “lutamos por um aumento real digno aos trabalhadores que os patrões chamam de ‘colaboradores’. Mas infelizmente, na hora de colaborar com a categoria, fazem pouco”. Dando prosseguimento à Campanha Salarial e Social 2013/2014 do setor químico, foram feitas manifestações nas fábricas da Vale, da Braskem, Angloamerican/Copebrás e da Columbian Chemicals.
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Mosaic comprará negócio de fosfato da CF Industries por US$1,2 bi



A fabricante de fertilizantes Mosaic informou que vai comprar a unidade de mineração e processamento de fosfato da CF Industries Holdings por 1,2 bilhão de dólares em dinheiro.

A Mosaic vai adquirir a mina de fosfato de 22 mil acres South Pasture, uma planta de processamento de fosfato e amônia, terminais e armazéns da Flórida.
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Petroleiros arrancam 8,56% de aumento, compromisso da Petrobrás de não retaliar trabalhadores grevistas


Na maior parte do país, assembleias aprovaram acordo e suspenderam a paralisação

Escrito por: FUP



Após pressão da FUP e de seus sindicatos, exigindo que a Petrobrás e subsidiárias garantissem por escrito que não haverá retaliações contra os grevistas, a empresa apresentou na madrugada da ultima quarta-feira, 23, uma nova redação, se comprometendo a não punir os trabalhadores em greve.

Por considerar que a proposta conquistada pela categoria na luta tem avanços significativos e atende às principais bandeiras desta campanha, a FUP e seus sindicatos indicam a sua aprovação e suspensão da greve.

A greve nacional realizada pelos petroleiros, com parada de produção em várias unidades, já entrou para a história do movimento sindical brasileiro e pautou na sociedade a importância do petróleo para a soberania da nação. Ao transformarem a greve no principal enfrentamento ao leilão de Libra, os petroleiros politizaram a campanha reivindicatória, assim como fizeram na greve de maio de 1995, que foi determinante para impedir a privatização da Petrobrás.

Agora em outubro de 2013, mais uma vez os petroleiros fazem história. A força da greve foi fundamental para fazer a empresa avançar na mesa de negociação e arrancar uma proposta com avanços significativos, inclusive o fundo garantidor para os trabalhadores terceirizados, uma conquista fundamental para fortalecer a luta da categoria contra o PL 4330. Antes da greve, a Petrobrás sequer tinha respondido aos principais pleitos dos petroleiros. Ao atenderem ao indicativo de greve da FUP, os trabalhadores alteraram completamente a correlação de forças com a empresa, fortalecendo as direções sindicais no processo de negociação.

Respaldada pela greve, a FUP rejeitou em mesa a segunda proposta da Petrobrás e buscou ao longo de toda  terça-feira, 22, os avanços cobrados pelos trabalhadores. A terceira proposta, arrancada na mesa após mais de cinco horas de negociação, além das conquistas econômicas e sociais, garantiu o abono de metade dos dias parados e a compensação dos demais, sem reflexos para os trabalhadores.

O Conselho Deliberativo da FUP, no entanto, considerou ainda insuficiente, já que a Petrobrás não tinha amarrado por escrito o compromisso de que não haverá punições, aos trabalhadores que fizeram a greve. Esse ponto foi considerado essencial pelas direções sindicais para deliberarem pelo indicativo de aceitação. Por volta das 21h de terça-feira, 22, a FUP retornou à Petrobras e deu início a mais uma etapa da negociação, buscando a garantia da empresa de que não haverá punições aos petroleiros grevistas. Somente na madrugada de quarta, 23, a empresa encaminhou uma nova redação, assumindo esse compromisso.

Principais avanços – O reajuste de 8,56% na Remuneração Mínima por Nível e Regime (RMNR), que significa um ganho real entre 1,82% e 2,33%, é um dos maiores conquistados pelas categorias em campanha. Antes da greve, o reajuste proposto pela Petrobrás era de 7,68%. O ganho real arrancado pelos petroleiros na luta é superior, por exemplo, ao dos metalúrgicos e ao dos bancários, mesmo após 20 dias de greve.

A proposta conquistada também garantiu avanços importantes para os aposentados e pensionistas, como o atendimento do pleito histórico da FUP de isonomia dos três níveis salariais recebidos pela ativa nos acordos de 2004, 2005 e 2006. Antes da greve, a proposta da Petrobrás era de remeter essa reivindicação para uma comissão se posicionar em 180 dias. A nova proposta garantiu o pagamento dos níveis para todos os aposentados e pensionistas com ações transitadas em julgado.

A greve foi também preponderante para sepultar de vez o famigerado GD, uma das heranças malditas da era FHC. A nova proposta atende a um pleito antigo do movimento sindical de avanço automático de Pleno para Sênior, nas carreiras de nível médio, nos mesmos moldes praticados para os trabalhadores Júnior. Na campanha passada, a FUP já havia conquistado o avanço automático de nível a cada 12, 18 e 24 meses. Soma-se a isso, a conquista de mais uma dobradinha, garantindo o retorno do extra-turno de todos os feriados nacionais laicos.

Além disso, a nova proposta avança no sentido de ampliar a igualdade de direitos entre os trabalhadores das subsidiárias e da holding. Após anos de cobrança da FUP, a Transpetro concordou, finalmente, em garantir a AMS para os aposentados e pensionistas, pleito que também será extensivo aos trabalhadores da Petrobrás Biocombustível.

Outra conquista importante, principalmente para os aposentados e pensionistas, é a reformulação do benefício farmácia, que passará a custear integralmente os medicamentos para todos os petroleiros, inclusive das subsidiárias. Em contrapartida, os beneficiários terão um desconto fixo mensal com valores entre R$ 2,36 e R$ 14,17, de acordo com a faixa de renda.

Conquistas arrancadas na greve:

• Reajuste de 8,56% na RMNR, o que representa ganho real entre 1,82% e 2,36%.

• Abono salarial de uma remuneração, sendo que o menor valor pago será de R$ 7.200,00.

• Reajuste de 8,56¨% dos adicionais, gratificações, benefícios educacionais e do Programa Jovem Universitário.

• Abono de metade dos dias parados e compensação do restante, com o compromisso da Petrobrás e subsidiárias de que não haverá reflexos dos dias parados, nem punições contra os grevistas.

• Extensão para os aposentados e pensionistas que tenham ações transitadas em julgado dos três níveis conquistados pelos trabalhadores da ativa nos acordos de 2004, 2005 e 2006. Para os demais casos, a Petrobrás apresentará uma proposta em 180 dias.

 Extra-turno – pagamento das horas extras do feriado de 21 de abril para os trabalhadores do turno, garantindo, assim, a retomada das dobradinhas de todos os feriados nacionais laicos.

 Fundo garantidor – a Petrobrás compromete-se a exigir das empresas prestadoras de serviço caução, seguro garantia ou depósito bancário no valor equivalente de 1% a 5% do valor global do contrato.

 PCAC – implementação a partir de julho de 2014 do avanço automático de Pleno para Sênior nas carreiras de nível médio no final da faixa, nos mesmos moldes do que já é praticado para os trabalhadores Júnior.

• Benefício Farmácia – a Petrobrás concorda em custear integralmente os medicamentos para todos os trabalhadores, aposentados e pensionistas, com desconto fixo mensal de R$ 2,36 a R$ 14,17, de acordo com a faixa de renda. A Transpetro e a Petrobrás Biocombustível se comprometem a implementar o benefício para todos os seus trabalhadores, inclusive aposentados e pensionistas.

 Extensão da AMS para os aposentados da Transpetro e da Petrobrás Biocombustível até junho de 2014.

 Pagamento de 100% das horas extras dos trabalhadores da manutenção e do regime administrativo.

 Auxílio alimentação – além do reajuste de 10,24%, a Petrobrás concordou com o pleito da FUP em garantir o direito do trabalhador optar entre receber o valor em dinheiro, vale refeição ou em vale alimentação. No caso de vale refeição, fica mantido o mesmo valor do auxílio (R$ 831,16), mas para o vale alimentação, a empresa informou que respeitará o limite legal.

 Licença paternidade de 10 dias, extensão da licença maternidade para as mães de prematuros pelo mesmo período em que o bebê permanecer internado após o parto

 Extensão do Programa Jovem Universitário para todos os cursos de nível superior e ampliação para mais um mês em cada semestre da cobertura das despesas com compras de livros dos estudantes de universidades privadas.

 Restabelecimento do convênio da Petrobrás com o INSS para pagamento dos benefícios da Petros – a empresa se compromete a enveredar todos os esforços necessários para a retomada do convênio.

 Plano Petros-2 - a empresa implantará alternativa, opcional ao participante, para reduzir o impacto da defasagem de implantação entre o Plano Petros 2 e a opção pelo BPO, considerando a diferença das contribuições realizadas nesse período. A Petrobrás Biocombustível se compromete a implementar em 2014 o serviço passado dos participantes do Plano Petros-2.

 Regimes e jornadas – a empresa concorda em retirar da proposta a jornada de 4x3 e remete para a Comissão de Regimes e Jornadas a discussão de um acordo nacional nas paradas de manutenção.

Acordo conquistado na greve já foi aprovado em diversas bases da FUP – Os trabalhadores do Sistema Petrobrás da maior parte das bases da FUP aprovaram o Acordo Coletivo conquistado pela categoria após sete dias de greve. As assembleias já foram concluídas na Bahia, Minas Gerais, Amazonas, Paraná/Santa Catarina, Duque de Caxias e nas unidades do Unificado-SP. Em todas essas bases, os trabalhadores aprovaram o acordo e a suspensão da greve.

No Ceará, Rio Grande do Sul e em Pernambuco/Paraíba, os indicativos da FUP também estão sendo amplamente aprovados pelos petroleiros, que concluem amanhã as assembleias. No Norte Fluminense, as assembleias serão realizadas hoje a noite, nas sedes do sindicato em Macaé e em Campos.

No Espírito Santo, a greve foi suspensa, mas a proposta da Petrobrás só será avaliada a partir de amanhã. No Rio Grande do Norte, os trabalhadores também se posicionarão sobre o acordo nesta quinta-feira, 24.

Divisionistas propõem continuar greve que sequer começaram

O Acordo Coletivo arrancado na greve já pode ser considerado uma das mais importantes conquistas dos trabalhadores do Sistema Petrobrás nos últimos anos. O acordo conquistado, além de resolver questões históricas e estruturantes da categoria, contempla as principais reivindicações dos trabalhadores diretos, terceirizados, bem como aposentados e pensionistas.

No entanto, como sempre acontece nas campanhas reivindicatórias conduzidas pela FUP, as direções sindicais das bases da FNP mais uma vez tentam desqualificar as conquistas. Ao longo desses sete dias de greve, a categoria comprovou que entre o discurso e a prática dos divisionistas, há uma distância gigantesca.

Enquanto as direções da FUP e de seus sindicatos estavam na linha de frente de uma das mais emblemáticas greves dos últimos tempos, as direções divisionistas rateavam, propondo 24 horas de paralisação e, ainda assim, nem isso fizeram no dia 17, data da deflagração do movimento. Agora, para manter o discurso de "combativos", propõem aos petroleiros que continuem uma greve que eles sequer começaram.

Se a categoria dependesse nacionalmente dessas direções pelegas e aventureiras, aí, sim, teríamos um acordo rebaixado.
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Empresa que negou pagar cirurgia a funcionário é condenada em R$ 100 mil



O Tribunal Superior do Trabalho condenou em R$ 100 mil empresa que se negou a pagar cirurgia para salvar a visão de um empregado acidentado, por alegar que o Sistema Único de Saúde faria o procedimento sem custos. A negligência custou a perda completa da visão do olho esquerdo do trabalhador, que se tornou parcialmente incapacitado para exercer a função profissional. O pagamento servirá como indenização por danos morais.
O acidente ocorreu quando, ao entrar na sede da empresa, o funcionário teve o olho perfurado por uma haste de prensa. Em vez de providenciar tratamento médico urgente, a empresa alegou que não estaria obrigada a arcar com atendimento particular, pois a intervenção cirúrgica poderia ser realizada pelo SUS.
Porém, devido à falta de vagas no sistema, e, consequentemente, à demora para o atendimento, o trabalhador não conseguiu reparar o acidente, perdendo totalmente a visão do olho esquerdo. Com isso, alega, também teve prejudicada 30% da sua capacidade laboral.
Ao examinar o caso, o juízo de primeiro grau verificou a culpa por parte da empregadora e o nexo de causalidade entre o acidente de trabalho e a lesão, determinando indenização de R$ 45,6 mil por dano moral. Para a decisão, foi levado em consideração o sofrimento do trabalhador por não lhe ter tido a chance de fazer o procedimento cirúrgico com prontidão para que recuperasse a visão.
Indenização aumentada
Tanto a empresa quanto o trabalhador recorreram da decisão. O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) negou provimento ao recurso da empresa, mas acolheu parcialmente o do funcionário, aumentando a indenização para R$ 100 mil. No entendimento da corte, o comportamento omissivo da empresa, que não se empenhou para dar toda a assistência possível ao empregado, gerou dano irreversível.
Para aumentar a indenização, o TRT-4 levou em consideração especialmente o fato de que a operação que poderia ter revertido a cegueira custaria à empresa R$ 6 mil, enquanto o capital social do grupo econômico como um todo correspondia a R$ 2 milhões.
A empresa interpôs novo recurso, desta vez no TST, alegando que o valor atribuído à indenização fugia à razoabilidade. A Segunda Turma, seguindo voto do ministro José Roberto Freire Pimenta, não conheceu do recurso neste ponto, ficando mantida a decisão do Regional. Com informações da Assessoria de Imprensa do TST.


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Empregador tem de pagar por dano moral se quebrar promessa de emprego

 

É dano moral indenizável a frustração experimentada pelo candidato que não conseguiu o emprego, depois de ter preenchido todos os requisitos e já com os documentos e atestados prontos para a assinatura do contrato de trabalho. Com esse entendimento, a 5ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul reformou sentença para reconhecer dano moral numa admissão ''abortada'', ocorrida em São Jerônimo.
A relatora do recurso na corte, juíza convocada Brígida Barcelos Toschi, constatou que a cópia da Carteira de Trabalho do autor traz o carimbo de contratação, datado de 21 de março de 2012, sobreposto por outro, marcado como ‘‘anulado’’, com a assinatura do empregador. Também viu o atestado de saúde ocupacional, devidamente assinado pelo médico examinador.
‘‘A anotação do contrato de trabalho na CTPS do reclamante, ainda que tenha ocorrido antes da devolução do documento, revela o ânimo na contratação e invariável certeza subjetiva, que foi frustrada em razão de fato superveniente, acarretando ao reclamante abalo na sua esfera psicológica, e sua expectativa de melhora na sua condição social’’, reconheceu a relatora.
Com a falta de regulamentação dos efeitos do pré-contrato na Consolidação das Leis do Trabalho, conforme autoriza o artigo 8º, a relatora entendeu cabível a aplicação subsidiária do Código Civil. O artigo 427 do Código, na Seção II, diz que ‘‘a proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso’’.
Assim, a juíza deu provimento ao recurso para condenar o empregador ao pagamento de indenização por dano moral, pela frustração de promessa, no valor arbitrado de R$ 2,2 mil, considerado como parâmetros o valor do salário ajustado e a carga horária de 220 horas. O acórdão foi lavrado dia 17 de outubro.
O caso
O autor contou, na inicial, que passou por todo o processo seletivo na empresa, a fim de preencher uma vaga em obra a ser realizada no estado do Ceará. Disse que após promessa de contratação imediata, se submeteu à consulta médica para aquisição de atestado de saúde ocupacional, deixando a documentação necessária na empresa em 20 de março de 2012. A contratação teria duração de sete meses.
Entretanto, após duas semanas de espera da confirmação da viagem, foi surpreendido com a informação de que a empresa não tinha mais interesse na sua contratação. Pediu o pagamento de indenização pela quebra contratual e de indenização por danos morais, em valor a ser arbitrado pela Justiça.
A juíza Lila Paula Flores França, da Vara do Trabalho de São Jerônimo, afirmou na sentença que o autor da reclamatória não produziu prova de promessa de emprego, mas somente entrega de documentação para fins de análise.
Para ela, a realização do exame admissional pelo candidato não implica em efetivação da contratação, tendo em vista que o documento tem justamente o objetivo de demonstrar se o trabalhador tem capacidade para ocupação da vaga pretendida.

‘‘Ainda, não se teve um direito moral lesado, visto que não foi dada garantia de contratação, tendo este criado uma mera expectativa de preenchimento da vaga. Por tudo isso, julga-se improcedente os pedidos de condenação da reclamada ao pagamento de indenização pela quebra contratual e indenização por danos moral’’, disse a juíza. A decisão acabou revertida.
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FEQUIMFAR e Sindicatos Químicos filiados intensificam mobilizações na base pela campanha salarial e social



Com o objetivo de pressionar os patrões pelo aumento real dos salários dos trabalhadores do setor químico, dirigentes da FEQUIMFAR e Sindicatos filiados estão realizando manifestações em diversas regiões do estado de SP.
As mobilizações intensificam a Campanha Salarial dos Químicos 2013/2014, que está com dificuldade para avançar devido à recusa patronal em discutir as reivindicações da categoria química.  
“Não tivemos avanços na mesa de negociação e lamentamos a intransigência patronal em não querer debater as reivindicações da categoria. Vamos manter a mobilização nas portas das empresas e se preciso, iremos paralisar algumas empresas para pressionar o setor patronal pelo aumento real dos salários”, declara Sergio Luiz Leite, presidente da FEUQIMFAR.
Sorocaba e região
A primeira fábrica que teve suas atividades paralisadas por 2h foi a Ihara, em Sorocaba. Com a presença de Jurandir Pedro de Souza, tesoureiro geral da FEQUIMFAR, e Carlos Alberto dos Santos, presidente do STI Sorocaba, a manifestação do dia 22 de outubro reuniu diversos trabalhadores, que foram alertados sobre a falta de interesse patronal diante das negociações.

Rio Claro e região
A FEQUIMFAR e seus Sindicatos filiados uniram-se aos Químicos de Rio Claro para mobilização na empresa Tigre, no dia 23 de outubro. O ato contou com a presença de Levy Gonçalves, diretor da FEQUIMFAR, e Djalma de Paula, presidente do STI Rio Claro, que mobilizaram os trabalhadores também por 2h.

Salto e região
No dia 24 de outubro, para intensificar as manifestações pelo aumento real dos salários, dirigentes do STI Salto, coordenados por Raildo Vieira, e apoio da FEQUIMFAR, realizaram manifestação na porta da empresa Lanxess.


Louveira e região
Diversos representes do STI Louveira estiveram unidos em mais uma mobilização no dia 25 de outubro, em frente a Empresa Provider. Regina Baialuna, presidente do STI Louveira, esteve coordenando o ato que contou com o apoio de diversos trabalhadores.
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Vale espiona líderes e se infiltra em movimentos sociais, diz ex-funcionário


 Fonte: Agência Senado 

Espionagem de jornalistas, funcionários e lideranças de organizações sociais; infiltração de pessoas em movimentos sociais e sindicais para obter informações privilegiadas e que contaram até mesmo com o auxílio de agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para treinamento;  e pagamento de propina a agentes públicos. Estas foram algumas das acusações feitas pelo ex-funcionário André Almeida à mineradora Vale S.A, durante audiência pública da Comissão de Direitos Humanos (CDH) realizada nesta quinta-feira (24).
Para André, que afirma ter trabalhado na área de segurança da empresa e vivenciado as práticas citadas, mesmo antes de ser privatizada a Vale já monitorava quem a interessasse, mas o método foi intensificado durante a gestão de Roger Agnelli, entre 2001 e 2011, e continua na atual administração.

Vale espionou funcionários e líderes sindiciais, denunciou André Almeida

Segundo o ex-funcionário, sempre na busca por lucros e com o intuito de neutralizar quem pudesse expor as violações de direitos humanos cometidas para esse enriquecimento – como os acidentes nos trilhos da Vale, sempre classificados como suicídios, isentando-a de pagar multas –, propinas eram pagas a funcionários de órgãos de segurança do governo, sigilos bancários eram quebrados, informações sigilosas do sistema Infoseg, do governo, eram acessadas e grampos telefônicos e dossiês contra políticos e representantes de movimentos sociais eram elaborados.
– O que a Vale gasta anualmente para monitorar seus empregados, os movimentos sociais diversos e políticos, poderia ser gasto com as comunidades se ela saísse de seu pedestal e conversasse com os movimentos – declarou.
Para o advogado do ex-funcionário, Ricardo Ribeiro, as acusações podem ser provadas por fotografias, notas fiscais e planilhas apresentadas à justiça na representação que move contra a Vale desde março de 2013. Ele foi demitido um ano antes. De acordo com Ricardo, foi “criado um FBI dentro da Vale, onde pode tudo, se investiga tudo”.
Apesar de convidada para a audiência, a Vale não enviou representante para apresentar a defesa da instituição durante a audiência. A presidente da comissão, senadora Ana Rita (PT-ES) afirmou que cobrará por escrito a manifestação da empresa e os resultados da investigação e auditoria internas que, segundo André, foram realizadas.
Código da Mineração
Dom Guilherme Werlang, presidente da Comissão Pastoral para os Serviços de Caridade, Justiça e Paz da CNBB, lamentou a falta de debate público sobre os impactos que a indústria da mineração causa às populações vizinhas às áreas de exploração. Segundo ele, o poder econômico jamais pode ser sobreposto ao valor da vida do planeta, do meio ambiente, do ecossistema e das pessoas. Também repudiou o monitoramento ilegal denunciado, que comparou com práticas que remontam ao período da ditadura brasileira e afirmou ser o diálogo a única saída para evitar perdas de ambos os lados.
O religioso disse  que está bastante preocupado com a discussão do Marco Regulatório da Mineração na Câmara dos Deputados, porque, em sua opinião, tem priorizado o aspecto econômico da extração mineral, em detrimento dos aspectos sociais, ambientais, espirituais e culturais dos territórios e das populações.
- São preocupantes as ameaças que recaem sobre comunidades quilombolas, populações tradicionais, pequenos agricultores, áreas de proteção ambiental, e notadamente a mineração em áreas indígenas sem uma interação com o Estatuto dos Povos Indígenas, que espera aprovação desde 1991 – acrescentou.
Gabriel Strautman, coordenador de projetos da ONG Justiça Global, que monitora as violações de direitos humanos cometidas no âmbito de grandes empreendimentos e dá assistência jurídica aos atingidos, também apontou a necessidade de realização de debates sobre os projetos (PLs37/11 e 5807/13), em discussão na comissão especial da Câmara. Ele entende que, se nada for alterado, a proposta vai ser votada em novembro “a toque de caixa”.
O representante da Justiça Global disse ainda que a Vale é uma empresa arrogante, preconceituosa, pouco dada ao diálogo com as comunidades que estão no caminho de seu lucro e, principalmente, com os atingidos por ela. Para Gabriel, o Estado é ausente e até mesmo conivente, pois "financia as ações da mineradora por meio de financiamento público e permite a flexibilização de leis ambientais para legitimar a atuação considerada devastadora".
Gabriel estranha a pouca cobertura dada ao caso, que veio a público em abril. "Poucos meios de comunicação falaram do problema, e até mesmo os jornalistas espionados, como Vera Durão, do Valor Econômico, nunca fizeram menção ao assunto", salientou . Na opinião dele, o poder econômico causou o silêncio, já que a Vale pagara anúncios no jornal.
Investigações
A representação ao Ministério Público, inicialmente feita via Rio de Janeiro, foi transferida para o Pará, onde está a cargo da Procuradora da República no estado, Nayana Fadul, que também participou da audiência pública nesta quinta-feira. A investigação ainda está no início, e os debates da audiência pública, além dos documentos encaminhados por André Almeida e Gabriel Strautman, serão analisados e considerados, informou a procuradora. Além disso, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e o Ministério da Justiça, que enviaram representantes à audiência, acompanharão o caso.
Javier Mujica, delegado da Federação Internacional dos Direitos Humanos (FIDH), lembrou que o Estado brasileiro, de acordo com a Declaração das Nações Unidas sobre os Defensores dos Direitos Humanos, tem a obrigação de proteger seus cidadãos contra as violações aos direitos humanos cometidas por terceiros, incluindo empresas, assim como o dever de adotar as medidas necessárias para prevenir, investigar, castigar  e reparar os abusos.
Ele sugeriu que o Senado crie uma comissão de investigação sobre o tema, e pediu que o Ministério Público, o Ministério da Justiça e a Polícia Federal façam uma investigação séria, livre de pressões e com conclusão em um prazo razoável.




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Bunge tem prejuízo com fraco desempenho em açúcar no Brasil


 A gigante norte-americana do agronegócio Bunge divulgou nesta quinta-feira perdas trimestrais por conta do fraco desempenho de seu negócio de açúcar no Brasil, e disse que está explorando alternativas em relação ao setor.
A Bunge teve prejuízo líquido de 137 milhões de dólares no terceiro trimestre, que terminou 30 de setembro, ante um lucro de 289 milhões no mesmo trimestre há um ano.
A receita do trimestre foi de 14,7 bilhões de dólares, abaixo das expectativas dos analistas de 16,9 bilhões, segundo a Thomson Reuters I/B/E/S. Há um ano, a receita foi de 16,5 bilhões de dólares.
A Bunge teve prejuízo de 0,94 dólar por ação (excluindo determinados ganhos e perdas), abaixo da média das estimativas dos analistas de um lucro de 2,21 dólares e dos 1,92 dólar por ação obtidos um ano antes.
Suas operações de moagem de açúcar no Brasil "enfrentaram condições meteorológicas continuamente abaixo do ideal e baixos preços globais do açúcar, bem como adversidades estruturais como inflação de custos domésticos e preços limitados do etanol", disse o diretor-executivo da empresa, Soren Schroder, em um comunicado.
"Tendo em conta os desafios enfrentados pela indústria brasileira, nós começamos um processo abrangente para explorar todas as alternativas para otimizar o valor deste negócio", disse ele.
Schroder, que assumiu o comando em 1 de junho, havia dito anteriormente que a Bunge iria cortar seus gastos de capital em 2013 para 1 bilhão de dólares, ante 1,2 bilhão, a fim de impulsionar os resultados financeiros.
A empresa disse que estava planejando um orçamento de investimentos de 900 milhões dólares para 2014, "com foco em projetos de crescimento e produtividade com prazos de retorno menores".
A Bunge está entre os quatro maiores players do mercado conhecidos como "ABCD", que dominam o fluxo de produtos agrícolas em todo o mundo. Os outros são a Archer Daniels Midland, a Cargill e a Louis Dreyfus .
Os lucros da Bunge vêm da compra, venda, transporte e processamento de produtos agrícolas.


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