Empresas devem manter este ano os reajustes de 2012 incluindo PLR


Os reajustes salariais em 2013 tendem a superar a inflação neste ano. Essa é a percepção de representantes de 201 empresas consultadas pela Towers Watson, uma das maiores consultorias globais de remuneração. A pesquisa inédita mostra que 59% dos entrevistados acreditam que o aumento salarial será real, ou seja, acima do índice de preços. O levantamento mostra que, nos últimos anos, a maioria dos acordos coletivos garantiram ganhos reais, superando em um ou dois pontos percentuais o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Considerando o grupo de empresas que preveem reajustes acima do índice de preços, 72% projetam ganhos reais de até 2%. Os 28% restantes acreditam que o aumento acima da inflação será superior a 2%. Essas projeções merecem uma ponderação, segundo o consultor sênior Christian Mattos, líder da área de dados e serviços de informações, talentos e recompensas da Towers Watson. Como a inflação tem se mostrado alta mês após mês, é possível que as empresas refaçam as contas e repensem as suas projeções.
"Com a alta da inflação, o reajuste por mérito pode sofrer e ficar menor", afirma o consultor.
Por ora, a pesquisa mostra que as companhias mantêm a projeção de reajuste, inclusive, quanto à remuneração variável. O levantamento mostrou que 39% das empresas acreditam que pagarão em 2013 valores semelhantes aos de 2012 quanto a bônus e PLR.
Mais da metade dos entrevistados preveem que a remuneração variável ficará dentro do valor-alvo para 2013. Apenas 14% projetam que a parte variável será maior que o "target". "Este ano não vem apresentando um quadro melhor do que o que tínhamos em 2012", afirma Mattos. "Com o cenário semelhante, os bônus devem ser equivalentes aos do ano passado."
A pesquisa da Towers também mostrou que um menor número de empresas têm excluído os funcionários em cargos de gestão dos acordos coletivos. De acordo com o levantamento, 38% das companhias pesquisadas deixavam os gestores de fora desse tipo de reajuste em 2008. No ano passado, esse número caiu para 27%. Além disso, aumentou o número de organizações que tem oferecido acordos coletivos escalonados. Em 2008, 35% das companhias ofereciam esse tipo de acordo.

No ano passado, eram 47%. Mattos explica que os acordos escalonados permitem oferecer porcentagens diferentes de reajustes salariais a profissionais com e sem cargo de gestão. Assim, se o acordo coletivo for, por exemplo, de 10%, pode-se determinar que essa porcentagem seja calculada até o salário teto de R$ 5 mil. Quem ganha mais que isso receberia, pelo acordo coletivo, R$ 500 e não 10% sobre o próprio salário. "O maior número de acordos escalonados nos últimos anos tende a estar relacionado com a pressão de custos com a mão de obra que o Brasil está sofrendo devido à combinação de alta inflação e câmbio."

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