Fonte: Gisele Barcelos/Jornal da Manhã
Agência Nacional do Petróleo (ANP) se posicionou
novamente de forma contraria ao gasoduto de distribuição. A notícia foi
veiculada ontem no Jornal Brasil Econômico. Desta forma, continua o
impasse para definir o modelo do duto que abastecerá a fábrica de amônia em
Uberaba.
O governo de Minas e a Petrobras insistem no
gasoduto de distribuição, embora exista parecer desfavorável ao projeto desde
2011. O superintendente de comercialização de gás natural da ANP, José Cesário
Cecchi, reforçou o posicionamento esta semana durante audiência pública para
discutir a regulamentação da Lei do Gás.
No evento, Cecchi declarou que a proposta da
Petrobras e da Cemig para o abastecimento da fábrica é ilegal. Além disso, o
superintendente salientou que as duas estatais tentam convencer o governo
federal que o projeto seria a melhor opção, mas seria necessária a alteração na
Lei do Gás para aprovação do início da obra. "Estranha-me que uma empresa
deste porte tenha avaliado o projeto sem qualquer aderência regulatória",
acrescentou.
A matéria publicada no jornal Brasil Econômico também
informa que a ANP pretende iniciar até o fim de setembro concurso de chamada de
interessados no uso do Gasoduto Brasil Central, que prevê a ligação de São
Paulo com Brasília. O duto tem na fábrica de amônia uma de suas âncoras de
consumo.
A ANP quer limitar a participação da Petrobras na
construção de novos gasodutos no país. O projeto de distribuição seria
executado pela empresa Gás Brasiliano, que tem a estatal petrolífera e a Cemig
como acionárias.
O objetivo da agência é “desverticalizar” o mercado
brasileiro de gás natural, dominado atualmente pela Petrobras. Sendo assim, o
órgão regulador prepara regulamentação que proíbe empresa com único controlador
seja, ao mesmo tempo, proprietária do gás e do duto. O tema foi debatido em
audiência pública na sede da ANP e foi alvo de protestos da estatal. Mesmo
assim, o artigo foi mantido.
Na prática, com a nova resolução, a Petrobras terá
que optar pela venda do gás ou pelo investimento em novos gasodutos no país.
Dutos projetados após o início de vigência da Lei do Gás serão concedidos por
meio de licitação, na qual fornecedores de gás contratarão construtores para
implementar o projeto.
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