Novela de fábrica de amônia em Uberaba está perto do fim


Petrobras deve anunciar vencedora da licitação esta semana , mas indefinição sobre gasoduto ainda é o entrave
A Petrobras deverá anunciar esta semana que o nome da empresa escolhida para construir a fábrica de amônia em Uberaba, no Triângulo Mineiro, que demandará investimentos de US$ 1,3 bilhão, disse ontem a secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas Gerais, Dorothea Werneck. As propostas dos interessados foram abertas no dia 1º. Ao todo, a estatal convidou 26 empresas brasileiras e internacionais para participar do certame. “A importância da construção dessa unidade em Minas é enorme. Naquela região estão instaladas fábricas como a Vale Fertilizantes (antiga Fosfértil). A produção de amônia no local vai alavancar a fabricação desses produtos”, disse.

Nota divulgada pelo governo de Minas afirma que foram abertas as propostas das empresas que atenderam aos requisitos exigidos no convite do processo licitatório para fornecimento de bens e serviços relativos à implantação da fábrica. “Com isso, iniciou-se a fase de análise, esclarecimento e negociação dentro dos critérios de julgamento estabelecidos no convite com vista a selecionar a proposta que melhor atenda aos interesses da Petrobras.”

A unidade terá capacidade de produção de 519 mil toneladas de amônia ao ano e deve tornar o país autossuficiente na fabricação do insumo, que é usado na agricultura e na indústria. Durante a construção do empreendimento serão gerados 5 mil empregos. Para funcionar, porém, a unidade depende de fornecimento de gás natural que viria do interior de São Paulo (saindo do Gasoduto Brasil-Bolívia, o Gasbol) em direção ao Triângulo Mineiro. A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) já anunciou que construirá a rede com investimentos de R$ 800 milhões, mas uma divergência na classificação do duto atrasou os investimentos.

Ontem, a Cemig disse em nota que ainda espera a aprovação da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e da Advocacia-Geral da União (AGU) para a construção do gasoduto. A companhia esclarece que já apresentou sua proposta para a viabilização do fornecimento de gás para Uberaba e que essa proposta contempla todos os aspectos necessários ao projeto, inclusive o seu financiamento, e pode ser iniciada imediatamente. A concessionária aguarda a manifestação da AGU autorizando o gasoduto de Ribeirão Preto até Uberaba por meio da interconexão de redes das distribuidoras de gás canalizado Gás Brasiliano e Gasmig. 

Autorização

Se o duto for considerado como de distribuição, como quer o governo de Minas, uma simples autorização dos estados permitirá que ela seja construído. Se for classificado como de transporte, porém, por se tratar de uma obra interestadual, caberia ao governo federal publicar uma licitação para sua concessão e o tempo para concluir esse processo inviabilizaria o investimento. 

Na avaliação de Dorothea Werneck, a construção da fábrica e do gasoduto andam juntas. “Estamos caminhando para a solução desse problema. O mais importante é que a Petrobras inicie as obras”, afirma. Segundo ela, da forma que o gasoduto foi tecnicamente avaliado não há outra alternativa para a construção da rede. “Por uma questão de prazo, ele vai ser considerado um gasoduto de distribuição”, acredita. Procurada, a Petrobras não se manifestou sobre o assunto.

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