Fonte: Valor
Econômico - 27/08/2013
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Dependentes
de fertilizantes importados, os agricultores brasileiros, sobretudo os que
começarão a plantar em meados de setembro a nova safra de grãos (2013/14),
deverão sentir no bolso os reflexos da valorização do dólar em relação ao
real em seus custos de produção.
Segundo Carlos
Florence, diretor-executivo da Associação dos Misturadores de Adubos do
Brasil (AMA-Brasil), apesar de alguns negócios terem sido fechados com o
dólar menos firme do que agora, as novas aquisições não terão como escapar do
novo patamar cambial. Os misturadores são as empresas que produzem os
fertilizantes finais comprados pelos produtores rurais, a partir de distintas
combinações entre os nutrientes que os compõem.
Com a demanda em alta nos últimos anos, o Brasil
vem importando cada vez mais fertilizantes. Atualmente, o país compra no
exterior mais de 70% do fertilizantes que consome. Conforme a Associação
Nacional para Difusão de Adubos (Anda), que promoveu evento internacional
sobre o segmento ontem em São Paulo, as vendas domésticas somaram 15,1
milhões de toneladas de janeiro a julho deste ano e as importações de
fertilizantes intermediários atingiram 11,8 milhões.
Apesar da tendência de alta dos adubos, Florence
lembrou que a relação de troca do insumo por produtos agrícolas continua favorável
ao agricultor, embora menos positiva em relação ao mesmo período do ano
passado, quando a maior parte das commodities agrícolas estava mais
valorizada.
Apesar
da vontade do governo, a dependência brasileira de importações poderá, no
máximo, diminuir nos próximos anos - e isso desde que os investimentos na
produção nacional já sinalizados efetivamente saiam do papel.
Conforme
a Anda, as empresas que investem em prospecção e produção das matérias-primas
para a produção de fertilizantes deverão aplicar US$ 13 bilhões até 2018 em
projetos nessa frente. Os recursos devem significar uma produção adicional de
9 milhões de toneladas de fertilizantes intermediários e poderão aliviar em
US$ 4,5 bilhões o déficit na balança do segmento nos próximos cinco anos,
segundo a Anda.
Anteriormente, a Anda havia estimado aportes de
quase US$ 19 bilhões em cinco anos, mas o número foi ajustado depois que o
projeto da Vale Fertilizantes na Argentina, avaliado em cerca de US$ 6
bilhões, foi suspenso. Além da própria Vale, Petrobras, AngloAmerican, Mbac e
Galvani têm projetos em curso.
A nova unidade de fertilizantes nitrogenados da
Petrobras em Três Lagoas (MS), por exemplo, começará a produzir em setembro
de 2014, segundo Paulo Lucena, gerente geral de marketing, comercialização e
logística de fertilizantes da estatal.
O
investimento na unidade chega a US$ 2,5 bilhões e a produção será de 1,21
milhão de toneladas de ureia granulada por ano. A planta atenderá à demanda
agrícola de nitrogênio no Centro-Sul do país. A Petrobras também avalia
aportes em uma unidade de Gás Químico em Linhares (ES) e em outra de amônia
em Uberaba (MG). Uma fábrica de sulfato de amônio em Sergipe já entrará em
operação em novembro deste ano.
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Dólar forte encarece os fertilizantes
Postado por
Stiquifar
terça-feira, 27 de agosto de 2013
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