O uso
excessivo de fertilizantes nitrogenados em plantações pode provocar o aumento
dos óxidos nítrico e nitroso na atmosfera. O primeiro provoca chuva ácida. O
segundo atua na destruição da camada de ozônio. Assim como o excesso de
nitrogênio em lagos e baías causa a proliferação de algas e bactérias, o que
leva à redução do oxigênio na água e, por consequência, à morte de peixes e
crustáceos.
Foi
pensando nisto, com o objetivo de criar fertilizantes que não agridam o meio
ambiente, sem gerar resíduos tóxicos e ainda melhorar a qualidade do solo, o
pesquisador José Guerra desenvolveu o fertilizante Green Factor, registrado
pelo Ministério da Agricultura como produto organomineral classe A, por ter
nível zero de toxidade dermal e oral e não conter sódio.
Desenvolvido pela empresa de biotecnologia LBE em São José, na Grande Florianópolis, o novo fertilizante revelou ser capaz de aumentar a produtividade na colheita, reduzir os custos de manejo, plantio e logística, além de tornar os vegetais mais saudáveis e resistentes a pragas e doenças, evitando o emprego excessivo de agrotóxicos.
O
pesquisador José Guerra compara o Green Factor a uma "sopa de íons em um
meio de aminoácidos, que permitem que os mesmos estejam disponíveis". Ele
é aplicado na terra, no momento da semeadura. O produto atua a nível
nutricional na planta. Mesmo sem modificar o DNA (não é transgênico), eles
ativam a capacidade da planta de absorver nitrogênio diretamente da atmosfera,
onde é abundante. O produto elimina a necessidade do uso de fertilizantes
nitrogenados, que são absorvidos pela raiz dos vegetais, como a ureia.
Nas
palavras do pesquisador, "o Green Factor é produzido a partir do
agrupamento de íons múltiplos que formam ligações com enzimas, a fim de
satisfazer reações, onde a sequência amino dos peptídeos é levada à sua máxima
expressão genética, segundo sua forma mitocondrial. Ativa na planta, a
capacidade de absorver nitrogênio do ar, suprindo-a deste importante nutriente
para a formação das proteínas. Substitui também a aplicação de nitrogênio em
cobertura nos cultivos e da bactéria usada como inoculante. Não se trata de
adubo foliar, mas sim o resultado de técnicas de biossíntese com complexação de
íons, transformando matéria inorgânica em orgânica".
Nos
testes em pequena escala feitos com o plantio de arroz irrigado, milho, soja e
trigo, as áreas onde o Green Factor foi aplicado produziram mais do que as
áreas onde se utilizou o fertilizante nitrogenado.
Esses
primeiros resultados, somados à tradição da LBE em produzir compostos que
aumentam a produtividade, animaram os pesquisadores. Novos testes estão sendo
feito em áreas maiores. Em relação às despesas e ao manejo, um galão de 5
litros de Green Factor substitui de 300 kg a 500 kg de fertilizante
nitrogenado.
Na cultura do tabaco, por exemplo, os 500 kg de
salitre utilizados por hectare - com custo de R$ 1.000,00 - podem ser
substituídos por apenas um galão de 5 litros do novo fertilizante, que sai por
R$ 300,00. Além dos R$ 700,00 de economia por hectare, o produtor
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