Vale pisa no freio e investimento de mineração cai 32%, prevê BNDES



Se no petróleo o cenário é promissor, o mesmo não se aplica ao de extração de minério, diante da menor demanda especialmente da China e da redução das cotações no mercado internacional.

O investimentos previstos para o setor devem cair 32% de 2014 a 2017, totalizando R$ 47,7 bilhões, segundo projeção do BNDES. Os preços mais baixos afetam produtos como o minério de ferro, carro-chefe da produção da Vale e das exportações brasileiras. A previsão do banco estatal se baseia numa Vale menos agressiva, que reduziu investimentos já nos últimos anos e deve manter a tendência nos próximos.

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Fernando Puga, técnico do BNDES, afirma que "certamente a Vale tem um peso" na contração prevista dos investimentos do setor, embora ressalve que a mineradora já havia feito pesados investimentos que esgotaram "um ciclo de expansão".

À Folha, o presidente da Vale, Murilo Ferreira, diz que "temos procurado ser uma empresa de baixo custo", com melhor alocação dos recursos investidos. "A meta é fazer mais com menos."
"Nosso resultado não tem sido feito em razão do preço exuberante [do minério de ferro], mas em cima do esforço [de redução de custo]. Se do lado externo vier um bom vento e ajudar, vamos ficar muito satisfeitos. Mas ficamos muito focados e determinados [no corte de custos]."

Além disso, diz, a mineradora não faz projetos "a qualquer preço" e desiste de empreendimentos mais arriscados. Ele citou o caso da mina de potássio de Rio Colorado, na Argentina.

Desde que Ferreira assumiu, em 2011, a Vale vendeu ativos e focou sua atuação em menos áreas, como minério de ferro, níquel, cobre e fertilizantes. A grande aposta da mineradora para voltar a ampliar sua produção de minério de ferro é a nova mina de Carajás, que consumirá mais de R$ 40 bilhões, incluindo o investimento em porto e ferrovia.

SIDERURGIA

Para a siderurgia, o ambiente para investir é ainda pior, com estimativa de redução de 68% _para R$ 10,4 bilhões de 2014 a 2017, segundo o BNDES. O setor, diz Puga, sofre com o excesso de capacidade ociosa das usinas, o que trava novos projetos.

CONSUMO

Apesar da desaceleração da renda, do crédito e do emprego neste ano, os ramos ligados ao consumo têm um horizonte positivo, segundo o BNDES. Entre eles, está automotivo, com 67% de alta dos investimentos, estimados em R$ 75 bilhões nos próximos quatro anos. O ramo tomou da indústria extrativa mineral o segundo lugar em investimentos.

Outros setores que se movem de acordo com o consumo das famílias e que devem ampliar investimentos são eletroeletrônica (26%) e complexo industrial da saúde (29%)

Fonte: Folha de São Paulo/PEDRO SOARES DO RIO


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