O presidente da Vale, Murilo Ferreira, afirmou nesta quinta-feira que a
empresa ainda não tem um plano B para a desistência da mina de potássio Rio
Colorado, na Argentina, ocorrida em março do ano passado. O executivo
ressaltou, contudo, que o futuro do negócio de fertilizantes, que tem como uma
das principais matérias-primas justamente o potássio, será discutido ao longo
do ano. A ideia é que a situação já esteja decidida quando da divulgação do
planejamento estratégico para o ano que vem, em novembro.
“Estamos avaliando o futuro do negócio de potássio da Vale. Não tínhamos
um plano B para Rio Colorado. Certamente isso será motivo de muito debate até a
nossa apresentação do plano estratégico de 2014, em novembro”, afirmou
Ferreira, após palestrar no 24º Congresso Brasileiro do Aço, no Rio de Janeiro.
Ferreira disse ainda que a venda da concessão de exploração da mina
argentina “certamente irá demorar”, por depender de decisões que não ocorrem
“overnight” (de um dia para o outro). O presidente acrescentou, contudo, que a
empresa depende dos acionistas para decidir se ela irá em busca de novas áreas
de exploração de potássio.
Questionado sobre a possível venda da CSA, na qual a Vale tem
participação de aproximadamente 27%, Ferreira disse que teve conversa recente
sobre o assunto com o controlador da companhia, o grupo alemão ThyssenKrupp. O
executivo afirmou que não recebeu, até o momento, proposta “concreta e
completa” de nenhum player, e destacou ter uma política pessoal de não comentar
especulações. Desde o ano passado, a notícia de que a CSA estaria à venda tem
movimentado o mercado.
Ferreira negou ainda que tenha recebido da Thyssen uma proposta para que
a Vale ampliasse seu capital na CSA de 27% para 33%. “Eu não tenho em mãos
nenhum documento completo da Thyssen que eu possa examinar do começo ao fim
sobre o assunto.”
O presidente da companhia também voltou a demonstrar preocupação com a
redução das vendas de minério de ferro da Vale no Brasil. O executivo ressaltou
a necessidade de a empresa ampliar suas vendas no mercado interno. “Nós já
tivemos uma participação muito relevante, em torno de 70% do minério no Brasil.
Depois caminhamos para 50% e podemos chegar até 29% em 2015. Isso para nós não
é bom. Nós queremos crescer.”
Ferreira comentou que outros projetos siderúrgicos, como a Alpa, no
Pará, estão parados. Neste caso, por falta de uma solução logística para levar
a matéria-prima até a usina e escoar o produto.
Fonte: Jornal do Comércio
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