Petrobras garante operação da fábrica de fertilizantes no Mato Grosso


A fábrica de fertilizantes da Petrobras, em construção em Três Lagoas, deve ser entrar em operação no dia 30 de setembro, ou começo de outubro desse ano, porém sem estar totalmente concluída. O cronograma inicial da obra é de que Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3) entre em operação no segundo semestre deste ano, conforme informou a assessoria de imprensa da estatal por e-mail. Entretanto, as informações dos trabalhadores do canteiro de obras são de que não haverá tempo suficiente para a conclusão de todo o empreendimento até outubro.

O Jornal do Povo entrevistou diversos trabalhadores que prestam serviço nocanteiro de obras da fábrica, os quais informaram que falta muito para que a obra seja concluída. Os operários não acreditam que a fábrica esteja com a construção concluída e pronta para entrar em operação plenamente no final de 2014. “A obra está cruazinha, ainda tem muitos prédios para serem construídos,tem muita área ainda na terraplanagem. Isso é obra do governo, é assim mesmo, tudo demorado. Eles podem até inaugurar no final do ano e depois continuam a obra”, disseram os trabalhadores.

O consórcio que executa a construção da UFN III, por sua vez,informa que está seguindo o cronograma inicial, que tem por objetivo entregar a primeira etapa da obra em outubro, quando deverá ter início a produção de ureia e amônia em Três Lagoas, para depois concluir as demais etapas. Segundo a assessoria da estatal, a obra está sendo executada de acordo com o cronograma estabelecido e a fábrica entrará em operação no segundo semestre deste ano. Entretanto, é publico e notório que repetidas paralisações por greves e protestos,  acabaram por acarretar atraso no organograma de execução de construção da fábrica.

Na semana passada, quando esteve em Três Lagoas, o senador Delcídio do Amaral, que já pertenceu aos quadros dos executivos da Petrobras, disse que a presidente da companhia, Graças Fortes, informou que inaugura a fábrica em outubro.

O senador destacou que, essa fábrica é de extrema importância, não só para a região de Três Lagoas, mas para o agronegócio brasileiro. “Vamos começar a diminuir nossa dependência de insumos, além de colocar fim às manobras de preços de três ou quatro empresas  que fazem o que bem entendem com o mercado.  Então, começamos a dar um passo muito importante nesse sentido coma construção dessa fábrica, mostrando que o gás natural, gera muitas riquezas para o Estado”, salientou.

As diversas greves realizadas pelos trabalhadores do Consórcio UFN 3, responsável pela construção do empreendimento em Três Lagoas pode ter contribuído para o atraso no cronograma inicial da obra, que está na fase final de pico na fase de construção civil e na parte de montagem de estrutura metálica, elétrica, tubulação, caldeiraria, entre outros serviços.

Muitos trabalhadores que prestavam serviço na área da construção civil foram demitidos, em contrapartida,vários outros que trabalham no setor de montagem estão em processo de contratação.No final do ano passado, a assessoria da Petrobras havia alegado que, a última greve, por exemplo, que durou vários dias, não atrapalhou no cronograma da obra. O período de greve, segundo a estatal, seria recuperado ao longo da obra com atividades em fins de semana e turnos extras. Entretanto, a informação repassada pelos trabalhadores ao sindicato que representa a categoria, é de que o consórcio “cortou” e não tem pago horas extras, o que tem causado o pedido de demissão por parte de vários operários.

UNIDADE
Segundo a assessoria da Petrobras, atualmente, em torno de 7.500 trabalhadores estão em atividade na obra. Para operação da fábrica de fertilizantes serão abertos 400 postos de trabalho permanentes em diferentes áreas profissionais, tais como engenharia, administração, operação e funções técnicas (mecânica, elétrica, instrumentação, química) gerando cerca de 1.200 empregos indiretos.

A UFN III terá capacidade de produção de 1.210.000 toneladas de ureia e 761 mil toneladas de amônia por ano. A nova fábrica será a maior unidade de fertilizantes nitrogenados da América Latina e dobrará a produção nacional de ureia. O investimento é de R$ 3,567 bilhões. Com a construção da fábrica em Três Lagoas, o Brasil vai reduzir a dependência de fertilizantes, que hoje é de 66%, para 33%. Os estados que mais consomem este dois insumos são Mato Grasso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e parte do Paraná, para onde se destinará a produção desta fábrica.

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