Dois
projetos de grande porte, com investimentos totais estimados em US$ 26 bilhões,
vão permanecer no topo das prioridades da Vale nos próximos anos. No Brasil,
após garantir a licença ambiental, a Vale vai se concentrar na implantação do
projeto de minério de ferro batizado de S11D, em Carajás (PA), o maior da
história da companhia, com investimentos de US$ 19,5 bilhões. No exterior, o
foco é a expansão do negócio de carvão de Moatize, em Moçambique, com US$ 6,5
bilhões.
"Não podemos ter distração, estamos focados nesses dois projetos de classe mundial", disse ao Valor o presidente da Vale, Murilo Ferreira. Ao mesmo tempo que prioriza essas duas áreas, a Vale continua com a venda de ativos não estratégicos, processo que começou há cerca de dois anos. "Existe um portfólio que aguarda o momento mais adequado para desinvestimentos", disse. Na lista de ativos à venda, estão desde blocos de exploração de petróleo e gás até negócios no setor de alumínio. Mais um ativo engordou essa lista.
A Vale planeja vender também participação de 40% na Mineração Rio do Norte (MRN), a maior produtora de bauxita do Brasil. Com essa operação, ainda em fase de estudos, a Vale sairá de vez do negócio de alumínio. Há alguns anos, a empresa vendeu a maioria de suas operações para a Norsk Hydro. O negócio envolveu empresas de mineração, refinaria de alumina (Alunorte) e fundição de alumínio (Albras). Na época, a Vale ficou com a MRN e com 22% do capital da Norsk Hidro. A MRN é um consórcio que tem como sócios Alcoa, Rio Tinto Alcan, BHP Billiton, Norsk e Votorantim, além da Vale. A MRN tem capacidade de produzir 16 milhões de toneladas por ano em Oriximiná (PA).
Outro desfecho importante para a companhia está previsto para o fim deste mês, quando o conselho de administração da Vale deverá aprovar a entrada de três novos sócios na Valor da Logística Integrada (VLI), empresa de serviços ferroviários e portuários voltada para carga geral. A Vale tem 100% do capital da VLI, mas está disposta a vender até 70%, segundo admitiu Ferreira. Entre os novos sócios, estão dois grupos estrangeiros. Para ele, essa é uma sinalização importante quando muita gente tem dúvidas em relação ao Brasil.
Entre os projetos prioritários, está a duplicação do projeto de carvão de Moatize, com investimentos de US$ 2 bilhões e previsão de entrada em operação no segundo semestre de 2015. Moatize é ligado à modernização e à construção de ferrovia, o corredor Nacala, que atravessa o Malawi e exigirá investimentos de US$ 4,4 bilhões. Ferreira disse que essa ferrovia, prevista para entrar em operação em 2014, pode ser um veículo de desenvolvimento ao longo do trajeto de quase 900 quilômetros.
No Brasil, o desafio está em desenvolver o S11D, na Serra Sul de Carajás. O objetivo é executar o projeto no prazo e custos aprovados. No início do mês, a Vale obteve do Ibama a licença de instalação que permite o início das obras de construção da usina que vai processar o minério. O projeto é fundamental na estratégia de crescimento da Vale no Norte do país, onde já produz minério de qualidade a baixo custo. O desenvolvimento do S11D, previsto para começar a operar no segundo semestre de 2016, coincide com a discussão de um novo marco regulatório para o setor mineral no país.
O executivo considerou positivo o fato de o governo não ter batido o martelo sobre a nova alíquota do royalty para o minério de ferro no projeto de lei enviado ao Congresso. "Acho que foi sábia a decisão de deixar a alíquota aberta", disse Ferreira. Afirmou que pequenas mineradoras podem ter uma condição de sobrevivência e de lucratividade com a incidência de 4% da Cfem sobre um preço do minério de ferro a US$ 200 por tonelada. "Mas 4% sobre um preço [do minério] a US$ 80 por tonelada muitas empresas não têm condições de pagar." E acrescentou: "Para nós, é importante ter toda a indústria mineral no Brasil, empresas de pequeno, médio e grande porte, pois, se tiver um mercado reprimido, com poucos players, será ruim."
O presidente da Vale mostrou-se tranquilo em relação às pendências enfrentadas pela empresa. Disse que a disputa dos royalties com o DNPM avançou muito e que continua confiante na discussão sobre tributação de controladas e coligadas no exterior, processo em andamento no Superior Tribunal de Justiça (STJ). "Continuamos crentes de que nossas teses prevalecerão."
Ferreira também falou sobre as negociações envolvendo a compra da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). O executivo afirmou que houve muita especulação em relação à hipótese de a Vale fazer parte de um acordo em que cada sócio (Thyssen, CSN e a própria mineradora) ficaria com um terço da CSA. Ele confirmou que esse modelo foi objeto de estudos, mas observou: "De forma alguma isso prosperou." Segundo ele, a Vale deu sua contribuição para o projeto da CSA. Isso significa que não tem planos de aumentar sua fatia acionária na siderúrgica.
"Não podemos ter distração, estamos focados nesses dois projetos de classe mundial", disse ao Valor o presidente da Vale, Murilo Ferreira. Ao mesmo tempo que prioriza essas duas áreas, a Vale continua com a venda de ativos não estratégicos, processo que começou há cerca de dois anos. "Existe um portfólio que aguarda o momento mais adequado para desinvestimentos", disse. Na lista de ativos à venda, estão desde blocos de exploração de petróleo e gás até negócios no setor de alumínio. Mais um ativo engordou essa lista.
A Vale planeja vender também participação de 40% na Mineração Rio do Norte (MRN), a maior produtora de bauxita do Brasil. Com essa operação, ainda em fase de estudos, a Vale sairá de vez do negócio de alumínio. Há alguns anos, a empresa vendeu a maioria de suas operações para a Norsk Hydro. O negócio envolveu empresas de mineração, refinaria de alumina (Alunorte) e fundição de alumínio (Albras). Na época, a Vale ficou com a MRN e com 22% do capital da Norsk Hidro. A MRN é um consórcio que tem como sócios Alcoa, Rio Tinto Alcan, BHP Billiton, Norsk e Votorantim, além da Vale. A MRN tem capacidade de produzir 16 milhões de toneladas por ano em Oriximiná (PA).
Outro desfecho importante para a companhia está previsto para o fim deste mês, quando o conselho de administração da Vale deverá aprovar a entrada de três novos sócios na Valor da Logística Integrada (VLI), empresa de serviços ferroviários e portuários voltada para carga geral. A Vale tem 100% do capital da VLI, mas está disposta a vender até 70%, segundo admitiu Ferreira. Entre os novos sócios, estão dois grupos estrangeiros. Para ele, essa é uma sinalização importante quando muita gente tem dúvidas em relação ao Brasil.
Entre os projetos prioritários, está a duplicação do projeto de carvão de Moatize, com investimentos de US$ 2 bilhões e previsão de entrada em operação no segundo semestre de 2015. Moatize é ligado à modernização e à construção de ferrovia, o corredor Nacala, que atravessa o Malawi e exigirá investimentos de US$ 4,4 bilhões. Ferreira disse que essa ferrovia, prevista para entrar em operação em 2014, pode ser um veículo de desenvolvimento ao longo do trajeto de quase 900 quilômetros.
No Brasil, o desafio está em desenvolver o S11D, na Serra Sul de Carajás. O objetivo é executar o projeto no prazo e custos aprovados. No início do mês, a Vale obteve do Ibama a licença de instalação que permite o início das obras de construção da usina que vai processar o minério. O projeto é fundamental na estratégia de crescimento da Vale no Norte do país, onde já produz minério de qualidade a baixo custo. O desenvolvimento do S11D, previsto para começar a operar no segundo semestre de 2016, coincide com a discussão de um novo marco regulatório para o setor mineral no país.
O executivo considerou positivo o fato de o governo não ter batido o martelo sobre a nova alíquota do royalty para o minério de ferro no projeto de lei enviado ao Congresso. "Acho que foi sábia a decisão de deixar a alíquota aberta", disse Ferreira. Afirmou que pequenas mineradoras podem ter uma condição de sobrevivência e de lucratividade com a incidência de 4% da Cfem sobre um preço do minério de ferro a US$ 200 por tonelada. "Mas 4% sobre um preço [do minério] a US$ 80 por tonelada muitas empresas não têm condições de pagar." E acrescentou: "Para nós, é importante ter toda a indústria mineral no Brasil, empresas de pequeno, médio e grande porte, pois, se tiver um mercado reprimido, com poucos players, será ruim."
O presidente da Vale mostrou-se tranquilo em relação às pendências enfrentadas pela empresa. Disse que a disputa dos royalties com o DNPM avançou muito e que continua confiante na discussão sobre tributação de controladas e coligadas no exterior, processo em andamento no Superior Tribunal de Justiça (STJ). "Continuamos crentes de que nossas teses prevalecerão."
Ferreira também falou sobre as negociações envolvendo a compra da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). O executivo afirmou que houve muita especulação em relação à hipótese de a Vale fazer parte de um acordo em que cada sócio (Thyssen, CSN e a própria mineradora) ficaria com um terço da CSA. Ele confirmou que esse modelo foi objeto de estudos, mas observou: "De forma alguma isso prosperou." Segundo ele, a Vale deu sua contribuição para o projeto da CSA. Isso significa que não tem planos de aumentar sua fatia acionária na siderúrgica.
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