Cerca de 200 trabalhadores da Unidade de Fertilizantes
Nitrogenados 3 (UFN3), responsável pela construção da mega fábrica da
Petrobras, foram expulsos pela empresa de Três Lagoas. Com apoio da polícia, os
operários tiveram que vir para Campo Grande, onde não tinham sequer onde dormir
ou o que comer.
Segundo os trabalhadores, a
empresa afirmou que iria demitir todos e fazer o acerto até esta sexta-feira
(6). Porém os representantes “sumiram” na quarta-feira (4), depois de deixar os
funcionários em um hotel no centro de Campo Grande.
Na manhã de hoje, todos
foram despejados do hotel, já que venceu a diária paga pela empresa, que entrou
em contato garantindo realizar o acerto somente após o fim de semana.
“Eles botaram a gente no
ônibus com a polícia do lado. Prometeram que chegando aqui em Campo Grande já
fariam o acerto, aí ficou assim, fomos expulsos do hotel e ficamos sem ter onde
ir. Eu não conheço ninguém em Campo Grande”, contou Tauinã Santos, 24 anos, que
trabalha como carpinteiro. Ele veio de Salvador (BA), onde foi recrutado por
funcionários da própria UFN3.
O problema começou no dia 17
de junho, quando os trabalhadores da UFN3 entraram em greve e paralisaram as
obras da fábrica da Petrobras. “Até os dias que estivemos de greve eles
descontaram do salário”, reclamou outro baiano, o pedreiro Edmundo Santana dos
Santos, 29 anos.
Nesta semana,
os operários fizeram paralisação e até protesto por melhores condições de
trabalho. Um grupo queimou um caminhão, ônibus e parte do refeitório no
canteiro de obras da empresa. O quebra-quebra só acabou com a intervenção da
polícia.
Expulsos
Além de serem “despejados”
de Três Lagoas, os cerca de 200 trabalhadores tiveram que aguentar a humilhação
de não terem onde ficar. “Fomos todos expulsos do hotel já às 9h, sem ninguém
da empresa dando notícia, e sem ter onde ir, nem sabia o que fazer”, comentou o
pedreiro Valmir Lázaro de Souza, 35 anos, mostrando o extrato do banco, sem
nenhum dinheiro. Ele é de Fortuna (MA).
Os operários foram acolhidos
pela Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul),
após pedido da Federação dos Trabalhadores na Indústria da Construção
Imobiliária de MS.
Segundo Webergton Sudário, o
“Corumbá”, presidente da Federação da Construção, os operários vão aguardar até
segunda-feira (8) uma posição da UFN3.
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