Casa aprova projeto que
derruba cobrança extra de 10% do fundo pagar por empregadores em demissões sem
justa causa
Contribuição criada em 2001
cobriu rombo de planos econômicos; governo queria uso no Minha Casa, Minha Vida
Pressionada por
representantes do empresariado nacional, a Câmara dos Deputados aprovou ontem
projeto que acaba com a cobrança adicional de 10% do FGTS paga pelos
empregadores em demissões sem justa causa.
A votação impõe uma derrota
ao governo, que é contra a extinção da tarifa extra, fonte de uma receita de R$
3 bilhões por ano no caixa do FGTS. A proposta segue para sanção de Dilma
Rousseff.
Segundo líderes governistas,
não há compromisso com o projeto, que pode ser vetado. Alguns aliados, no
entanto, consideram que existem dificuldades para o veto, tendo em vista que o
governo está fragilizado e sofre pressão do empresariado.
O projeto extingue a multa a
partir de junho de 2013 e, segundo parlamentares, poderia causar efeitos
retroativos. PT, PC do B e PSOL votaram pela derrubada do projeto, que é uma
demanda dos
empresários. O projeto foi
aprovado com 315 votos favoráveis, 95 contrários e uma abstenção.
A contribuição foi criada em
2001 com o objetivo de ajudar a pagar o rombo de R$ 42 bilhões para compensar
as perdas que milhões de trabalhadores tiveram com os planos Verão e Collor 1.
A medida elevou de 40% para
50% a multa do FGTS paga pelas empresas nas demissões sem justa causa. O
trabalhador continuou recebendo os 40%.
Segundo os empresários, a
dívida foi quitada em julho de 2012 e as parcelas pagas indevidamente já somam
mais de R$ 2,7 bilhões. A verba, dizem os empresariados, estaria abastecendo o Tesouro
para o superavit primário.
Desde 2002, só o adicional
de 10% da multa rendeu R$ 18 bilhões ao caixa do fundo, segundo documento
encaminhado pela Gerência Nacional do Passivo do FGTS da Caixa, obtido pela
Folha.
A derrota do governo começou
a ser desenhada na noite de anteontem, quando a Câmara rejeitou a preferência
para que fosse votado um projeto que destinava os recursos da cobrança
adicional para o Minha Casa, Minha Vida, principal programa habitacional do
governo.
"Se a multa acabar, estaremos
comprometendo parte de um programa social da mais alta relevância", disse
o líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PTSP).
O líder da minoria na
Câmara, Nilson Leitão (PSDB-MT), afirmou que o governo não pode usar o impacto
no programa para justificar a manutenção da cobrança.
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