A Companhia Siderúrgica
Nacional (CSN) e a ThyssenKrupp chegaram a um acordo sobre a venda da fatia do
grupo alemão na Companhia
Siderúrgica do Atlântico (CSA).
O Broadcast, serviço de
notícias em tempo real da Agência Estado, apurou que o negócio foi alinhavado
em reunião no último fim de semana.
Para sair do papel, o acordo depende do aval da Vale,
sócia do grupo alemão na companhia com uma participação acionária de 27%, e do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), principal credor
da CSA.
No acordo, a Thyssen permaneceria com uma participação
pequena na CSA, mas o porcentual não foi revelado. A siderúrgica do empresário
Benjamin Steinbruch ficaria com cerca de 2/3 do controle.
Em maio, a CSN fez uma oferta de cerca de US$ 2,5 bilhões
ao grupo alemão ThyssenKrupp para ficar com uma laminadora de aço nos Estados
Unidos e com um pedaço da CSA, no Rio de Janeiro.
A Thyssen negocia a venda da fatia na CSA desde o ano
passado devido a dificuldades financeiras. Além da CSN, demonstrou interesse no
ativo a argentina Ternium.
A reportagem apurou que o negócio deverá ser divulgado
nos próximos dias, após ser submetido à aprovação da Vale, que tem contrato de
exclusividade com a CSA no fornecimento de minério de ferro. Desde que a
Thyssen declarou interesse em comercializar sua participação na empresa,
executivos da Vale têm ressaltado que o objetivo da mineradora no processo era
garantir a manutenção dos seus direitos comerciais.
A Vale
cobra uma indenização de R$ 300 milhões do grupo alemão, a quem responsabiliza
por graves falhas no comando da CSA. Para a mineradora, os erros do sócio
alemão oneraram a operação com custos adicionais de mais de R$ 1,1 bilhão na
compra de energia, matéria-prima e investimentos corretivos.
Segundo
fontes, a indenização pleiteada pela Vale corresponde à sua participação de 27%
na siderúrgica. Para cobrir totalmente a perda bilionária, a mineradora quer
também que a Thyssen reembolse a CSA com mais R$ 800 milhões.
Como a
siderúrgica deve mais de R$ 2 bilhões ao grupo alemão, a mineradora entende que
a Thyssen deveria cancelar parte do débito e deixar os recursos na CSA como
compensação pelas perdas supostamente provocadas por falhas de gestão.
Fonte: Revista Exame
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