Prestação de contas da CNTQ discute conjuntura nacional

A prestação de contas da CNTQ/2015 (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Químico) reuniu dirigentes de entidades filiadas de 12 Estados brasileiros, em 18 e 19 de novembro, no salão de eventos do Sindiquímicos Guarulhos. A abertura contou com duas palestras proferidas pelo economista do Dieese Daniel Ferrer (Conjuntura Nacional do Setor Químico) e do assessor parlamentar do Diap, Neuriberg Dias (Conjuntura Política).

O presidente da CNTQ (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Químico) e do Sindiquímicos Guarulhos, Antonio Silvan Oliveira,  agradeceu às delegações de 12 Estados presentes ao evento de prestação de contas/2015 desta entidade. Citou, também, a participação do setor papeleiro. “Somos organizados e conseguimos nossos objetivos, a CNTQ é eclética, respeitando a opinião regional de cada entidade. Em 2016 realizaremos o primeiro encontro da juventude química. Fico contente quando ouço o companheiro Jackson (do Sindborracha da Bahia) ressaltar a importância de ser nosso filiado. Somos a única confederação que abre o seu estatuto para os sindicatos filiados. Que Deus os abençoe e os proteja”, disse.

O presidente da Fequimfar (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas no Est. de SP), Sérgio Luiz Leite, o Serginho, destacou a vitória nesta campanha salarial dos químicos em SP de conquistar a reposição do INPC (10,33%) e manter cláusula de preservação do emprego. Ele foi enfático ao dizer que redução de salário não resolve o problema econômico do País. “Precisamos pensar num pacto nacional pelo emprego, reunindo dirigentes sindicais e empresários. Não podemos continuar nesta discussão simplista a respeito de impeachment da presidente Dilma e da possível deposição do presidente da Câmara dos Deputados”, ressaltou.

O segundo vice-presidente da CNTQ e presidente da Femquifert-MG (Federação Mineira dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas, Plásticas, Farmacêuticas e de Fertilizantes de Minas Gerais), Carlos Luis Cassiano disse, neste momento de crise, que o dirigente sindical deve ser otimista e lutar de forma contínua para preservar, no mínimo, os direitos trabalhistas conquistados nas atuais negociações e das que ocorrerão em 2016: “Hoje Minas Gerais enfrenta o problema do fracionamento do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), mas temos esperança em dias melhores”, frisou.

O presidente da Força Sindical SP e tesoureiro da CNTQ, Danilo Pereira da Silva, frisou estar orgulhoso com a consolidação da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Químico. Mesmo numa reunião de prestação de contas, é importante discutir os problemas que o Brasil atravessa. “Como presidente da Força Sindical SP contabilizo 140 demissões por dia em diversos setores. Mesmo assim não devemos deixar nosso otimismo de lado. Sem união não poderemos manter essa mobilização. A dignidade sindical enfrenta desafios, principalmente quando existe maior unidade e conhecimento da realidade de diversas regiões do País”, argumentou.

O primeiro vice-presidente da CNTQ e presidente da Fequimfars (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Rio Grande do Sul), Larri dos Santos, disse que em todos os locais da sua região os problemas econômicos são os mesmos. “Estou trabalhando em seis negociações, mas por enquanto só fechei uma. Fico contente de ver esse auditório cheio, representa o aumento da participação sindical. Que em 2016 possamos manter os empregos. Eles representam a dignidade das pessoas”, afirmou.

O secretário de Saúde, Segurança, Medicina do Trabalho e Meio Ambiente da CNTQ, Joel Bittencourt, representando Santa Catarina, reconheceu que o movimento sindical começará 2016 perdendo o sono. “Temos uma crise política, em que os empresários usam para pressionar o governo, provocando estresse junto ao trabalhador”, disse.

O secretário de Relações Internacionais da CNTQ, representando a Bahia, Jackson Crispim Ramos, lembrou da exploração praticada pela indústria da borracha naquele Estado. “Ali os patrões desse setor tentam cancelar o reajuste pegando como base o INPC em nossas campanhas salariais. Mesmo com toda a crise, somos unidos. Com ajuda da CNTQ, temos hoje uma boa PLR. Faremos um congresso da borracha na Bahia para mostrar nossa força”, explicou.

A secretária de Formação Profissional e Sindical da CNTQ e presidente do Stiquifar de Uberaba, Maria das Graças Batista Carriconde, destacou sua natureza otimista, independentemente da situação. “Passei por várias crises, porém não igual a esta. Quando falo de multinacional não posso deixar de fora a Vale, responsável por recente vazamento de gás em Uberaba (MG) deixando diversos trabalhadores feridos”, disse. Segundo ela, a atual crise política repercute na economia e junto de qualquer funcionário.

Para o presidente de Ferquimfar e vice-presidente da Força Sindical RJ (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias do Ramo Químico, Farmacêutico e Material Plástico do Estado do Rio de Janeiro), Isaac Wallace de Oliveira, a crise que o Brasil enfrenta é política. “Hoje, tudo que acontece é culpa da Petrobras. No Rio de Janeiro, o plástico foi o mais atingido, mas os laboratórios farmacêuticos triplicaram de tamanho. Não sou apocalíptico, caso essa crise se aprofunde, o movimento sindical corre o risco de desaparecer”, destacou.


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