Trabalhadores da Solvay decidem parar a produção

Diante das indefinições quanto à venda de ações do Grupo Solvay (grupo químico internacional), anunciada em fevereiro, trabalhadores da Solvay Indupa da unidade de Santo André pretendem parar a linha de produção das 6h30 às 10h de hoje.
A paralisação foi definida pelos sindicatos integrantes da rede de trabalhadores no Grupo Solvay Mercosul, que participam do oitavo encontro, a fim de pressionar os empresários por informações e acabar com o clima de incerteza que se abateu sobre os trabalhadores de Santo André e da planta instalada na Argentina (Bahía Blanca) após o anúncio da venda das respectivas unidades — saída do grupo do segmento de PVC (matéria-prima básica para qualquer artigo de plástico).
“Os funcionários, diretos e indiretos, da linha de produção e do setor administrativo vão cruzar os braços. Precisamos saber qual será nosso destino”, avisa o secretário de administração e finanças do Sindicato dos Químicos do ABC, Juvenil Nunes da Costa, que é integrante da coordenação da rede e trabalhador da Solvay Indupa de Santo André.
A reunião, entre dirigentes sindicais e o grupo, teve início ontem e termina hoje. “Diferentemente dos encontros anteriores, em que a pauta era a construção e evolução da nossa rede, hoje tememos se a Solvay Indupa continuará existindo. Não sabemos se quem comprar a unidade continuará com a produção. E se venderem para a concorrência e o objetivo for cortar gastos?”, indaga Costa.
A equipe do Diário contatou a Solvay Indupa no fim da tarde de ontem, mas não conseguiu falar em nenhum departamento. Em fevereiro, quando anunciou a venda de ações, a empresa declarou, por meio de nota, que a “decisão não afetará as suas atividades industriais e comerciais na Argentina e no Brasil, comprometendo-se a operar normalmente para atender os clientes nos mercados em que seus produtos são utilizados”.
A Solvay Indupa explicou ainda que foi comunicada, no dia 14 de fevereiro, que o Grupo Solvay, seu acionista majoritário, classificou como ativos à venda as ações que detém nessa sociedade. Segundo o grupo, as duas unidades (Brasil e Argentina) empregam juntas cerca de 700 funcionários.
Hoje, apenas a planta da cidade andreense tem 368 funcionários diretamente e mantém mais 300 terceirizados. O salário médio inicial é de R$ 3.200. Além do PVC, a fábrica na região produz soda e cloro.

Em 2011, o grupo químico belga comprou a companhia francesa Rhodia, com unidades produtivas em Santo André e em São Bernardo.

Fonte: http://www.dgabc.com.br/Noticia/469650/trabalhadores-da-solvay-decidem-parar-producao?referencia=minuto-a-minuto-topo

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