Análise da última reunião com a Vale fertilizantes: A cada ano que passa a PR se transforma em uma missão impossível


Na última sexta-feira, dia 07/06, o STIQUIFAR se reuniu com representantes da Vale Fertilizantes para a apresentação do Programa de Participação nos Resultados – PR 2013, e mais uma vez tivemos a infelicidade de receber não com muita surpresa, notícias ruins.
Como é do conhecimento de todos, o programa de PR é dividido em três blocos: Bloco Empresa (que leva em conta os resultados da Vale como um todo), Bloco Coletivo ( que leva em conta o Setor de Fertilizantes) e Bloco Equipe (que leva em conta os resultados da unidade).
A própria Vale admite que os trabalhadores terão perda significativa nas metas do Bloco Empresa que representa 25% de toda a remuneração.
No Bloco Empresa existem dois indicadores: o EBITDA, que significa Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização, e o CFROGI, que significa o Retorno do Investimento Bruto com base na geração do Caixa Operacional.
Pois bem, o EBITDA tem peso de 15% do total do bloco e o CFROGI tem peso de 10% do total do bloco. A notícia ruim é que, embora as projeções indiquem que atingiremos a meta do EBITDA, o CFROGI hoje está com índice 0 (zero) e temos garantia que fechará o ano também em 0 (zero). Portanto, já temos uma perda garantida no Bloco Empresa.
No Bloco Coletivo, que tem três indicadores (Sistema de Gestão de Saúde e Segurança, Meio Ambiente e Sustentabilidade e Volume de Vendas) existem condições de que as metas possam ser atingidas, embora não estejamos em uma situação confortável no momento.
No Bloco Equipe as surpresas desagradáveis e as más notícias foram ainda piores para os trabalhadores, pois nesse bloco a empresa apresentou dois indicadores que não existiam nos programas anteriores e que somente foram adicionados para causar um impacto muito negativo nos resultados.
São dois indicadores que não tem a mínima participação dos trabalhadores e que não nos dizem respeito de nenhuma forma. São exigências que são exclusivamente da competência das diretorias, das gerências e dos gestores e que não dependem em nada do nosso árduo trabalho cotidiano.
Um desses indicadores novos é o MDC que significa Indicador de Performance de Investimentos Correntes, calculado pela aderência ao orçamento econômico dos projetos, com foco na implementação física dos projetos estratégicos.
Depois de um nome grande e feio como este perguntamos: o que é que nós, trabalhadores temos à ver com um indicador desse? Como podemos nos submeter a um indicador que passa longe de nossas competências e de nossas atividades?
O outro indicador novo é o EBITDA DIPH que nada mais é que o resultado financeiro do negócio, ou seja, o lucro dos produtos que fabricamos na nossa unidade.
Ora, se já temos como meta o lucro da Vale como um todo no Bloco Empresa, porque temos que ser penalizados com mais uma exigência de lucro específico no lucro da unidade? Estamos sendo condenados a um risco adicional onde não temos nenhum poder de decisão ou participação.
É um absurdo tentar impor aos trabalhadores esse tipo de metas que não agrega nenhum valor ao programa e que somente tem como objetivo retirar de todos nós a possibilidade de recebermos os seis salários, que são o máximo permitido pelo programa.
O STIQUIFAR, diante dos fatos e preocupado com o prejuízo que os trabalhadores irão sofrer (mais uma vez, não nos esquecendo dos resultados do ano passado), solicitou que a Vale exclua do Programa de Participação nos Resultados de 2013 três indicadores: o CFROGI , que a própria empresa admite que o resultado será 0 (zero); o MDC e o EBITDA DIPH por serem indicadores de caráter punitivo, sem nenhuma ligação com as atividades dos trabalhadores.
Uma outra questão que a Vale não concorda mudar de forma nenhuma é o pagamento da PR sobre a remuneração, insistindo que irá continuar a adotar o pagamento sobre o salário base acrescido da Periculosidade que alguns trabalhadores recebem graças às conquistas do Sindicato junto à Justiça do Trabalho.
Temos insistido que os trabalhadores da produção tem sido duplamente penalizados e prejudicados por sofrerem perdas pelo não atingimento de metas que não dependem deles e também por não terem sua remuneração levada em conta na hora de receberem a PR.

Nossa luta não pode parar, e chamamos todos os trabalhadores, independente do setor que trabalham para se juntarem para que possamos convencer a empresa a adotar um plano de PR possível de ser aplicado, sem metas impossíveis e estranhas ao dia a dia dos que fazem a riqueza da empresa. 

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