Com 10%, termina greve na Manserv na Vale fertilizantes em Cubatão/SP


Reajuste salarial de 10%, vale-refeição de R$ 14, participação nos lucros ou resultados (PLR) correspondente a um salário nominal e pagamento dos dias parados.
Com essa contraproposta da empreiteira Manserv, seus 700 operários, em atividade na Vale Fertilizantes, aprovaram o fim da greve, iniciada às 7 horas de segunda-feira (17).
Em assembleia na manhã desta quarta-feira (19), o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial, Macaé Marcos Braz de Oliveira, comemorou:
“Foi mais uma vitória da classe operária de Cubatão, fruto da consciência de classe social, organização, mobilização e confiança na direção do Sintracomos”, disse o sindicalista.
Macaé ponderou que o vale-refeição, ao passar de R$ 10,90 para R$ 14, teve aumento de 28,4%. Todos os valores têm efeito retroativo a 1º de maio, data-base da categoria.
Vitória maior
O sindicalista destacou que a vitória foi maior ainda para 50 trabalhadores da Manserv a serviço da Ultracargo, em Santos, que se juntaram aos grevistas: “Eles não recebiam nada de vale-refeição”.
O acordo foi obtido em negociação iniciada às 7 horas e encerrada às 9h30 desta quarta-feira, na subsede do sindicato, em Cubatão, enquanto os grevistas aguardavam, na porta da empresa.
Na tarde de terça-feira (18), as partes não haviam chegado a acordo, em audiência de instrução e conciliação, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP).
Diante do impasse, o juiz do TRT propôs que as partes voltassem à negociação, com assessoria da Justiça do Trabalho, ainda nesta semana, mas condicionada ao fim da paralisação nesta quarta-feira (19).
O presidente do sindicato garantiu ao juiz que defenderia esse encaminhamento, na assembleia desta quarta-feira, mas, diante do acordo, acabou não havendo necessidade.
‘Não se deve confiar no patrão’, adverte Macaé
O presidente do Sintracomos destaca ainda a elevação do reajuste de 8,76% determinado pelo TRT, em julgamento na semana passada, para os 10% obtidos agora, como resultado da greve de dois dias e meio.
O julgamento ocorreu em 12 de junho, quarta-feira, por conta de dissídio proposto pela Manserv, que não adotou o acordo resultante da greve de 10 mil operários de outras empreiteiras, entre 6 e 20 de maio.
Os 700 trabalhadores da Manserv não aderiram ao movimento, segundo Macaé, por acreditar na promessa patronal de que o resultado da luta nas demais empreiteiras seria estendido a eles.
O sindicalista explica que a Manserv, ao contrário do prometido, protoclou dissídio coletivo, na Justiça do Trabalho, questionando as conquistas da data-base.

“Que sirva de lição aos companheiros”, adverte o sindicalista. “Na campanha salarial de 2014, participem junto com os trabalhadores das outras empresas”.

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