Importação impede crescimento dos setores químicos e aço


A recuperação continua incerta em dois setores fortemente afetados pela concorrência de produtos importados - química e siderurgia. A distribuição de produtos siderúrgicos deve cair 5% em maio em relação a abril, movimentando 365 mil toneladas, informou o presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), Carlos Loureiro. Na indústria química, a atividade em maio deve ficar estável em relação a abril.
Os dados de maio da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), ainda não foram fechados. Segundo Fátima Giovana Ferreira, diretora de economia e estatística da entidade, a indústria do setor não sinalizou, no mês, aumentos de produção e de vendas. "Nossa expectativa é que a atividade possa voltar a melhorar, não no segundo trimestre, mas talvez no terceiro trimestre."
No primeiro quadrimestre, a produção do setor químico caiu 1,29%, e as vendas recuaram 0,61%. Foi a forte concorrência com importados que levou a esse cenário, diz Fátima. "No primeiro quadrimestre, a demanda por produtos químicos cresceu em torno de 7,1%. Ou seja, o mercado está aquecido, mas a demanda tem se voltado para os importados."
Um dos fatores que podem ajudar na retomada é a redução da incidência de PIS e Cofins para matérias-primas da indústria química, estabelecida pela Medida Provisória 613, de maio deste ano. Essa desoneração terá forte impacto na diminuição de custos do setor e deve permitir que a indústria química atinja uso de capacidade perto de 90%, em comparação com o percentual em torno de 80% utilizado atualmente, afirmou Fátima.
A estimativa da distribuição de aço, caso confirmada, pode conduzir a um recuo de 1,5% no resultado acumulado de janeiro a maio deste ano, em comparação com igual período do ano passado, informou Loureiro, do Inda. Na comparação com maio do ano passado, a projeção é ainda pior, com expectativa de recuo de 10,5% ante igual mês de 2012. Loureiro explicou que, em abril, houve melhora na distribuição, com volume de 383,1 mil - o que representou expansão de 11% tanto na comparação com março, quanto em relação a igual mês de 2012. Porém, segundo dados preliminares computados pelo instituto, maio não deve acompanhar esse bom desempenho. "Acho difícil um segundo trimestre melhor que o primeiro, com os dados que temos até agora."
Tendo em vista esse cenário, o instituto deve rever para baixo a projeção de crescimento de 6% na distribuição de produtos do setor prevista para este ano, em comparação com o ano passado.
As vendas de ônibus e caminhões da MAN Latin America ficaram estáveis em maio na comparação com igual mês do ano passado. Dados da empresa indicam que, no mês passado, foram vendidos 4.118 veículos, menos que as 4.179 unidades vendidas em maio de 2012. A empresa não informa a variação da produção entre abril e maio, mas seu presidente, Roberto Cortes, disse que o nível de atividade cresceu um pouco em relação a abril. Segundo ele, no período janeiro-maio, a produção da companhia vem crescendo gradualmente.
"Para a indústria de caminhões continuar nesse ritmo, é preciso que as condições de

financiamento estejam boas e haja confiança na economia. As condições de financiamento estão boas e há expectativa que haja retomada da economia, com as obras de infraestrutura e a renovação da frota brasileira de caminhões", diz Cortes.

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