Brasil é incluído em "lista suja" da OIT sobre leis trabalhista


O Brasil entra na "lista suja" de países que serão examinados por suspeitas de violar as convenções internacionais do trabalho. No centro do debate está a Convenção 98 da OIT e a reforma trabalhista. Mas o governo de Jair Bolsonaro, agora, quer mudar as regras da OIT para dar mais espaço para que governos possam ter mais influência na decisão final.

A Organização Internacional do Trabalho iniciou nesta semana sua reunião que marca os cem anos da entidade. Apesar de a entidade ter enviado um convite ao presidente Jair Bolsonaro, o governo optou por não enviar nem sequer um ministro. O chefe da delegação será o secretário de Trabalho, Bruno Dalcomo.

O Brasil já havia sido colocado numa lista preliminar de 40 países que poderia ser alvo de um questionamento no Comitê de Aplicação de Padrões da OIT. Essa inclusão foi resultado do resultado de uma analisa publica em fevereiro, por parte dos peritos da OIT.

Na manhã desta terça-feira (11), o Brasil foi selecionado entre 24 países que serão examinados como prioridade, O termo “lista suja” é usado por sindicados e oposição para designar países que serão questionados por conta de suas práticas.

Nos últimos anos, órgão foi amplamente usado para pressionar o regime venezuelano, alegando ataques contra sindicalistas. Entre os brasileiros que viajaram por anos para Genebra, o termo “lista suja” também era amplamente empregado, todas as vezes que Caracas era incluída na lista. Por ano, o órgão também monitorou casos como o da África do Sul sob o Apartheid e dezenas de outros.

perseguição política 
Com o risco de ser criticado, o governo brasileiro sugeriu mudar a regra do Comitê, querendo dar mais espaço para interferirem no processo. Ao saber da inclusão do Brasil na lista, o governo não disfarçou a irritação, transmitindo insinuação a grupos aliados de que a decisão havia sido política e com a base num confronto entre sindicatos de esquerda e o governo de Bolsonaro.

Da parte dos empregados, a decisão da inclusão do Brasil no exame foi recebida com incompreensão. Para Alexandre Furlan, representante da Confederação Nacional da Indústria e um dos representantes do país entre os empregados na OIT, a resposta será baseada em questões técnica, já que os números mostram que os acordos coletivos sofreram queda que se imaginavam, depois da aprovação a reforma em 2017. Portanto, não descartou que houve questões políticas.

Analise do comitê

Segundo a OIT, a versão é de que a lista é preparada com base em critérios técnicos. O representante internacional da CUT, Antônio Lisboa, comemorou a decisão. “A inclusão do Brasil na lista é um reconhecimento da grande farsa que foi a reforma trabalhista, com argumento de que promoveria emprego e a livre negociação” disse

Já no ano passado, o Brasil foi incluído o exame. O governo, porém, fez questão de endurecer sua posição na entidade e não deu garantias de que iria aceitar nem mesmo a conclusão dos peritos da OIT.

Em 2018, a OIT acabou não condenando o Brasil. Mas, pediu que o governo fizesse uma análise do impacto da reforma e que Brasília explicasse como foram as consultas com sindicatos antes da adoção da reforma. Os sindicatos insistem que foram ignorados, enquanto o governo garante que todos foram ouvidos.


Em 2019, o Brasil volta a ser examinado e agora terá de se defender. O argumento dos sindicatos é de que, diante da reforma, o país viola questões relativas as negociações coletivas.



fontes: Brasil 247 e Jamel Chade

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