Siderúrgica será multada em até R$ 50 milhões por doar terreno contaminado


A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) será multada em até R$ 50 milhões pela Secretaria do Ambiente do Estado do Rio de Janeiro (SEA) por ter doado a funcionários um terreno de 10 mil metros quadrados em  Volta  Redonda, sul fluminense, contaminado por substâncias químicas que podem causar câncer. A definição da multa está a cargo do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que anunciará a punição na segunda-feira.
O secretário de Ambiente do Estado do Rio, Carlos Minc, disse que o solo e o lençol freático estão contaminados por substâncias como cádmio, chumbo, níquel, zinco, criseno, naftaleno, entre outras substâncias cancerígenas.
“É uma situação extremamente grave, uma irresponsabilidade muita grande. As substâncias foram largadas naqueles terrenos, não foram encapsuladas. Na verdade, a CSN cometeu vários crimes ambientais,contaminou o terreno e o lençol freático. Só isso daí já dá uma quantidade de crimes ambientais enorme. A Justiça vai cair em cima, o Ministério Público (MP) e nós vamos cair em cima”, disse o secretário. “Vamos tascar as multas que podem chegar a R$ 50 milhões”, completou Minc.
De acordo com ele, a secretaria do Ambiente tomou conhecimento da situação em abril do ano passado, com base em denúncias do MP. A secretaria, com base na legislação ambiental, solicitou à CSN que contratasse uma empresa para fazer as análises da contaminação superficial e profunda. A empresa contratada foi a Nickol do Brasil, que fez as análises em uma parte do terreno de 10 mil metros quadrados. A empresa constatou as contaminações. A partir daí, técnicos da secretaria foram ao local e constaram as irregularidades.

“Temos dados de apenas uma parte do terreno. Na outra parte [do terreno], nós não sabemos se há lixo químico. Estamos há um ano pedindo à CSN para fazer a análise da outra parte. Já que não fizeram, vamos fazer, contratar uma empresa e a CSN paga a conta”, disse Minc.
O terreno foi doado pela CSN em 1998 aos funcionários, depois da privatização da empresa, feita em 1993. A secretaria não sabe ainda informar quando o solo da região foi contaminado. Atualmente, a área total é ocupada por 791 casas, onde vivem cerca de 2,3 mil pessoas.

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