A decisão da Petrobrás de não marcar uma nova rodada
de negociação, após a paralisação nacional de 24 horas deflagrada domingo (27)
pelos petroleiros, levou a liderança do movimento a pregar a realização de uma
greve geral por tempo indeterminado, com a interrupção da produção de petróleo
em alto-mar e do trabalho nas refinarias.
A
companhia informou na segunda-feira, 28, não haver novas discussões marcadas
com as duas entidades que representam os trabalhadores da indústria do
petróleo: a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Federação Nacional dos
Petroleiros (FNP).
Em
nota, a Petrobrás assegura que "continua aberta à negociação com as
entidades sindicais para que as partes cheguem a um entendimento" a
respeito do plano de Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) referente a
2012. "A Petrobrás apresentou, em dezembro, proposta para pagamento de
antecipação da PLR de 2012. A proposta adota os mesmos critérios utilizados em
anos anteriores para a antecipação, considerando os resultados das empresas do
Sistema Petrobrás nos três primeiros trimestres de cada ano", diz a nota.
Os
petroleiros reivindicam modificações nos critério de distribuição de lucros e
aumento nos porcentuais de remuneração da PLR. O impasse levou a categoria a
interromper o trabalho anteontem, numa espécie de greve de advertência que pode
ter servido de preparativo para uma paralisação mais ampla.
"Faremos
nossa plenária nos próximos dias. A da FUP será amanhã (hoje). Vamos marcar a
greve por tempo indeterminado. Duvido que a Petrobrás queira isso. Será para
breve porque a categoria está agoniada, está desesperada. A greve será com
parada de produção.
Sem
parada, não tem sentido", disse ao Estado o sindicalista Emanuel Cancella,
secretário- geral da FNP e do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro
(Sinpetro-RJ).
Pela
internet, a FNP, no principal texto de ontem de seu site, avisa: "Greve de
24 horas manda recado pra Petrobrás: sem negociação, é greve por tempo
indeterminado".
"Por
enquanto, a mobilização foi apenas um alerta à intransigência da Petrobrás, mas
o recado está dado: sem negociação, iremos à greve por tempo indeterminado. E a
probabilidade de parada de produção está em pauta", acrescenta a entidade
no comunicado.
Embora
tida como entidade antenada às decisões do governo do PT, a FUP também ameaça
defender a greve geral dos petroleiros. Hoje, a federação reúne as lideranças
de seus 12 sindicatos para a avaliar a paralisação de segunda-feira e debater
os próximos passos do movimento reivindicatório."Os sindicalistas não
descartam a realização de uma greve por tempo indeterminado, caso não haja
avanços nas negociações com a Petrobrás e o governo", divulgou a entidade.
0 comentários:
Postar um comentário