O ministro do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, informou que o governo federal estuda criar um
regime tributário específico para dois setores: químico e têxtil. O modelo
seria semelhante ao Inovar-Auto, o novo regime automotivo que entrou em vigor
este ano.
O objetivo, segundo o
ministro, é estimular o desenvolvimento e competitividade do segmento e exigir
aumento de tecnologia na produção. O anúncio foi feito durante o Encontro
Nacional com Novos Prefeitos e Prefeitas, que começou ontem em Brasília.
"Para alguns setores, estamos em fase de negociação", disse o ministro
aos jornalistas, ao citar como exemplo de segmentos a serem beneficiados as
empresas químicas e têxteis.
As novidades devem ser
anunciadas ao longo do ano, disse Pimentel, sem definir datas. "Todos eles
serão mais ou menos nos moldes do Inovar-auto, ou seja, visando assegurar
conteúdo tecnológico e aumentar a competitividade da produção nacional."
Pimentel disse também aos
prefeitos que a desoneração da folha de pagamento feita pelo governo federal
"não tem volta". Segundo o ministro, os setores "terão o
benefício para sempre, disse". A medida zera a contribuição patronal de
20% sobre a folha de pagamento e, em troca, as empresas passam a pagar uma
alíquota sobre o faturamento.
Pimentel informou ainda que
as regras para a criação das Zonas de Processamento de Exportação (ZPE) devem
mudar, mas não deu prazo para a alteração e se limitou a pedir para que os
prefeitos "esperem um pouco para entrar com novos pedidos".
"Precisamos adaptar a
lei, porque ela tem 30 anos e foi criada em outra realidade econômica",disse.
Como possível ponto de mudança, Pimentel citou a atual exigência de que 80% do faturamento
da empresa venha de exportações para poder participar de uma ZPE. "Isso é quase
impossível, exceto para os grandes 'players', como a Vale ", afirmou.
Segundo o ministro, há 29
ZPEs autorizadas no Brasil, mas nenhuma em funcionamento. Uma das explicações
dadas por ele para essa situação é que a exigência de faturamento decorrente de
vendas ao exterior é muito alta. Outro motivo é que essas regiões apresentam
"condições
locais não favoráveis".
Por isso, o governo estuda baixar o percentual mínimo de faturamento de
exportações, além de criar ZPEs setoriais. "Não faz sentido fazer uma ZPE
sem definir qual é a vocação da região", disse.
Durante o encontro, o
ministro apresentou aos prefeitos eleitos no ano passado uma série de mecanismos
do governo federal para estimular o desenvolvimento dos municípios. Pimentel destacou
linha de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),
oferecida a prefeituras para a modernização tributária municipal. "A
grande dificuldade para os municípios é ter receitas próprias, oriundas de
taxas municipais, e não ficar dependendo exclusivamente dos fundos de
participação dos Estados e dos municípios", disse Pimentel. O ministro
citou ainda uma linha de crédito do BNDES específica para a compra de ônibus
escolares, e outra para investimentos em estradas.
0 comentários:
Postar um comentário