Vale
alimentação de R$ 250, melhorias nos alojamentos, alimentação e transporte
foram garantidos
Mobilização no canteiro de obras
garantiu avanços em Três Lagoas-MS
Após 9 dias de paralisação em que
dobraram a arrogância e a intransigência patronal, os cerca de 3.500 operários
que trabalham na construção da fábrica de fertilizantes da Petrobrás, em Três
Lagoas-MS, retornaram às atividades nesta segunda-feira (28).
Acompanhando o movimento grevista pela
Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira
(Conticom/CUT), Valdemir Oliveira (Popó), destaca que foi a pressão da
mobilização quem garantiu a presença da entidade e da Federação dos
Trabalhadores nas Indústrias da Construção, Mobiliário e Montagem Industrial do
Mato Grosso do Sul (Fetricom-MS) na comissão de negociação com o consórcio UFN
3, responsável pela obra. Até então, os dois sindicatos dos trabalhadores da
construção de Três Lagoas, o da Civil e o da Pesada, vinham apenas endossando a
posição da empresa, fazendo vista grossa aos inúmeros problemas que geraram o
movimento, como o brutal assédio dos encarregados. “Foi a determinação expressa
pela categoria nas assembleias que garantiu a nossa participação e, com ela, os
avanços conquistados”, relatou Popó.
CONQUISTAS – ”De imediato, acertamos o reajuste do vale alimentação de R$ 220 para R$
250 que, a partir de agora, será descontado proporcionalmente”, declarou o
dirigente da Conticom, lembrando que, “pelo absurdo e desumano sistema
anterior, caso o trabalhador faltasse um único dia já perdia o direito ao vale.
Ficava sem nada, perdia na totalidade”.
Entre outras questões que começarão a
ser resolvidas estão a imundície e a insegurança dos alojamentos, os graves
problemas de fiação, ventilação e iluminação; a falta de comunicação, via
instalação de uma antena telefônica – pois anteriormente os trabalhadores da
obra localizada no interior do município eram mantidos sem qualquer contato
exterior; o estabelecimento de uma linha de ônibus de hora em hora com a cidade
- uma vez que o transporte era feito apenas nos dias de pagamento; além da
resolução do abastecimento e da melhoria da qualidade da água.
Embora a data-base da categoria seja 1º
de Maio, ficou acordada a antecipação da negociação do dissídio coletivo, que
começa a ocorrer a partir desta segunda.
VALORIZAÇÃO – O presidente da Fetricom-MS, Webergton Sudário (Corumbá), ressaltou que
“a partir do atendimento às reivindicações sociais, que é a questão humana mais
urgente, como melhoria dos alojamentos, da alimentação e a solução do grave problema
do translado até a cidade, vamos protocolar a pauta financeira já nesta
terça-feira”. A prioridade, frisou Corumbá, é garantir que os 20% de reajuste
repassados aos trabalhadores da montagem sejam antecipados a todos os operários
da obra.
ESTABILIDADE – Para evitar retaliações às lideranças, a Conticom e a Fetricom apontam
que o Acordo Nacional da Construção garante a estabilidade de seis meses para
os trabalhadores que integram a Comissão de Negociação Permanente. Segundo
Popó, “esta é uma questão essencial para evitar atropelos de empresários
inescrupulosos e avessos ao diálogo”.
Conforme acordado, a greve será descontada na forma de uma das duas
horas extras trabalhadas diariamente.
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