Sindicalistas no anúncio do pacote portuário de Dilma




Na manhã desta quinta feira,  trabalhadores do Porto de Santos se reuniram e aprovaram documento a ser entregue a presidente Dilma  em Brasilia. O documento pede a suspensão temporária do anúncio das medidas para o setor portuário nacional, que Dilma fará pela manhã, a empresários, políticos e sindicalistas.
Os sindicalizados sugerem que Dilma aguarde o resultado final da ‘operação porto seguro’, da Polícia Federal, que investiga um esquema de corrupção no porto santista.“É um bom motivo para a presidente da República adiar o anúncio de um pacote de medidas sem ter consultado ou sequer escutado os trabalhadores”, diz Robson de Lima Apolinário.Ele é presidente do segundo maior sindicato do setor, em Santos, o dos operários portuários (Sintraport), que perde apenas para o dos estivadores, em número de trabalhadores.O sindicato atualmente representa 4 mil homens, Robson  Apolinário participará da audiência com Dilma Rousseff, acompanhado de sindicalistas ligados às três federações nacionais da categoria.As FNP, FNE e Fenccovib, que são as federações dos portuários, estivadores, conferentes, consertadores, vigias e trabalhadores do bloco, também estarão presentes.Após o almoço, entidades e autoridade se reunirão a tarde inteira para analisar as medidas da presidente. Na segunda-feira, os sindicatos de Santos se reunirão, para apreciar o pacote presidencial, a deliberação de Brasília e marcar a assembleia de todas as categorias, que está em caráter permanente.Robson Apolinário considera importante o documento que os sindicatos de Santos entregarão a Dilma, sobre a ‘operação porto seguro’, da Polícia Federal.
O documento faz algumas ponderações sobre os sindicatos não terem sido ouvidos pelo governo: “Mais tarde, se tivermos problemas com o pacote, mostraremos que pedimos sua suspensão”.O presidente do Sintraport lembra que, por ser através de medida provisória (mp), as decisões poderão ser questionadas pelos sindicatos junto a deputados e senadores.Robson diz que “a única coisa que os sindicalistas sabem é que o governo pretende aumentar a competitividade dos portos com redução de custos. A experiência nos mostra que isso sempre acaba mal para nós”.Ele diz não ser contra a modernização para agilizar as atividades portuárias, mas defende que o mercado de trabalho da categoria seja mantido e que os ganhos melhorem.“Até agora, somos meros espectadores. E isso nos causa insegurança. O momento é mais preocupante do que o anterior à lei dos portos (8630-1993)”, pondera o dirigente.“Naquela época, pelo menos, havia um projeto de lei, o famoso ‘pl 8’, que possibilitou um amplo debate, em nível nacional, com participação dos trabalhadores”, opina Robson.
“Dá impressão que não somos parte da engrenagem. Queremos ser ouvidos na organização da gestão da mão-de-obra. Queremos a aplicação da Convenção 137 e da Recomendação 145, da OIT”, diz.
Ele se refere à legislação da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da qual o Brasil é signatário, desde 1995, e que protege o trabalhador portuário diante da automação.

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