Dirigentes
reconheceram avanços na proposta apresentada na véspera pelo relator da
comissão especial na Câmara, Samuel Moreira, em relação ao texto do governo."Por
essa o [presidente Jair] Bolsonaro não esperava. Os governadores pegaram
reivindicações das centrais e conseguiram garantir mudanças a favor dos
trabalhadores", disse João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da
Força Sindical.
Ele
citou como exemplos a retirada do relatório de mudanças no BPC (Benefício de
Prestação Continuada) e na aposentadoria rural, bem como da previsão do sistema
de capitalização, em que cada trabalhador faria sua própria poupança.
Ricardo
Patah, da UGT, diz que a entidade ainda está analisando a proposta do relator,
mas que "a sensação geral é de que não é tão ruim quanto já foi".
Segundo
ele, a permanência das regras básicas da aposentadoria na Constituição foi um
ganho. A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do governo possibilitava que
futuras mudanças em temas como idade mínima, tempo de contribuição e reajuste
dos benefícios, entre outros, fossem feitas por lei complementar, cuja
aprovação é mais fácil.
Para
a UGT, no entanto, estados e municípios deveriam ter sido incluídos no texto,
como previa o projeto original. As
centrais reunidas, o que contava também com CUT, CTB, CGTB, Intersindical, Nova
Central, ainda reclamavam, porém, da elevação da idade mínima e do tempo de
contribuição.
Mantida idade mínima
O
relator Samuel Moreira (PSDB) manteve em seu parecer o aumento da idade mínima
para 65 (homem) e 62 (mulher), bem como o tempo de contribuição dos homens em
20 anos. Para as mulheres, no entanto, propôs reduzir a exigência para 15 anos."É
um avanço em relação à proposta do governo. Mas como a proposta do governo é
horrorosa, não temos concordância e queremos a retirada como um todo",
afirma Vagner Freitas, presidente da CUT.
A
maior central sindical do Brasil diz que o país deveria dar prioridade para
discutir uma reforma tributária que cobrasse mais imposto dos mais ricos.
Tramita no Congresso uma PEC para mexer na tributação de bens e serviços.Para
Juruna, o projeto da Previdência vai ser debatido na Câmara e no Senado de todo
o modo e cabe às centrais participarem desse debate. "A Força vai defender
que devemos fazer nosso trabalho", disse.
0 comentários:
Postar um comentário