'A Vale não tem sido transparente', diz procurador geral do MPMG




O Procurador Geral da Justiça do Ministério Público, Antônio Sérgio Tonet em entrevista ao jornal O TEMPO, acusou a Vale de não agir com transparência ao omitir informações importantes sobre a estabilidade das barragens de rejeitos que ela mantém no Estado.

Ele criticou o que chamou de “relação promiscuidade” entre a mineradora e as empresas contratada para atestar a segurança das estruturas. As declarações foram dadas, após reunião com os parlamentares da Comissão de Meio Ambiente do Senado, na sede do MPMG, em Belo Horizonte.

“A Vale não tem sido transparente há muito tempo. Isso ocorreu em Mariana e em Brumadinho”, diz o procurador geral que condenou a falta de informação precisas e a necessidade de recorrer à Justiça para obter documentos que revelam as reais condições das estruturas que a mineradora mantém em território mineiro.

Falta transparência
“Durante uma reunião, a informação é que está tudo seguro. No dia seguinte, ou alguns dias depois, ela (Vale) surge com a informação de que temos de desalojar as pessoas. Isso tem causado perplexidade”, reclamou Tonet.

Segundo ele, devido o cenário minerário atual, é necessário “desconfiar de todos os atestados de segurança” de barragens emitidos por mineradoras no país. Diante do risco iminente de ruptura das barragens do Sul Superior, da mina Gongo Soco, em Barão de Cocais, na região central de Minas.

Vale não se posiciona
O MPMG vai acionar a Justiça para que a vale contrate uma assessoria jurídica independente para todas as possíveis vítima que queiram mover ações de indenização na cidade, mesmo que a estrutura não desabe: “O dano já foi causado”. A reportagem do JORNAL O TEMPO entrou em contato com Vale para se pronunciar sobre as falas do procurar, mas até o fechamento da edição não havia respondido.

Bloqueio para indenizações
O recurso para pagamento de indenizações a quem reside nas áreas de risco em caso de ruptura da barragem de Barão de Cocais foi garantido em março, por deferimento de ação cautelar do MPMG, que bloqueou R$ 3 bilhões da conta da Vale. A medida beneficia Barão de Cocais, mas o órgão estuda a possibilidade de estender o pedido de indenização para quem vive na área de risco de Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo.



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