Vale está envolvida em escândalo de corrupção na África




Fonte: Estado de Minas

Um relatório do governo guineano recomendou nesta quinta-feira o cancelamento da concessão para atividades ligadas à exploração mineradora concedida ao bilionário franco-israelense Beny Steinmetz em uma mina de ferro em Simandu por "corrupção", em um escândalo que envolve a mineradora Vale.

Steinmetz é um empresário que fez fortuna com diamantes e obteve permissão para explorar a mina de Simandu em 2008 por um valor de 170 milhões de dólares.

Simandu é o maior reservatório do ferro do mundo. Dezoito meses depois, o franco-israelense revendeu 51% de seus direitos à Vale por 2,5 bilhões de dólares, ou seja, 20 vezes o valor inicial.

A Guiné, suspeitando do enorme excedente, abriu uma investigação, que se estendeu para a Suíça e os Estados Unidos.

No relatório obtido nesta quinta-feira pela AFP, o Comitê Técnico de Revisão de Títulos e Convenções de Mineração (do governo) considera que "os títulos e a convenção atualmente em mãos da VBG (empresa do grupo Beny Steinmetz e da Vale) foram obtidos para as minas de Simandu e de Zogota (sudeste) por meio de práticas de corrupção".

Segundo o informe, para obter a concessão de Simandu, a companhia BSGR de Steinmetz subornou com 8 milhões de dólares a viúva do ex-presidente guineano Lansana Conté, entre 2006 e 2010, através de intermediários.

Conté governou o país por 24 anos até sua morte em 2008.
O relatório propõe, portanto, "a retirada das autorizações de exploração dos blocos 1 e 2 de Simandu e da concessão de para atividades mineradoras na zona denominada Zogota", além da exclusão da VGD do processo de reatribuição das licenças.

Desde que chegou ao poder em 2010, o primeiro presidente democraticamente eleito da Guiné, Alpha Condé, lançou investigações como parte de um plano de combate à corrupção e de retomada do controle dos recursos naturais da Guiné.

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