Suspensão de obras da Vale no Paraopeba pode comprometer abastecimento da Grande BH



A decisão da Prefeitura de Brumadinho de suspender, nesta semana, os alvarás de funcionamento de empresas que faziam as obras de captação do Rio Paraopeba, acendeu o alerta da Copasa. Segundo a companhia, apesar das chuvas recordes deste ano, a medida pode oferecer risco ao abastecimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

A prefeitura de Brumadinho disse, em nota, que entende a preocupação da Copasa, mas que, neste momento da pandemia, "é preciso algumas medidas para evitar aglomeração e o trânsito de trabalhadores de outros municípios." A cidade registrou 14 casos de Covid-19 em duas semanas.

Os alvarás de funcionamento das prestadoras de serviço da Vale foram suspensos porque, segundo a prefeitura de Brumadinho, estariam provocando aglomeração.

A decisão está no texto de um decreto desta terça-feira (12), assinado pelo prefeito Avimar de Melo Barcelos (PV), que definiu, também, a suspensão de outras atividades de prestadoras de serviço da mineradora.

O Sistema Paraopeba, que abastece 48% da Grande BH, foi construído após crise hídrica de 2015, durante gestão do então governador do estado, Fernando Pimentel (PT). Com o rompimento da barragem de Córrego do Feijão, que matou 270 pessoas, o rio foi contaminado pela lama de rejeitos da Vale e a captação precisou ser interrompida.

A construção de um novo sistema no Paraopeba, em um ponto que não foi atingido por rejeitos, foi acordado entre a mineradora e a Copasa na Justiça. A Companhia informou, na ocasião, que o abastecimento da Grande BH poderia estar comprometido no final deste ano.O G1 aguarda posicionamento da Vale sobre o assunto.


Chuvas recordes

Por causa das chuvas recordes deste ano, a Copasa disse que os reservatórios estão com a capacidade total.Entretanto, a própria companhia confirmou a urgência para o retorno da captação no Paraopeba. “O retorno da captação do rio Paraopeba é de fundamental importância para a manutenção da segurança hídrica da RMBH, uma vez que o abastecimento da região metropolitana e toda capital mineira é feito de forma integrada com o sistema de captação a fio d’água no rio das Velhas, que também está ameaçada por termos uma série de outras barragens a montante”, afirmou em nota.

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