Petroleiros entram em greve dia 26 em defesa do Acordo Coletivo



Mais de 60 mil petroleiros de todo o Brasil iniciam sábado, 26, paralisação nacional. A principal reivindicação é preservar os direitos do Acordo Coletivo de Trabalho. A data-base é 1º de setembro.

Os trabalhadores rejeitaram em assembleias, convocadas pelos 30 Sindicatos da base,   proposta conciliatória do Tribunal Superior do Trabalho de reajuste de 70% da inflação, mas com corte de direitos.

As duas Federações, que representam os trabalhadores - FUP e FNP - enviaram terça (22) à Petrobras notificação sobre o início da greve.

Segundo José Maria Rangel, presidente da FUP, a empresa tenta acabar com diversas garantias e direitos conquistados ao longo de décadas.  Ele explica: “Além de oferecer reajuste salarial abaixo da inflação, querem reduzir pagamento de horas extras, que só serão quitadas quando a gestão achar conveniente”.

Privatização - Na avaliação de Rangel, ao propor acordo anual (antes bianual) e desmontar o ACT, a empresa visa baratear a mão de obra e facilitar a privatização das unidades do sistema. “Hoje, a gestão da Petrobrás propõe um acordo com vencimento anual. Se em seis meses de governo já perdemos a BR, vários campos do pré-sal, plataformas e oito refinarias são postas à venda, que garantia este acordo nos dá?”, indaga.

Rafael Prado, secretário de Comunicação da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e presidente do Sindicato dos Petroleiros de São José dos Campos, tem a mesma opinião. Para ele, há um evidente plano de desmonte para facilitar a venda da estatal.

Ele conta: “Desde o acordo fechado em 2017, tivemos prejuízos. Não conquistamos aumento real e perdemos direitos. E agora, que a empresa tem dado lucro, quer desmontar nosso Acordo Coletivo. É evidente o objetivo de privatização”.

Lucros - Segundo o dirigente, medidas adotadas pela direção demonstram o montante do lucro obtido nos últimos anos. “Aumentaram a remuneração dos acionistas, contrataram diretores do Exterior, distribuíram mais de um milhão em lucros para os cargos de chefia”. Ele completa: “E pro trabalhador oferece reajuste abaixo da inflação e a retirada de direitos”.

Além disso, segundo ele, a categoria convive com quadro defasado de funcionários e jornadas extenuantes.Rafael revela que há sobrecarga de trabalho, porque não há contratação. Ele explica: "E ainda querem implantar um banco de horas absurdo, para um funcionário que fica 35 dias na plataforma, em atividade por seis dias com uma folga semanal. Pense nas consequências!”.

Adesão - Por tudo isso, o sindicalista avalia que a adesão dos trabalhadores será maciça. “A categoria é historicamente mobilizada e consciente. Nossas assembleias provaram isso. Portanto, com certeza essa greve vai ser forte”, garante o sindicalista.

Rafael também convida outras categorias a aderirem ao movimento. “É importante caminhoneiros e trabalhadores de Estatais ameaçadas, como Correios e Casa da Moeda, apoiarem nossa luta. Porque há um evidente desmonte do patrimônio público. Se perdemos a Petrobras, quem perderá será a Nação”, ele afirma.

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