Fundo de pensão da Vale passará a aceitar a adesão de familiares dos participantes




O fundo de pensão da Vale, o Valia, passará a aceitar, a partir desta quarta-feira, a adesão de familiares dos participantes a seus planos de previdência. O movimento tem sido adotado por fundações como Previ (BB) e Real Grandeza (Furnas) como uma forma de crescer, aproveitando a maior busca por previdência diante da reforma do INSS. 

Com patrimônio de R$ 24 bilhões e 95 mil participantes ativos, a fundação espera atrair 5 mil novos "clientes" em um ano com o plano familiar. O plano permitirá a adesão de parentes consanguíneos até o quarto grau, que abrange até primos de primeiro grau, e parentes não consanguíneos como sogros, cunhados e genros.

O plano, chamado de Prevaler, será no modelo Contribuição Definida (CD), pelo qual o participante faz aportes regulares e o valor do benefício será baseado na rentabilidade desse patrimônio. Diferentemente dos planos da Valia voltados para os funcionários da Vale, nos quais a mineradora contribui com metade dos aportes, o Prevaler não tem co-patrocinadora. A mensalidade mínima será de R$ 50.

O benefício poderá ser usufruído em forma de renda vitalicia (como percentual do saldo acumulado), renda por prazo determinado ou pagamento à vista do total acumulado. No entanto, a Valia permitirá também o chamado uso flexível, nos moldes do PrevSonho elaborado pela Abrapp, associação dos fundos de pensão. Assim, o participante poderá sacar o dinheiro para projetos como pagamento de intercâmbio, entrada de financiamento imobiliário ou compra de veículo.

- Estamos vivendo um momento de conscientização da população, diante da reforma, de que um plano "B" à previdência oficial será necessário. Está ficando mais claro que o INSS não será suficiente para garantir a dignidade das pessoas na aposentadoria, e a reforma mostra que não podemos contar com isso - afirmou ao GLOBO o diretor superintendente da Valia, Edécio Brasil. - É um jogo ganha-ganha-ganha. O público terá acesso a uma organização sólida, com bom retrospecto de rentabilidade. O patrocinador (a Vale) verá o custo fixo da operação da fundação diminuir. E a Valia terá um novo caminho para aumentar o número de participantes.
Expectativa de 50 planos este ano

Como noticiou O GLOBO na semana passada, a Fundação Real Grandeza, dos funcionários de Furnas, quer atrair cinco mil novos participantes até 2025 com um plano semelhante a esse que a Valia está lançando. Só que, além dos familiares dos participantes, o plano da Real Grandeza, previsto para o início do ano que vem, será aberto também a membros de associações de classe.

Já a Previ, maior fundo de pensão do país, com patrimônio de mais de R$ 200 bilhões, aceitará a adesão de parentes de funcionários do BB a partir do primeiro trimestre do ano que vem.

Os fundos de pensão de estatais contam com esses novos tipos de planos para sobreviver, diante de um cenário de enxugamento dos quadros dessas empresas, privatizações e ausência de novos concursos. Segundo a Abrapp, 25 planos família já foram aprovados pela Previc, autarquia que fiscaliza o setor. A Abrapp espera que, ao fim do ano, haja mais de 50 planos desse tipo instituídos.

Os planos familiares são uma novidade na previdência complementar fechada, até então restrita aos funcionários dos patrocinadores das fundações. Uma série de planos com esse formato estão sendo lançados depois que o Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC), no fim do ano passado, decidiu que o modelo não precisava de legislação específica e após a Abrapp ter mudado seu estatuto para aceitar familiares. 

Os novos planos familiares, na prática, permitirão aos fundos de pensão competir por novos clientes com a previdência privada oferecida pelos bancos. As fundações acreditam que, por não terem fins lucrativos, podem ser competitivos em termos de taxa, por exemplo. Para convencer os potenciais clientes, estão se preparando para fazer o que nunca precisaram fazer: vender planos de previdência. Até então, as novas adesões ocorriam de forma natural, com a contratação de novos funcionários para a patrocinadora, e a fundação não tinha muito o que fazer para atrair mais participantes.

Fonte: O Globo

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