No
dia 22 de fevereiro, a Mosaic Fertilizantes declarou situação de emergência
na barragem de rejeitos B1/B4 do Complexo Mineroquímico de Araxá. A situação
foi classificada como nível 1 e o PAEBM foi acionado.
De acordo com a empresa, a
barragem B1/B4 permanece em nível 1 de emergência, pois não obteve a Declaração
de Condição de Estabilidade (DCE) nos termos das novas normas de segurança da
Agência Nacional de Mineração (ANM), divulgadas em fevereiro deste ano.
“A empresa segue empenhada em
concluir as ações necessárias para a obtenção da DCE o mais breve possível”, encerra
a nota enviada pela Mosaic.
HISTÓRICO DOS FATOS
A Mosaic Fertilizantes declarou
situação de emergência na barragem de rejeitos B1/B4 do Complexo Mineroquímico
de Araxá, no Alto Paranaíba, no dia 22 de fevereiro, após uma auditória
realizada por uma empresa especializada, o que resultou num estudo técnico que
levou a consultoria a não emitir a Declaração de Condições de Estabilidade
(DCE) relativa à barrage.
A situação de emergência foi
classificada como nível 1 e o Plano de Ação Emergencial para Barragens de
Mineração (PAEBM) foi acionado. Naquela época, a Mosaic Fertilizantes emitiu
uma nota garantindo que a barragem não estava mais recebendo rejeitos da produção
de concentrado fosfático e que não havia previsão de retorno.
Então, as operações na B1/B4
foram paralisadas até que ocorresse nova avaliação. A empresa garantiu que
todas as medidas necessárias estavam sendo tomadas para elevar a unidade aos
novos padrões de segurança definidos pela Agência Nacional de Mineração (ANM).
Segundo a mineradora, representantes da ANM estiveram presentes na avaliação.
Ao G1, a Mosaic informou que o
PAEBM contém informações gerais sobre as barragens, resultados do estudo de
rompimento hipotético e mapa da inundação da barragem e lista os procedimentos
em situações de emergência, fluxograma dos responsáveis pelas ações e fluxo de
notificação de atendimento emergencial. Na ocasião, garantiram que o plano de
ação atualizado foi protocolado na Prefeitura de Araxá e na Defesa Civil.
O Corpo de Bombeiros também se
manifestou sobre a análise. Conforme o órgão, a barragem B1/B4 tem capacidade
de 24.000.000 de m³ de rejeitos, altura máxima de 57 m e material (rejeito -
lama da produção de fosfato).
A mineradora informou aos
bombeiros que se trata de um produto sem contaminantes, inerte. A empresa disse
ainda que providenciou duas caminhonetes com sirenes móveis para serem
utilizadas em caso de necessidade.
Classificação
De acordo com uma portaria publicada em 17 de maio de 2017 pela Agência
Nacional de Mineração (ANM), sobre a segurança de barragens, a classificação
nível 1 detecta uma anomalia que resulta em uma situação com potencial
comprometimento de segurança da estrutura.
Moradores
Em nota, a mineradora informou
não existir moradias na área que poderia ser impactada em um cenário de
emergência. Que a unidade está localizada do lado oposto à Estância Hídrica do
Barreiro e que o núcleo urbano do município também não seria afetado em caso de
qualquer incidente. A Mosaic afirma que todas as barragens da empresa possuem
certificado de estabilidade válido.
Funcionários
A Mosaic informou que a
interdição da Agência Nacional de Mineração (ANM) tem como objeto apenas a
usina de beneficiamento e os empregados desta operação estão trabalhando nas
atividades da parada de manutenção da unidade, ou seja, não há impactos. A
empresa ressaltou que as outras frentes da operação, incluindo fertilizantes,
seguem normalmente.
Relatório
Na referida data, o Centro de
Controle Regional Integrado de Defesa Civil de Araxá divulgou
um relatório feito a partir de visitas realizadas nas 16 barragens de
duas mineradoras que atuam na região.
“Durante as visitas verificamos
que as empresas possuem uma estrutura de gestão de barragem, com profissionais
trabalhando nas ações do plano de segurança, o que demonstra uma estrutura
dedicada e tranquiliza”, disse o superintendente do Instituto de Planejamento e
Desenvolvimento Sustentável de Araxá (IPDSA), Ricardo Manoel de Oliveira.
Os resultados apurados durante os
20 dias de análise foram apresentados por Ricardo. As visitas operacionais nas
barragens das empresas Mosaic Fertilizantes e CBMM, que ocorreram no início de
fevereiro, ainda contou com militares do Corpo de Bombeiros e levou em conta a
análise de documentos apresentados.
fonte: G1
0 comentários:
Postar um comentário