Ministério Público do Trabalho vai apontar dolo eventual da Vale em Brumadinho


O Ministério Público do Trabalho (MPT) vai anexar nesta terça-feira (9), novas provas compartilhadas pela Polícia Federal e pela Polícia Civil, que segundo o órgão investigador, comprovam o dolo eventual (quando assume o risco de matar) da mineradora Vale no rompimento da barragem de Brumadinho.

A informação foi repassada ao blog pelo procurador Geraldo Emediato de Souza, coordenador do grupo especial de atuação finalística do MPT, que cuida do vale Brumadinho. Segundo ele, o MPT deve pedir o aumento do valor da condenação da empresa se comprovar dolo eventual na ação trabalhista que tramita na 5ª Vara de Betim (MG)

Procurado pelo Blog, a Vale informou que tem apresentado, “desde o momento do rompimento da barragem, todos os documentos e informações solicitados e, como maior interessada na apuração dos fatos, continuará contribuindo com as investigações”.

O procurador explica que laudos e depoimentos disponibilizados pelos policiais permitem constatar que a empresa sabia da instabilidade da barragem, e que não havia assertividade na segurança. Ainda assim, teria permitido que o centro administrativo e o refeitório ficassem embaixo de um empreendimento que estava prestes a romper.

Ao juntar as novas provas, o MPT vai reforçar, no primeiro momento, o pedido de dano moral coletivo no valor de R$ 2 bilhões e indenização de R$ 5 milhões para cada grupo familiar atingido pelo desastre, com valor mínimo de R$ 1 milhão para cada membro da família atingida.

“Eles [laudos] vão reforçar o nosso pedido de dano moral coletivo de R$ bilhões para a comunidade e de R$ 5 milhões para cada grupo familiar. Para indenização, depende culpa. Acidente de trabalho é responsabilidade objetiva. Mas é preciso demostrar que, para além da responsabilidade objetiva do empregador, ele agiu com culpa, negligência, imperícia e até dolo eventual”, conclui Geraldo

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