Pesquisa da UFLA, em parceria com a Vale, ganha destaque no Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia 2015

O projeto de pesquisa desenvolvido na Universidade Federal de Lavras (UFLA) em parceria
com o Instituto Tecnológico Vale, com o apoio da Vale, intitulado:
“Desenvolvimento de um Produto para Uso agrícola, a partir da Reciclagem de um
Rejeito da Indústria de Fosfatos” foi agraciado com a menção honrosa na
categoria Pesquisador Sênior do Prêmio MERCOSUL de Ciência e Tecnologia –
edição 2015.
e Inovação do  Brasil (MCTI) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq), conta com o apoio institucional da Organização
das Nações  Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) e do
Movimento Brasil Competitivo (MBC), com patrocínio da Confederação Nacional da
Indústria (CNI). Nesta edição, bateu recorde de participação com 399 trabalhos
inscritos.
Siqueira, atualmente diretor científico do Instituto Tecnológico Vale,
professor emérito da UFLA/Departamento de Ciência do Solo – DCS, na categoria
Pesquisador Sênior. Oficialmente, o prêmio é estendido à toda a equipe de
pesquisa, composta pelos pesquisadores Sérgio Leite Rodrigues (Vale
Fertilizantes), Luiz Roberto Guimarães Guilherme e Lucas Alberth Ribeiro do
Valle (DCS/UFLA), Silvio Junio Ramos (Instituto Tecnológico Vale –
Desenvolvimento Sustentável), Enio de Tarso de Souza Costa e Hamilton Seron
Pereira (Universidade Federal de Uberlândia – UFU).
Essa é a síntese apresentada pelo pesquisador José Oswaldo Siqueira ao comentar
sobre o prêmio. “Trata-se de uma ação bem concebida, articulada, multinstitucional e
que atendeu aos objetivos. Uma equipe que deu certo”, comentou.
de fertilizantes, que é a destinação do ácido flurossilícico (H2SiF6)
que é gerado nas acidulações das rochas fosfatadas. Parte deste ácido é
reaproveitado no tratamento de água, mas ainda há uma grande quantidade que é
depositada em lagoas de tratamento, onde é neutralizado com calcário. O
problema é a quantidade crescente de ácido gerado nas indústrias de fosfato onde
as lagoas de tratamento ocupam enorme área dos complexos industriais.
Além disso, o tratamento do H2SiF6 apresenta
custo elevado, por conta do consumo de calcário, energia elétrica, movimentação
de máquinas e manutenção dos pátios e lagoas.
prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia propõe a neutralização do ácido
fluorossilícico com óxido de cálcio, a fim de se obter um produto denominado
AgroSiCa, que possui grande potencial de uso agrícola. Com isso, os
pesquisadores pretendem diminuir a quantidade de H2SiF6 que
chega nas lagoas de decantação, dando um destino sustentável e inovador para
este ácido.
do Potencial de Uso Agrícola da Fluorita com Óxido de Silício (AgroSiCa),
derivado da Fabricação de Fertilizantes Fosfatados” que já rendeu aos
pesquisadores duas patentes concedidas nos Estados Unidos (EUA), além do
artigo: “Beneficial use of a by-product from the phosphate fertilizer industry in tropical soils: effects on soil properties and maize and soybeangrowthCleaner Productionindustry in tropical soils: effects on soil properties and maize and soybeangrowth” publicado no periódico Journal of Cleaner Production (Fator de impacto: 4.959).
pesquisadores relatam  reflexos positivos para o solo e para o crescimento
do milho e soja com aplicação do produto. Isso se deve ao incremento nos teores
de cálcio, silício e de fósforo disponível para as plantas, além da redução dos
teores tóxicos de alumínio do solo. Em outro teste preliminar, o uso do
AgroSiCa promoveu ganho de produtividade da cana-de-açúcar em mais de 27 t ha‑1 e
incremento de receita na lavoura de R$1.375,00 por hectare. Esses estudos estão
sendo validados em outras culturas.
pela área de Negócio da Vale Fertilizantes, pois há interesse do setor
sucroalcooleiro na aquisição e uso desse insumo nos canaviais. Os resultados
obtidos com o projeto até o momento são promissores, pois, os estudos de
valoração realizado pela Vale evidenciou a possiblidade de redução de custo no
tratamento do ácido, assim como a viabilidade de comercialização do AgroSiCa e
geração de receita, promovendo assim a sustentabilidade da indústria de fosfato
com o reaproveitamento de um dos seus subprodutos.
trabalho publicado em livro.
Tecnologia do MERCOSUL (RECyT) com a denominação Prêmio Mercosul para Jovens
Pesquisadores, a partir da edição de 2004 o prêmio passou a ser denominado
Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia. O objetivo é reconhecer e premiar,
entre os países membros e associados ao Mercosul, os melhores trabalhos de
estudantes, jovens pesquisadores e equipes de pesquisa; incentivar a realização
de pesquisa científica, tecnológica e a inovação; e contribuir para o processo
de integração regional, mediante incremento na difusão das realizações e dos
avanços no campo do desenvolvimento científico e tecnológico local.
países membros e associados ao MERCOSUL: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile,
Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Na edição de 2015, com
o tema “Inovação e Empreendedorismo”, o Prêmio foi atribuído a cinco
categorias: Iniciação Científica; Estudante Universitário; Jovem Pesquisador;
Pesquisador Sênior e Integração.



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