A companhia norueguesa de
fertilizantes Yara International pretende realizar novas parcerias e aquisições
para aumentar sua produção de adubos no Brasil. Os últimos investimentos foram
direcionados principalmente à distribuição, com destaque para a compra dos
negócios de fertilizantes da Bunge no país, em uma transação avaliada em US$
750 milhões.
Com o negócio, formalizado
em agosto, a Yara tornou-se líder no mercado doméstico de fertilizantes, com
uma fatia estimada em 25%. Sua presença no país começou a crescer em 2000,
quando comprou a Adubos Trevo. Em 2006, reforçou a estratégia, com a aquisição
da Fertibras.
Com as unidades da Bunge, a
Yara passa a ter 32 misturadoras e três unidades de produção de adubos
fosfatados. Mas, na avaliação de Lair Hanzen, presidente da Yara Brasil, ainda
existe um grande descompasso entre o que a empresa distribui e produz. A
comercialização prevista para este ano é de 8 milhões de toneladas, mas a
companhia produz no Brasil apenas 10% a 15% desse volume, afirma Hanzen. O
executivo lembra que o país importa mais de 60% de sua demanda.
Em visita a Cubatão, a uma
antiga unidade da Bunge, o presidente e CEO da Yara International, Jørgen Ole
Haslestad, disse ao Valor que a empresa tem planos de continuar crescendo no
Brasil. Considerado um mercado promissor, o país vai representar um terço da
receita da companhia após a inclusão dos resultados da Bunge.
O executivo não quis fazer
estimativas sobre expansão, mas afirmou que a Yara está "atenta a
oportunidades", especialmente no segmento de fertilizantes nitrogenados e
fosfatados no Brasil. "Dependendo do desenvolvimento do mercado, queremos
adquirir companhias, fazer joint ventures. Estamos, em geral, abertos à
cooperação para estabelecer a atividade de produção aqui no Brasil",
declarou.
Os fertilizantes representam
90% dos negócios globais da norueguesa, que também fornece produtos e soluções
para a otimização do processo industrial, tratamento de água e prevenção de
emissão de gases poluentes. No ano passado, a companhia que está presente em 50
países, teve receita bruta de US$ 14,5 bilhões e vendeu 20,7 milhões de
toneladas de fertilizantes. Também em 2012, a Yara Brasil teve receita líquida
de R$ 3,73 bilhões. No mesmo período, a Bunge Fertilizantes faturou R$ 4,75
bilhões.
Embora a produção de
potássio não seja prioridade para a Yara International, a empresa faz estudos
de viabilidade de duas minas para exploração do nutriente, uma nos Estados
Unidos e outra na Etiópia. Segundo Haslestad, uma decisão sobre a continuidade
dos projetos deve ser tomada no próximo ano. A companhia também está
prospectando uma mina de fósforo na Finlândia, onde já opera uma mina, e outra
no Canadá. Atualmente, a Yara tem (incluindo suas joint ventures) pouco mais de
100 unidades misturadoras e 25 de produção em todo o mundo.
Considerada líder em
nutrição de plantas e listada na bolsa de Oslo, a Yara também prevê investir
cerca de US$ 10 bilhões em projetos e tecnologias para nutrição de plantas nos
próximos quatro a seis anos.
A empresa também lançou um
projeto global para monitorar as emissões de carbono na cadeia de
fertilizantes. A iniciativa, afirmam os executivos, faz parte da estratégia de
buscar produtos com menor impacto ambiental. A meta agora é obter soluções para
solos tropicais, razão pela qual a Yara firmou acordo com Embrapa em 2012. A
primeira etapa da parceria será o estudo de diferentes formas de adubos
nitrogenados para avaliar a eficiência agronômica e a pegada de carbono em
diferentes culturas e regiões brasileiras.
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