Companhia
disse esperar encontrar no ressurgimento da siderurgia norte-americana um novo
mercado para seus produtos
A mineradora Vale espera
encontrar no ressurgimento da siderurgia norte-americana
um novo mercado para seus produtos.
A maior
produtora de minério de ferro do mundo negocia a venda de pelotas para os
Estados Unidos, afirmou nesta terça-feira o presidente da companhia, Murilo
Ferreira.
"Hoje
a gente vende zero aos Estados Unidos; os nossos contatos já estão intensos
para que a gente possa fornecer pelotas nos próximos anos para o mercado
americano", disse o executivo, durante palestra no Congresso Brasileiro de
Mineração, em Belo Horizonte.
A
indústria dos EUA, inclusive a siderurgia, tem retomado fôlego com a exploração
das reservas de gás de xisto, que reanimou investimentos em infraestrutura e
equipamentos para a indústria de petróleo e que permitiu o acesso a uma fonte
de energia mais barata.
"São
oportunidades que aparecem a partir do shale gas", acrescentou Ferreira,
ao comentar projetos da Vale para uma plateia de centenas de profissionais do
setor de mineração.
Entre os
projetos da Vale, uma planta de pelotização em Tubarão deverá produzir pelotas
para o mercado norte-americano, disse o executivo.
"Quantos
de vocês imaginavam que a siderurgia nos Estados Unidos... estava numa fase
declinante?", ponderou Ferreira.
Venda de
Ativos
Em linha
com seu plano de desinvestimentos e redução de custos para focar nos seus
principais projetos de mineração --como o S11D, na Serra Sul dos Carajás--, a
Vale poderá vender ativos de petróleo, alumínio e bauxita neste ano.
Companhia disse esperar encontrar no ressurgimento da siderurgia
norte-americana um novo mercado para seus produtos
A empresa
provavelmente venderá em 2013 outros ativos além dos que já anunciou, disse
nesta terça-feira Ferreira.
"Temos
que tomar decisão sobre Rio do Norte (unidade de bauxita), temos que tomar
decisão sobre nossas ações na Norsk Hydro... óleo e gás tem algumas coisas para
fazer", afirmou ele a jornalistas ao ser indagado sobre após palestra em
congresso do setor em Belo Horizonte.
Ferreira
disse ainda que tem "uma surpresa" no âmbito de venda de ativos neste
ano, mas acrescentou que não poderia dar detalhes.
A Vale,
que busca se desfazer de ativos que não integram as suas atividades principais,
anunciou na semana passada a venda de 35,9 por cento de sua empresa de
logística VLI para a japonesa Mitsui e o fundo de investimentos do FGTS,
administrado pela Caixa Econômica Federal, por 2,7 bilhões de reais, e está em
negociações para se desfazer de uma fatia adicional.
CSA O
presidente da Vale disse ainda que uma solução para a Companhia Siderúrgica do
Atlântico (CSA) já deveria ter sido arranjada há muito tempo, sinalizando que a
sócia ThyssenKrupp já poderia ter resolvido a situação da problemática usina no
Rio de Janeiro.
A alemã
Thyssen tenta vender a fatia majoritária que tem na CSA, além de uma usina no
Alabama, há mais de um ano.
A Vale
não tem se posicionado contra a venda, mas já deixou claro que quer seus
direitos preservados. Esses direitos incluem o contrato de fornecimento de
minério de ferro para a CSA e uma indenização superior a 550 milhões de
dólares, pelo ressarcimento dos investimentos realizados, segundo o previsto em
outro contrato.
A
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que negocia a aquisição dos ativos há
vários meses, depende de um acerto de contas entre a ThyssenKrupp e a Vale para
prosseguir com o plano de comprar as duas usinas colocadas à venda pela grupo
alemão, afirmou em agosto uma fonte que acompanha diretamente as negociações.
A Vale é
sócia na CSA, com 27 por cento de participação. A Thyssen possui o capital
restante.
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