O
Corpo de Bombeiros de Santa Catarina estima que será necessário mais um dia
para controlar o incêndio de um depósito de fertilizantes no porto de São
Francisco do Sul (189 km de Florianópolis). O fogo, que começou às 23h de
terça-feira (24), já dura mais de 30 horas.
O
comandante da corporação, coronel Marcos de Oliveira, disse nesta manhã que
"é muito material, o combate deve durar mais um dia". Na previsão
anterior dele, feita na quarta à tarde, a fumaça seria debelada durante a
noite.
Às
7h desta quinta-feira (26), a coluna amarelada de fumaça continuava subindo a
200 metros e sendo levada pelo vento ao sul do Paraná, onde chegou na quarta à
tarde, e seguindo em direção a São Paulo e ao Rio de Janeiro.
Na
operação, já foram utilizados 200 mil litros de água na tentativa de resfriar
as 10 mil toneladas de fertilizantes.
De
acordo com Oliveira, as equipes que trabalharam à noite tentaram chegar ao
ponto de onde emana o fogo. Os bombeiros estão espalhando o fertilizante no
pátio do depósito, usando um trator, para resfriá-lo e assim debelar o fogo
químico --ele não produz chamas, apenas a fumaça, de cor amarelada. Segundo os
bombeiros, cerca de um quarto do material foi retirado do local.
A
água usada está sendo armazenada num piscinão aberto no local, para posterior
análise --os técnicos temem que ela crie um segundo problema ambiental.
Estado de emergência
A
cidade de 42 mil habitantes está sob estado de emergência desde quarta. Mais de
800 pessoas foram levadas para abrigos da prefeitura. O prefeito Luiz Roberto
Oliveira (PP) fez apelos por doações de colchões e mantimentos para os
abrigados.
A
Defesa Civil isolou um raio de 2 km do depósito. A população está sendo
constantemente alertada para afastar-se da rota da fumaça. Sua toxidade
moderada produz irritação nos olhos, nariz e garganta. A Secretaria da Saúde recomendou
que as pessoas permanecessem em locais arejados. Mais de 5.000 máscaras foram
distribuídas à população.
Um
bombeiro que trabalhou dentro do depósito sofreu uma intoxicação grave e foi
medicado. Outras 138 pessoas foram atendidas nos hospitais, nenhuma apresentou
sintomas graves.
Além
dos moradores abrigados pela prefeitura, cerca de 400 famílias deixaram suas
casas nos bairros mais afetados pela fumaça e foram para Joinville, para casas
de parentes ou hotéis. A Polícia Militar e tropas do Exército patrulharam a
região durante a noite, para evitar saques.
O
posto de comando da crise ambiental está montado na prefeitura local. O
expediente das repartições foi suspenso. O comércio fechou e as aulas também
foram suspensas até sexta.
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