A Justiça do Trabalho pagou R$ 18,6 bilhões a trabalhadores em
decorrência de execuções processuais e conciliações em 2012, quantia 51%
superior ao que foi apurado em 2008 e 19% a mais do que foi pago em 2011. A
produtividade também aumentou, mas o resíduo de processos não julgados se
manteve estável, porque também aumentou o
numero de pessoas que procuraram a Justiça do Trabalho. Os dados
constam da Consolidação Estatística da Justiça do Trabalho de 2012, concluída
nesse mês.
O presidente do Tribunal Superior do Trabalho e do Conselho
Superior da Justiça do Trabalho, ministro Carlos Alberto Reis de Paula,
ressaltou o "importante papel social exercido pelas decisões, ao
restituírem o direito dos trabalhadores".
A Justiça do Trabalho arrecadou para a União o montante de R$ 3,2
bilhões em Imposto de Renda, INSS,
custas e emolumentos, o que corresponde a 26% da despesa orçamentária do
Tribunal. De acordo com Carlos Alberto, esse valor é significativo porque
poucas instituições públicas conseguem esse tipo de retorno orçamentário.
Do total de R$ 3,2 bilhões, cerca de dois terços – R$ 2,3 bilhões
– foram destinados à Previdência Social.
Em 2011, foi R$ 1,9 bilhão. "Esse aumento é resultado de um esforço dos
juízes para fazer com que a Previdência também receba o que lhe é de direito
quando da realização dos acordos", disse o ministro.
Em 2012, o número de processos julgados pelo
TST (234.953) quase se igualou ao de processos novos recebidos pelo Tribunal
(237.281). Essa relação é praticamente a mesma em toda a Justiça do Trabalho,
com 3.289.731 recebidos e 3.184.749 julgados.
Houve aumento de produtividade nas
três instâncias da Justiça do Trabalho. No TST, o incremento foi de 14%. Nos
Tribunais Regionais, de 2%. Nas Varas do Trabalho, melhorou 6%. Esse aumento de
produtividade, entretanto, não foi suficiente para acompanhar o crescimento na
quantidade de processos novos e, consequentemente, o resíduo de ações não
julgadas aumentou nas três instâncias. Atualmente, ele está 1.5 milhão na
Justiça do Trabalho, sendo 176.400 só no TST.
Procura
Nos últimos cinco anos, a quantidade de
pessoas que utilizam a Justiça do Trabalho vem aumentando. A cada 100 mil
habitantes, 1.579 ajuizaram uma ação ou recurso no ano passado. Em relação a
2008, o total de casos novos a cada 100 mil habitantes aumentou 16% e, em
relação a 2011, 7%. Para o ministro Carlos Alberto, a crescente quantidade de
processos demonstra "a confiança conquistada pela Justiça do Trabalho, mas
também revela a ampliação da informalidade e do não cumprimento das obrigações
trabalhistas, o que é preocupante".
Conciliação
O percentual de conciliações na Justiça do
Trabalho alcançou 43% dos processos no ano passado. No entanto, 390 Varas do
Trabalho superaram o percentual de 50% e 22 passaram dos 70%. As Varas que
apresentaram os maiores percentuais de conciliação no País foram: 1ª VT de
Videira (SC) e 4ª VT de Taquara (RS), com 84%, a 1ª VT de Três Passos (RS), com
índice de 80%, a VT de Canoinhas (SC), com 79%. A 1ª VT de Carpina (PE), chegou
a (77%). Outras duas, a 1ª VT de Fátima do Sul (MS) e a 1ª VT de Marechal
Cândido Rondon (PR), chegaram a 75%. Também há empate entre a 32ª VT de São
Paulo (SP) e a 2ª VT de Taquara (RS), em 74%. A 1ª VT de Poá (SP) conseguiu
acordo em 73% dos casos.
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