Vale tomba mais de 40% neste ano

A mineradora Vale, cujos ativos já foram os preferidos dos investidores, está no meio de uma tempestade perfeita e seus papéis seguem derretendo dia a dia. Ontem, as ações preferenciais caíram mais 4,19%, cotadas em R$ 9,59. No ano, a perda é de 46,88%. As ordinárias recuaram 3,16%, precificadas em R$ 12,21, e já acumulam desvalorização de 41,27% em 2015. Como é um dos ativos mais negociados na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovepa), puxou o principal índice, o Ibovespa, para baixo. O pregão fechou em queda de 0,81%, a 45.262 pontos, com volume financeiro de R$ 5,640 bilhões.

Os especialistas explicam que as ações estão afundando por três motivos: foram pressionadas pelo corte na classificação de risco, pela queda no preço do minério de ferro e também pela tragédia ambiental em Mariana (MG), ocorrida no início de novembro.


Para o analista da Clear Corretora Raphael Figueredo, essa combinação perversa está fechando o cerco a Vale. "A mineradora vai sofrer impacto por conta da tragédia e pode não ter capacidade de absorver possíveis indenizações. Ela teve prejuízo de R$ 15 bilhões em 12 meses", afirmou.


O que preocupa os investidores, disse Figueredo, é que ninguém sabe ainda qual será o tamanho do rombo, por isso, no curto prazo, a tendência é o valor das ações continuar caindo. "No período áureo, em 2010, os papéis preferenciais chegaram a valer R$ 37,30. Mas, desde que a economia da China, que é o maior comprador de minério da Vale, começou a desacelerar, estão em trajetória de queda", emendou. Hoje valem menos de R$ 10.

Risco

A Vale teve sua nota de crédito rebaixada pela Moody's. A agência cortou o rating de Baa2 para Baa3, último grau antes de ser considerado especulativo, e ainda manteve a perspectiva negativa. A justificativa é que o desempenho da mineradora será mais fraco nos próximos 12 a 18 meses devido à queda significativa dos preços do minério de ferro e de metais básicos neste ano.


Além disso, o rompimento das barragens da Samarco, que é uma joint venture entre Vale e a petrolífera e mineradora australiana BHP Billinton, também criou incertezas no mercado. Ainda não se sabe qual impacto a companhia poderá sofrer, por conta de possíveis indenizações e multas.


O que mais impacta, no entanto, é o preço do minério de ferro. Ontem, a commodity com 62% de pureza e entrega no porto de Qingdao, na China, caiu 0,57%, a US$ 38,30 a tonelada. Na semana, o recuo foi de 3,8%.

Fonte: http://www.gsnoticias.com.br/

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1 comentários:

Luciano Márcio Stiquifar disse...

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