Fonte: Carta Capital
Na China, vespas gigantes mataram 42 pessoas,
nos últimos três meses. Não culpe a natureza, mas nosso próprio padrão de vida
e consumo
Maior vespa do mundo, a mandarinia possui veneno capaz de destruir os
tecidos e células do sangue, o que pode resultar em falha nos rins, parada
cardíaca e choque anafilático. Prolifera em temperaturas altas.
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Imagine ser perseguido por um enxame de
vespas do tamanho da palma da mão de um humano, que possuem um ferrão de quase
1 centímetro, carregam um veneno tão poderoso que dissolve o tecido humano e
voam a até 40 km/h. E claro, sem esquecer do fato que podem te picar 200 vezes
seguidamente.
Não, não é a
sinopse de um filme ruim de terror passando na Sessão da Tarde e sim, as
mudanças climáticas agindo sobre uma região rural da China. Sim, como se não
bastassem o derretimento das calotas polares, a incidência de câncer de pele e
a desertificação do solo, também teremos que nos preocupar com proliferação de
insetos incomuns, se o planeta continuar a se aquecer.
Nos últimos
três meses, a província de Shaanxi, no noroeste da China, tem sido o epicentro
de uma “epidemia” de ataques de vespas gigantes. Já mataram 42 pessoas e
feriram outras 1.675. A vespa mandarinia é a maior vespa do mundo. Além de
seu tamanho assustador – suficiente para matar de medo – seu veneno destrói os
tecidos e células vermelhas do sangue, o que podem resultar em falha nos rins,
parada cardíaca e choque anafilático.
Tanto a população locais, quanto
especialistas, têm argumentado que uma das razões para essa enorme quantidade
de ataques em tão pouco tempo, é a mudança climática. O último ano foi muito
mais quente e seco em Shaanxi, o que ofereceu condições melhores para
procriação do inseto, além de ajudar na sobrevivência das vespas durante o
inverno.
O aumento na
temperatura global também vem contribuindo para que outra espécie de vespa,
antes rara, espalhe-se pela península coreana e Europa. É a vespa
velutina. Seu alvo preferido:
as abelhas. Nos últimos anos, a Europa tem sofrido com o ataque do inseto.Em
matéria publicada em 2011, no The Guardian, Richard Legrand, vice-presidente da
associação de proteção das abelhas em Dordogne, na França, disse que os ataques
eram impressionantes. Grupos de 5 a 10 vespas ficam de tocaia em frente a
colmeia, esperando pelas abelhas voltarem: “É como uma invasão bárbara, elas
destroem tudo que está pelo seu caminho”.
De acordo
com estudo recente, com a elevação da temperatura na Europa, as
vespas gigantes provavelmente irão se instalar em partes do continente,
especialmente na costa atlântica e a região mediterrânea – Portugal, Espanha,
França e Itália. A Europa Oriental e a Turquia também podem sofrer as
consequências no futuro. Mas as vespas irão parar por lá?
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