Trabalhadores dos EUA
recorreram a dirigentes da CUT, da Força Sindical e da UGT,três centrais
sindicais do Brasil, para impedir que a montadora Nissan pressione os metalúrgicos
da fábrica de Canton (Mississippi) a não se sindicalizarem e dificulte as negociações
para melhorar as condições de trabalho.
"Os metalúrgicos do
Brasil enfrentaram situações há 30 anos que estamos enfrentando agora, neste
século. Não há negociação, há ameaças. O sindicato não entra na empresa e são
muitos os relatos de que perderão o emprego se decidirem se filiar", diz
Ginny Coughlin, coordenadora para o Brasil da UAW (United Auto Workers),
sindicato de trabalhadores no setor automobilístico dos EUA.
Entre os temas que o
sindicato quer negociar com a Nissan estão jornadas sem limite estabelecido (em
uma semana podem fazer 60 horas, e na outra, 70 horas), falta de reajuste e
diferença salarial entre empregados diretos (recebem US$ 22 a hora) e terceirizados
(US$ 10 a hora).
Dos cerca de 4.000
empregados de Canton, metade são terceirizados, e 70%, negros.
"Há relatos de
trabalhadores que podem ir ao banheiro de quatro em quatro horas", diz Miguel
Torres, da Força Sindical, que representa os metalúrgicos da Nissan no Paraná e
no Rio.
Vagner Freitas, da CUT,
esteve na fábrica de Canton e diz que a situação é "surreal":"Na
maior economia do mundo, berço da democracia, os trabalhadores não podem ter um
sindicato". Ricardo Patah, da UGT (representa os comerciários), afirma
que, "como as multinacionais têm cada vez mais poder, os trabalhadores têm
de se unir".
OUTRO LADO
Em nota, a Nissan informa
que as alegações da UAW não são verdadeiras. "Como uma empresa global, a
companhia segue todas as leis trabalhistas dos países onde opera e respeita o
direito de seus empregados em optar pela filiação ou não a um sindicato."
0 comentários:
Postar um comentário