Ministro Manoel Dias, do Trabalho, pede apoio das centrais



Em sua 1ª visita à Força Sindical, o ministro Manoel Dias, do Trabalho, ouviu  dos sindicalistas de diferentes categorias  manifestações de apoio e também reivindicações durante quase duas horas de reunião na sede da Central. O ministro manifestou a intenção de resgatar o protagonismo do Ministério do Trabalho e disse precisar muito do apoio e da solidariedade dos trabalhadores organizados, ou seja, dos dirigentes sindicais. O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, Paulinho, destacou que sua expectativa é que o ministro tenha lado, ou seja, fique do lado dos trabalhadores, como o ex-ministro Carlos Lupi, que tinha lado e não era corrupto. “Esperamos que o senhor seja nosso porta-voz no Ministério”. 
No início da reunião, Paulinho deu a palavra para os sindicalistas se manifestarem. Os primeiros a falar foram os vice-presidentes da Central,  Antonio de Sousa Ramalho, presidente do Sintracon-SP (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil) e deputado estadual do PSDB, além de Eunice Cabral, presidente do Sindicato das Costureiras de SP e Osasco, que declararam apoio ao ministro.

Seguro-desemprego
O 1º secretário da Força Sindical, Sérgio Luiz Leite, representante da Central no Codefat (Conselho do Fundo de Amparo ao Trabalhador), informou que pretende apelar aos conselheiros do FAT que reprovem na reunião de abril, a proposta do governo de reduzir o valor do seguro-desemprego em R$ 31. Na sua opinião, é preciso debater a rotatividade de mão de obra e o seguro-desemprego.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco, Jorge Nazareno, destacou a necessidade de recuperar o papel do Ministério do Trabalho, que “não tem espaço adequado dentro do governo”.  O sindicalista falou sobre a Lei de Cotas, que está no Senado e informou que enviará  relatório ao ministro sobre alguns fatos que trazem muito prejuízo aos trabalhadores.

Sucateamento
Danilo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical de S.Paulo, disse ser “impossível o MTE ficar pior do que já está, sem estrutura para executar seu trabalho ”. O presidente da Federação dos Gráficos do ESP, Leonardo Del Roy, afirmou que o Ministério do Trabalho não tem atuado nem nas grandes causas, nem nas pequenas, porque está desestruturado e não tem fiscais. Para Carlos Alberto dos Reis, presidente do Sindicato dos Eletricitários de SP, “o Brasil vive a era dos sofismas. A privatização agora é chamada de parceria público-privada e a desoneração da folha de quebra de direitos. Reis reivindicou que o ministro impeça essa manobra.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de SP, Miguel Torres, ressaltou que há um desequilíbrio entre capital e trabalho, um processo colocando em risco os direitos dos trabalhadores. Por exemplo, a  Fundacentro  parada e as superintendências enfrentando problemas  de falta até de papel e de impressora. Mônica Veloso, secretária municipal de Osasco, defendeu que o discurso do governo seja coerente com a prática em relação ao Trabalho Decente.
No final, Paulinho sugeriu ao ministro que convide os empresários para voltar ao Codefat e listou as medidas tomadas pelo ex-ministro Brizola que desagradou os trabalhadores: desfez portaria para trabalhadores do setor público, não queria mais a lei que legaliza profissão dos pescadores, redução do valor da parcela do seguro-desemprego em R$ 31 e a Secretaria de Relações do Trabalho não pode ter um titular que atenda somente uma central, precisa ser um técnico (neutro) para atender a todas centrais. Apoiamos as mudanças na portaria 186, disse.

Mulheres
A secretaria nacional da Mulher da Força Sindical, Maria Auxiliadora dos Santos, pediu apoio do ministro para aprovação do projeto da promoção da igualdade entre mulheres e homens.

Servidores públicos municipais
Aires Ribeiro,  presidente da Federação dos Servidores Públicos Municipais do Estado de SP, reivindicou ao ministro que “olhe com carinho”, a convenção da OIT (Organização Internacional do Trabalho) 151, que precisa ser regulamentada e tem dois pareceres dos servidores: um no Ministério do Trabalho e outro no Ministério do Planejamento.

Elogios a Lupi e aposentados
Luiz Antonio de Medeiros, fundador da Central, e João Batista Inocentini, presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, elogiaram a gestão do ex-ministro Carlos Lupi, que legalizou as centrais sindicais e  reconheceu o sindicato dos aposentados.

Amazonas
Carlos Lacerda, secretário nacional de Relações Institucionais da Força Sindical e ex-presidente da Central no Amazonas, reivindicou recursos para a qualificação profissional e criticou o fato de auditores do Ministério do Trabalho e médicos prestarem concurso e ficarem apenas um ano  na região Norte. “Todo mundo quer defender a Amazônia, mas ninguém quer ir para lá”, disse. 

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