A Bunge, multinacional de
agronegócios com sede nos Estados Unidos e forte presença no Brasil, inaugurou
na sexta-feira sua primeira fábrica de biodiesel no país. Com investimentos da
ordem de R$ 60 milhões, a unidade construída em Nova Mutum (MT) - onde a
empresa já conta com uma planta de processamento de soja - deverá produzir
inicialmente 150 mil metros cúbicos de biodiesel por ano. A expectativa da
Bunge, porém, é dobrar esse volume nos próximos anos.
"Também temos planos de
começar a produzir biodiesel em outras plantas do país, a depender do aumento
do consumo nos próximos anos", disse Pedro Parente, presidente da Bunge no
Brasil, sem, no entanto, esclarecer quais unidades e em quanto tempo.
Inicialmente, a produção da fábrica de Nova Mutum será toda voltada ao mercado interno.
"Participamos de um primeiro leilão em janeiro e vendemos dois lotes de 8 mil
metros cúbicos cada", disse Murilo Braz Sant'Anna, vice-presidente de
agronegócio e logístico da Bunge no Brasil.
O biocombustível que vem
sendo produzido na fase de testes em Nova Mutum tem umidade inferior a 200
partes por milhão, necessária para a mistura em um diesel com menor teor de enxofre,
cujo uso começa a se disseminar no Brasil. Com o investimento, a Bunge segue os
passos de outras grandes multinacionais do agronegócio com presença no Brasil.
A também americana Cargill, por exemplo, em agosto de 2012 inaugurou uma
unidade de produção de biodiesel em Três Lagoas (MS), com capacidade de
produção de 700 mil metros cúbicos do biocombustível por dia.
Durante a inauguração de
sexta, Pepe Vargas, ministro do Desenvolvimento Agrário, afirmou que o aumento
da mistura de biodiesel no diesel de 5% (B5) para 7% (B7) deverá ser aprovada pelo
governo em poucos meses, mas disse que não há um prazo definido para isso.
Segundo ele, uma comissão interministerial avalia a questão, levando em
consideração aumento de produção, incentivo à agricultura familiar e preço dos
grãos. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleo e Vegetais
(Abiove), a produção brasileira de biodiesel cresceu 7,1% em2012 até novembro
(ainda não há compilação de dados de dezembro), para 46 mil metros cúbicos. O
volume, porém, representa metade da capacidade de produção do país.
Para Vargas, o aumento da
mistura também não impactará a inflação. "Nos estudos interministeriais
levamos isso em consideração. Com o aumento do uso da soja para produção de
biocombustível, sobrará mais farelo para produção de ração animal, o que,consequentemente,
poderá reduzir o preço da matéria-prima para esse setor, em vez de elevar (...)
Não há motivos para acreditarmos na elevação dos preços dos alimentos".
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