Comitê internacional avalia que tragédia de Brumadinho era previsível


A Comissão Independente Internacional de Inquérito ao Impacto do Rompimento da Barragem de Brumadinho reafirmou nessa quinta-feira (1º) que a mineradora Vale sabia antecipadamente do risco de rompimento da barragem e que a empresa não tem oferecido o suporte total aos atingidos direta e indiretamente pela tragédia. 
A conclusão vai constar em um relatório construído pela comissão que vai ser entregue à CPI da barragem de Brumadinho, da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O documento também será distribuído à CPI da Câmara Federal que apura o mesmo tema e outros órgãos.
A Comissão internacional foi montada no mês passado e reúne especialistas do direito e diversas áreas como do meio ambiente e saúde de vários países. O grupo recolheu relatos dos atingidos pela tragédia para construir o relatório. 
"O resultado final que a gente espera é uma solução integral, que engloba as pessoas aflitas, as comunidades, as famílias dos mortos, tem que ter uma solução global. O objetivo é difundir a informação no Brasil, mas também em nível internacional para que as pessoas fiquem cientes. Porque temos a presença da Vale no Canadá e temos uma história com a mineração um pouco ruim na América Latina", afirma o advogado e membro da Associação Canadense de Advogados Sindicais Frank Luce.
O relatório também afirma que pelo menos 100 mil pessoas foram atingidas pela tragédia, de forma direta e indireta. Os especialistas também apontam que  decisões precisam ser tomadas sem a interferência da Vale. Essa decisões envolvem a quantia de indenização das vítimas; quem será idenizado e a reparação ambiental.O grupo também defende indenizações para pessoas que tiveram o modo de vida alterado pelo rompimento da barragem e foram prejudicados economicamente. 
"Pelos depoimentos a tragédia era previsível, essa é a conclusão principal. Outra é que as comunidades atingidas não estão sendo ouvidas", complementou Luce. O documento será entregue à CPI da Assembleia Legislativa até o dia 15 de setembro.

fonte: Jornal O Tempo

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