A Vale vai cumprir sua meta de US$ 4 bilhões em investimentos em todo 2019 e o resultado da companhia irá crescer no segundo semestre, disse Luciano Siani Pires, diretor executivo de Finanças da companhia em teleconferência com analistas na manhã desta quinta-feira. O restabelecimento da produção, porém, só virá em dois a três anos. Em paralelo, a mineradora acredita chegar a um acordo final com as autoridades sobre reparações e remediações em consequência ao desastre em Brumadinho até o fim deste ano.
Na noite desta quarta-feira, a companhia divulgou um prejuízo de R$ 384 milhões no segundo trimestre , o segundo consecutivo após o rompimento da barragem de Córrego do Feijão, em Minas Gerais, em 25 de janeiro. No primeiro semestre, a perda chegou a R$ 6,4 bilhões, ante um lucro de R$ 5,1 bilhões de janeiro a junho de 2018.
— No terceiro trimestre, a Vale terá oscilações marginais em provisionamentos, custos decrescentes e volumes em expansão. Os investimentos devem acelerar. Mas a retomada plena da produção virá apenas em dois a três anos — disse o executivo, reconhecendo que volumes menores de produção resultam em alta de custos.
A estimativa é que o Ebitda (forte indicador de caixa da companhia) de minério de ferro cresça em US$ 300 milhões no próximo trimestre, como resultado da redução de custos e de despesas por tonelada.
Com o desastre em Brumadinho, a capacidade de produção anual de minério de ferro da Vale foi reduzida em 93 milhões de toneladas. Deste total, 30 milhões de toneladas foram reativadas com a retomada das atividades em Brucutu, no fim de junho. A estimativa da companhia é retomar outros 30 milhões de toneladas de produção a seco a partir do fim deste ano. O restante, porém, levará de dois a três anos para ser restabelecido.
A capacidade atual está entre 340 milhões e 345 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, já considerando a retomada de Brucutu e a produção a seco em Vargem Grande. Virá ainda reforço pela aquisição da Ferrous Resources Limited (Ferrous), em Minas Gerais, que foi adquirida pela Vale em dezembro e teve a transação agora confirmada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), conforme anúncio feito pela mineradora nesta quinta-feira.
fonte: Globo
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