VALE FAZ ACORDO HISTÓRICO QUE PULVERIZA CONTROLE PARA AMPLIAR GOVERNANÇA

No momento em que enfrenta investida do senador Aécio Neves (PSDB) junto a Michel Temer para emplacar o substituto de Murilo Ferreira, a Vale tomou nesta segunda-feira, 20, decisão histórica para se tornar uma companhia sem controle definido, num movimento que visa aumentar a transparência e a governança da empresa; anúncio desencadeou um aumento nas ações ordinárias da Vale, que atingiram seu maior nível desde dezembro de 2012; "Estamos diante de uma oportunidade histórica para a Vale, um marco que pode ser tão importante quanto a privatização foi há 20 anos", disse Ferreira, em uma teleconferência com integrantes do mercado.
A mineradora brasileira Vale, maior produtora global de minério de ferro, planeja se tornar uma companhia sem controle definido a partir de um acordo histórico apresentado pelos principais acionistas nesta segunda-feira, 20, em movimento que visa aumentar a transparência e a governança da empresa.
A diretoria da Vale informou pela manhã que os acionistas controladores, agrupados sob a holding Valepar, concordaram em renovar o atual acordo, que os manterá ainda como um bloco de controle por mais três anos e meio, enquanto preparam uma proposta para listar a companhia no Novo Mercado da Bovespa.
O atual acordo de 20 anos da Valepar, que expira em maio, será prorrogado até novembro para garantir a transição. Os detentores de ações preferenciais classe A da Vale que participarem voluntariamente da conversão de ações receberão 0,9342 ações ordinárias, como parte do processo.
A precificação será definida com base no preço de fechamento das ações ordinárias e preferenciais apurado com base na média dos últimos 30 pregões na Bovespa anteriores a 17 de fevereiro, ponderada pelo volume de ações negociado nesses pregões.
Após a conclusão dessa etapa, a Vale pagará aos proprietários da Valepar um prêmio de 10 por cento por suas ações, implicando em uma diluição de 3 por cento de todos os acionistas.
Caso a incorporação da Valepar seja aprovada, os antigos proprietários da holding deverão assinar um novo acordo de acionistas para dar estabilidade à transição, que travará até 20 por cento do total de ações ordinárias de emissão da Vale, com duração até novembro de 2020, sem previsão de renovação.
A mudança representa um marco no Brasil, mantendo a companhia longe de interferências do governo federal. A Reuters publicou em 19 de janeiro a intenção dos acionistas de transformar a mineradora numa empresa de capital disperso e listá-la no Novo Mercado da Bovespa.
O anúncio desencadeou um aumento nas ações ordinárias da Vale, que atingiram seu maior nível desde dezembro de 2012. As ações preferenciais, a classe de ações mais negociada da Vale, também atingiram o maior patamar desde janeiro de 2013. Por volta das 14h30, os papéis subiam quase 6 por cento.
"Estamos diante de uma oportunidade histórica para a Vale, um marco que pode ser tão importante quanto a privatização foi há 20 anos", disse Ferreira, em uma teleconferência com integrantes do mercado, na qual analistas elogiaram o acordo.
"Nosso julgamento é que a proposta é um convite que os acionistas controladores estendem ao mercado de capitais, para que ajudem a tornar a Vale uma empresa de classe mundial também em governança", completou.
Pelo menos 54 por cento dos detentores de ações preferenciais da Vale terão que aprovar a conversão, cuja aprovação também está ligada à aprovação de toda a proposta.
Ferreira prevê que a empresa convoque uma assembleia de acionistas para votar o plano inteiro em junho.
"A transação parece ser uma vitória para os acionistas controladores e minoritários", disse Rodolfo de Angele, analista sênior de materiais básicos da JPMorgan Securities.



Share this post!

Bookmark and Share

0 comentários:

Postar um comentário