STJ suspende liminar e Petrobras poderá paralisar unidade na Bahia



Uma liminar concedida pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determina a suspensão provisória da venda e alienação de 60% das refinarias da Petrobras, como a Landulpho Alves (RLAM), localizada na cidade de São Francisco do Conde, na região metropolitana de Salvador.

A determinação também vale para as refinarias Abreu e Lima (RNEST), em Pernambuco, Alberto Pasquialini (REFAP), no Rio Grande do Sul, e Presidente Getúlio Vargas (REPAR), no Paraná.

Na mesma decisão, Fachin suspendeu as vendas da Transportadora Associada de Gás (TAG) e da unidade de fertilizantes Araucária Nitrogenados (Ansa). A Petrobras informou que avalia a decisão e irá tomar as medidas cabíveis em prol dos seus interesses e de seus investidores. "A Petrobras reforça a importância dos desinvestimentos através da gestão de portfólio para a redução do seu nível de endividamento e geração de valor, em linha com seu Plano de Negócios e Gestão 2019-2023 e Plano de Resiliência", diz trecho de nota divulgada pela empresa.

ANÁLISE DO STF
Para o ministro Fachin, as vendas de ativos são condicionadas ao processo de licitação.Em decisão anterior, derrubada pela liminar de Fachin, o STJ havia afastado a necessidade de licitação, argumentando que obstar a operação econômica em questão significaria grave risco à economia pública e ao orçamento público federal.

No entendimento de Fachin, a decisão de suspender a venda e alienação das refinarias é urgente devido ao "fundado receio de que a decisão ora combatida venha a produzir efeitos de cunho executivo, permitindo que as tratativas sejam realizadas, em operação de difícil reversão".

A decisão provisória, publicada na sexta-feira (24), acolheu reivindicação do Sindicato dos Petroleiros do Estado da Bahia (Sindipetro -BA) e de outras entidades de estados como São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

Criada em 1950, a Refinaria Landulpho Alves (RLAM) é responsável por 82% dos R$ 37 milhões da receita mensal de São Francisco do Conde. Atualmente, a unidade tem três mil funcionários, sendo mil contratados e dois mil terceirizados.

possibilidade de venda da refinaria deixa preocupados funcionários e a prefeitura da cidade, pela possibilidade de perda de postos de trabalho e impacto na economia da região.

Além da Bahia, o que é produzido pela RLAM atende a Sergipe, localidades nas regiões Norte e Nordeste do país, além de Argentina, Estados Unidos (EUA) e países da Europa. Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), só em 2018, foram 77 milhões de barris dos 31 produtos diferentes produzidos pela unidade.

A Petrobras alega, no entanto, que a empresa não dá mais lucro. Dados apontam que a produção da refinaria teve queda de 70% nos últimos 5 anos.

fonte: G1

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