Força Sindical e Auditores Fiscais repudiam trabalho escravo


A Força Sindical publicou Nota em que critica o presidente Bolsonaro por afirmações sobre o trabalho análogo à escravidão. O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho também criticou duramente as declarações do presidente.
 

A fala ocorreu dia 30, em Brasília, durante evento que alterou as normas de segurança e saúde no trabalho. Bolsonaro se referia à Emenda Constitucional 81/2014, que prevê desapropriação de terras de proprietários condenados por trabalho escravo. “Muitas famílias podem ser prejudicadas caso um fiscal autue o dono de uma propriedade”, disse Bolsonaro.
 

Mudança - A emenda alterou o Artigo 243 da Constituição. Ficou assim: “As propriedades rurais e urbanas onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou exploração de trabalho escravo serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem indenização ao proprietário”. Mais: “Todo bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico de entorpecentes e da exploração de trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo com destinação específica, na forma da lei".
 

Nota - Para a Força, o posicionamento de Bolsonaro “remete à Casa Grande e Senzala, mostrando que o ocupante do Palácio do Planalto desconhece a realidade do mundo do trabalho no País”. A Nota também alerta que “a fragilização da fiscalização acarretará aumento da escravidão, com a exposição do Brasil a sanções comerciais internacionais”. Mais informações no site - www.fsindical.org.br
 

Auditores - O Sinait bate duro. Texto assinado por Carlos Silva, presidente da entidade, diz: “Os Auditores do Trabalho e sua representação não se calarão ante ataques e tentativas de retroceder à barbárie. São 24 anos de experiência, ação, discussões e debates internacionais, parcerias dentro e fora do Brasil, um trabalho reconhecido mundialmente, com avanços significativos na conscientização social. O Estado brasileiro deve cumprir a Constituição e proteger o trabalhador, proteger a vida, promover desenvolvimento e empregos dignos. Desconstruir o que foi construído a duras penas é ser algoz do cidadão”.
 

Historiador - Agência Sindical entrevistou José Luiz Del Roio, historiador e ex-senador pela Itália. Ele diz: “Vivemos a época com maior número de escravos na história”. Esse crescimento, ele explica, se deve, “às enormes ondas migratórias, à transferência de fábricas para países que toleram a escravidão da mão de obra e também ao desmonte do Estado”.
 

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